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Paratuberculose

Por:   •  2/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.523 Palavras (11 Páginas)  •  481 Visualizações

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PARATUBERCULOSE

INTRODUÇÃO

 Paratuberculose bovina

 A Paratuberculose bovina ou doença de Jonhe é definida como uma enterite crônica, granulomatosa e que tem, como agente etiológico, Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (Map), um bacilo intracelular facultativo e álcool-ácidoresistente - BAAR (CORPA et al., 2000; HUDA e JENSEN., 2003). É conhecida como doença dos ruminantes domésticos, principalmente, em bovinos leiteiros, ovinos e caprinos, mas afeta uma grande variedade de outras espécies domésticas e silvestres. A bactéria penetra no corpo do animal por meio do trato gastrintestinal e as lesões se iniciam como discretos granulomas não encapsulados, na parede do intestino e nos linfonodos satélites. Com o tempo , a lesão inflamatória pode se desenvolver em um grande granuloma ou em uma inflamação granulomatosa difusa com número variado de BAAR no interior dos macrófagos e das células gigantes multinucleadas. As vilosidades, algumas vezes, se fundem e as paredes intestinais ficam espessadas. Essas mudanças comprometem a função absortiva do intestino e, em consequência disso, ocorre uma maior secreção de fluidos para o lúmem intestinal A enfermidade leva o animal à síndrome de desabsorção devido às graves alterações metabólicas provocadas pelo processo inflamatório crônico, especialmente na última porção do intestino delgado, válvula ileocecal e cecum. As principais lesões macroscópicas ocorrem no intestino delgado e caracterizam-se por acentuado espessamento da mucosa, que assume aspecto rugoso e megalia dos linfonodos mesentéricos. Os principais achados histopatológicos consistem em enterite, linfangite e linfadenite granulomatosas associados ao BAAR em macrófagos (CHIODINI et al., 19 84; KREEGER, 1991). Em bovinos, essa infecção causa uma moléstia consultiva com curso prolongado, durante o qual a diarréia intratável, instalada, resulta em desidratação. Os animais jovens adquirem a infecção por meio da ingestão do Map, presente em alimentos, água e tetos contaminados. Na fase adulta, após um longo período assintomático, em que o animal infectado elimina no ambiente uma grande quantidade do Map por meio das fezes, começam a aparecer os sinais clínicos de diarreia intermitente, perda de peso progressiva, desequilíbrio eletrolítico, queda na produção leiteira aumenta de doenças concorrentes, caquexia e, finalmente, a morte. Uma vez no ambiente, o agente se torna uma fonte de infecção para o rebanho e para outras espécies, incluindo o homem.

No Brasil, um dos principais aspectos da epidemiologia da Paratuberculose diz respeito à importação de bovinos infectados, de forma semelhante ao que ocorre na África do Sul. A doença já foi diagnosticada em bovinos importa dos e nos nascidos no país, filhos de pais importados. Apesar de os relatos serem esporádicos e impedirem uma estimativa das perdas econômicas em rebanhos infectados, é de grande importância que se dê maior atenção para a ocorrência de Paratuberculose em nosso país, já que existem seis descrições da doença na Região Sudeste (Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais), e três na Região Sul, (Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

Definição de paratuberculose

A Paratuberculose, ou doença de Johne, é definida como uma enterit e crônica, granulomatosa, que acomete principalmente ruminantes domésticos e silvestres. A principal via de transmissão é a fecal-oral, pela qual o agente etiológico, Mycobacterium avium subspécie paratuberculosis (Map), proveniente de animais cronicamente infectados, é transmitido aos animais jovens susceptíveis. A Paratuberculose pode ser caracterizada como um processo inflamatório crônico que provoca progressiva emaciação, aumento e corrugação da parede do intestino delgado, particularmente da parte terminal do íleo, além de um aumento dos linfonodos mesentéricos (BARKER et al., 1993; JONES et al., 1996). Tal processo inflamatório tem como substrato histopatológico uma infiltração de células epitelióides e células gigantes de Langhans na mucosa e submucosas intestinais e nos linfonodos mesentéricos, sem, contudo, apresentarem sinais de necrose nem de ulcerações nas lesões. A patogênese da Paratuberculose está relacionada com a resposta imune, inflamatória e granulomatosa na lâmina própria do intestino delgado e com uma progressiva atrofia associada às vilosidades (BARKER et al., 1993) Os aspectos macroscópicos dessa patologia estão diretamente relacionados às alterações microscópicas. As paredes intestinais afetadas estão espessadas, às vezes, edematosas, e suas superfícies mucosas contêm muitas pregas transversais largas e bastante aglomeradas.

Histórico da paratuberculose

A Paratuberculose foi primeiramente descrita, em 1895, na Alemanha, por Johne e Frothingham, como uma enterite crônica dos bovinos. Naquela época, acharam que o bacilo álcool-ácido-resistente (BAAR) visto no tecido de animais infectados fosse uma forma modificada do Mycobacterium tuberculosis ou Mycobacterium avium, e que a doença fosse uma forma de tuberculose intestinal. Tratava-se de uma vaca de seis anos de idade, que foi sacrificada após apresentar histórico de perda de peso, diarréia crônica, teste intradérmico com a tuberculina mamífero inconclusivo e quadro clínico agravado. O veterinário da propriedade realizou o exame patológico e constatou macroscopicamente uma enterite crônica, sem sinais de tuberculose intestinal. No exame histológico, evidenciaram a parede intestinal infiltrada com leucócitos e células epitelióides associadas com células gigantes, além de detectarem inúmeros bastonetes nos tecidos lesionados, quando utilizaram a coloração álcool-ácido-resistente (a.a.r.). Embora o organismo se assemelhasse à bactéria que causa a tuberculose, uma amostra de tecido infectado, contendo o organismo, foi incapaz de causar a doença quando injetada em porcos da Índia. A partir daí, Johne e Frothingham concluíram que a doença observada na vaca tinha sido causada por uma bactéria que causa tuberculose em aves, M. avium. O 5 reconhecimento da sua similaridade patológica com a tuberculose intestinal (normalmente causada pelo M. bovis), fizeram-nos propor o nome de “Pseudotuberculous enteritis” para a doença. Por volta de 1900, a “Psedotuberculous enteritis” foi reconhecida como uma nova doença e os cientistas propuseram uma variedade de nomes alternativos para a doença, como, por exemplo, paratuberculose e enterite hipertrófica (CHIODINI, 1993)

No final dos anos 80 e início dos anos 90, novos achados em relação a Paratuberculose aconteceram, com a descoberta, por COLLINS e McFADEAN, de uma seqüência genética, única do Mycobacterium paratuberculosis. Essa seqüência de nucleotídeos foi denominada de IS900, sendo a primeira seqüência de inserção já registrada em micobactérias. A importância desta descoberta foi a de utilizar métodos genéticos para detectar Map, já que a detecção mediante cultivo em meios de cultura leva em torno de 16 semanas. Além disso, tal descoberta alicerça a sugestão de muitos pesquisadores sobre a participação do Map como agente 7 etiológico da doença de Crohn, após este ter sido isolado de amostras de intestino e nódulos linfáticos de paciente com esta enfermidade (CHIODINI, 1993).

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