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Por:   •  31/7/2013  •  612 Palavras (3 Páginas)  •  527 Visualizações

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Quando Colombo se lançou à travessia do Atlântico, o mundo era o Mar Mediterrâneo, com suas costas ambíguas: Europa, África e Ásia. A Espanha vivia o tempo da Reconquista e 1492 não foi só o ano do “descobrimento da América”, mas também o da recuperação de Granada, último reduto dos árabes em território espanhol. A Espanha adquiria realidade como nação após o casamento entre os reis de Castela (Isabel) e Aragão (Fernando), e levantava espadas e cruz apontando-as para novas posses.

Na Idade Média, quando uma bolsa de pimenta valia mais que a vida de um homem, o ouro e a prata eram as chaves que o Renascimento empregava para abrir as portas do paraíso no céu e as do mercantilismo na terra. A expansão ibérica que levou à conquista e colonização da América, fez parte de um processo de extensão do mercantilismo europeu entendido como acumulação primitiva de capital.

Com uma demanda crescente de produtos orientais como o marfim e, sobretudo de especiarias, a situação do comércio europeu tornou-se insustentável a partir de 1453, quando os turcos otomanos tomaram Constantinopla[2] e passaram a dominar os territórios do Antigo Império Romano do Oriente, tendendo a estender-se até o Oriente Médio.

O comércio, renascido em fins da Idade Média e desenvolvido no interior da Europa entre as cidades italianas e flamengas, foi deslocado, no século XVI, para o Litoral Atlântico. Tal fato forçou o velho continente – constituindo uma questão de sobrevivência – a buscar novos caminhos para atingir o Oriente Médio, terra encarada como fonte de riquezas.

Um problema de ordem militar, no entanto, não deve passar sem ser percebido. O dinheiro que os europeus pagavam em pedágios e taxas aduaneiras pelo comércio com o Oriente servia de recursos aos muçulmanos para que estes sustentassem a tomada do Antigo Império Romano e a resistência moura no Reino de Granada. Tais recursos financiavam a expansão do islamismo. Isso implica em que, junto ao problema europeu de ordem econômica, somava-se outro de ordem militar e religiosa.

Ao mesmo tempo em que o metalismo sustentava que a riqueza das nações era constituída a partir do lastro de metais preciosos que estas possuíssem, a escassez destes provocava um problema para as moedas européias – assim como para a sua cunhagem – agravando os problemas trazidos pela imposição de uma nova rota comercial. As nações da Costa Atlântica detentoras do comércio sobrevivente (Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda), eram as que mais sofriam com a crise e, para superá-la, precisava encontrar tanto novos mercados como metais preciosos para valorizar suas moedas. Por outro lado, dependiam das cidades italianas (Gênova, Veneza e Nápoles) para o fornecimento das mercadorias orientais, que as recolhiam nos portos do Egito e da Palestina, abastecidos pelos árabes que dominavam o comércio no mediterrâneo.

Paralelamente, em meados do século XV, era visível a gestação de uma grande revolução na Europa. O progresso da navegação (novos conhecimentos científicos afirmavam que a terra era redonda; novos barcos de transportes eram produzidos com avançada tecnologia e a cartografia sofria um processo intenso de aperfeiçoamento) e o aparecimento da imprensa propagando novas idéias acerca do mundo e da presença do homem nele. Apesar da Inquisição ainda exercer o papel de censora da humanidade,

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