Sumário 
 1        EXTRAÇÃO EM ESTADO NÃO ESTACIONÁRIO        3 1.1        Como ocorre a extração em estado não estacionário.        3 1.2        Tipos de extração em estado não estacionário        3 1.2.1        Extração in loco        3 1.2.2        Extração em pilha        4 1.2.3        Extração em taques de percolação        5 1.2.4        Extração em filtro prensa        5 1.2.5        Extração em vasos agitados        6 2        EXTRAÇÃO EM ESTADO ESTACIONÁRIO        7 2.1        Como ocorre a extração em estado estacionário        7 2.2        Tipos de extração em estado estacionário        7 2.2.1        Extração em vasos agitados        7 2.2.2        Extração em sementes de vegetais        7 3. REFERÊNCIAS        8 
 
 EXTRAÇÃO EM ESTADO NÃO ESTACIONÁRIO
 Como ocorre a extração em estado não estacionário. 
 A extração sólido-líquido não estacionária consiste em transferir um soluto de uma fase sólida para uma fase líquida, com a concentração do soluto oscilando ao longo do tempo nas duas fases.  No início, a taxa de extração é elevada devido à acentuada diferença de concentração entre as fases, porém, à medida que o sistema se aproxima de um estado de equilíbrio, a taxa de extração diminui. O procedimento pode ser representado por equações diferenciais que ilustram a velocidade de transferência de massa em ambas as etapas. A taxa de extração é influenciada por fatores como o tamanho das partículas, temperatura e agitação do líquido. Em um processo não estacionário, a velocidade de extração não se mantém constante ao longo do tempo, uma vez que as condições (como a concentração de soluto) nas fases líquida e sólida mudam conforme o processo progride. Na extração não estacionária, os fatores mais relevantes a serem levados em conta são:
  Transferência de massa: O processo de transferência de massa envolve a difusão do soluto da fase sólida para a fase líquida e vice-versa, quando a solução alcança um estado de equilíbrio. Fatores que influenciam a velocidade de extração: No começo do processo, quando a diferença de concentração entre as etapas é elevada, a velocidade de extração é mais acelerada. Conforme a concentração do soluto na fase líquida cresce, a velocidade de extração decresce. 
  Tipos de extração em estado não estacionário
 Extração in loco
 A extração in loco envolve o contato direto entre o material sólido (que contém o soluto) e um solvente ou fluido extrator, que dissolve as substâncias desejadas. Durante a extração, as concentrações de soluto nas duas fases (sólida e líquida) variam ao longo do tempo, o que caracteriza o estado não estacionário. Este tipo de extração é utilizado em processos como: - Extração de substâncias de solos ou rochas, como em processos de remediação ambiental.
 - Extração de compostos bioativos de plantas ou biomassa.
 - Extração em mineração, onde solventes são usados para dissolver metais ou minerais de minérios diretamente no local.
 
 Vantagens: - Custos operacionais reduzidos: A extração in loco pode ser mais econômica, pois elimina a necessidade de transporte de material sólido.
 - Eficiência em locais de difícil acesso: Esta técnica é útil quando o acesso ou transporte do material sólido é complicado ou inviável.
 - Menor impacto ambiental: A extração no local de origem pode reduzir o impacto ambiental, especialmente em processos de remediação.
 
 Desvantagens: - Controle limitado: O controle das condições operacionais (como temperatura, pressão, agitação) pode ser mais difícil, o que pode resultar em menor eficiência.
 - Processos mais lentos: A extração in loco tende a ser mais lenta do que em processos controlados em um ambiente industrial ou de laboratório.
 - Limitações nos tipos de solutos e materiais: Nem todos os solutos ou materiais podem ser extraídos de forma eficiente in loco, principalmente quando o solvente não consegue penetrar bem na matriz sólida ou a transferência de massa é limitada.
 
 
 Extração em pilha
 A extração em pilha é um método de extração sólido-líquido no qual o material sólido é empilhado em camadas, e um solvente é aplicado na parte superior da pilha para dissolver o soluto. O solvente desce pela pilha, dissolvendo o soluto do material sólido, que é então coletado na base da pilha. Vantagens  - É uma técnica de baixo custo, pois exige menos equipamentos e energia em comparação com outros métodos de extração.
 - Ideal para processar grandes volumes de material, sendo muito comum na indústria de mineração.
 - A extração no local pode reduzir o impacto ambiental, pois evita o transporte do material.
 - A técnica é relativamente simples, sem necessidade de sistemas complexos de agitação ou controle de temperatura.
 - Funciona bem para materiais com baixas concentrações de soluto, onde outras técnicas seriam mais caras ou menos eficientes.
 
 Desvantagens  - O processo pode ser mais demorado, já que a percolação do solvente pela pilha é mais lenta.
 - A distribuição do solvente pode ser difícil de controlar, o que pode afetar a eficiência do processo, resultando em extração desigual.
 - Em alguns casos, a extração pode não ser totalmente eficiente, e nem todo o soluto pode ser removido.
 - O uso de certos solventes, como cianeto na mineração, pode causar riscos ambientais, como contaminação de águas subterrâneas.
 - Requer grandes espaços para formar as pilhas, o que pode ser uma limitação em locais com áreas restritas.
 
 
 Extração em taques de percolação 
 É um processo de extração em que o material sólido contendo o soluto é colocado em um tanque, e o solvente é passado através do material para extrair o soluto. O solvente circula por dentro do tanque, dissolvendo as substâncias desejadas no sólido, que são então separadas do material sólido após a extração. Vantagens - O processo é mais controlado em comparação com a extração em pilha, permitindo ajustes mais precisos nas condições operacionais (como temperatura, tempo de contato e fluxo do solvente).
 - A eficiência de extração pode ser superior à da extração em pilha, pois o solvente tem um contato mais eficiente com o material sólido.
 - Pode ser utilizado para uma ampla variedade de materiais e tipos de solvente, sendo aplicável a indústrias como mineração, farmacêutica e alimentos.
 - O processo pode ser escalado para operações de maior volume, sendo fácil de adaptar para diferentes capacidades de produção.
 
 Desvantagens - O uso de tanques pode ser mais caro, devido ao custo dos equipamentos, necessidade de controle mais sofisticado e maior consumo de energia.
 - O processo requer monitoramento constante para garantir que as condições de extração, como a concentração do solvente e o tempo de contato, estejam adequadas para maximizar a eficiência.
 - Os tanques de percolação exigem mais espaço e infraestrutura comparados às pilhas, e podem envolver operações mais complexas, especialmente quando se trata de fluxos contínuos ou intermitentes.
 - Apesar da eficiência, pode haver perdas do soluto durante o processo, especialmente se o tempo de contato ou as condições operacionais não forem otimizadas corretamente.
 
 
 Extração em filtro prensa
 É um processo no qual um material sólido é submetido a pressão em um filtro prensa para separar os componentes sólidos dos líquidos. Nesse processo, o material sólido é colocado em compartimentos filtrantes e um líquido (geralmente um solvente) é forçado a passar por esse material sob pressão, extraindo o soluto desejado e permitindo a separação do sólido. É uma técnica eficiente e rápida para separar sólidos e líquidos em processos de extração, sendo amplamente usada em indústrias como mineração, farmacêutica, alimentícia e de tratamento de resíduos. Vantagens  - O filtro prensa permite uma boa separação entre os sólidos e os líquidos, o que melhora a pureza do percolado e a eficiência do processo de extração.
 
 - A aplicação de pressão acelera o processo de extração, reduzindo o tempo necessário para a separação dos componentes sólidos e líquidos.
 - Comparado com outros métodos de extração, como a extração em tanques ou colunas, a extração por filtro prensa tende a ser mais econômica em termos de consumo de energia e materiais.
 - A aplicação de pressão controlada permite ajustar as condições operacionais e otimizar a eficiência da extração, o que facilita a adaptação a diferentes tipos de material e solvente.
 - O filtro prensa pode ser dimensionado para processar grandes volumes de material de forma contínua, tornando-o adequado para processos industriais em grande escala.
 
 Desvantagens  - O filtro prensa requer manutenção constante, principalmente para evitar obstruções nas camadas filtrantes ou desgaste dos componentes da prensa.
 - Se o material sólido for muito compacto ou difícil de ser penetrado pelo solvente, a eficiência do processo pode ser reduzida, já que a pressão aplicada pode não ser suficiente para garantir uma boa extração.
 - : O material sólido após a filtragem pode ser um resíduo que precisa ser tratado ou descartado adequadamente, o que pode aumentar o custo e o impacto ambiental do processo.
 - O uso de filtro prensa requer uma infraestrutura dedicada e espaço para instalação e operação do equipamento, o que pode ser uma limitação em algumas plantas de processamento.
 - Dependendo da natureza do processo, pode ser necessário usar grandes volumes de solventes, o que implica em custos adicionais e pode aumentar o risco de impactos ambientais se não for feita uma recuperação eficiente do solvente.
 
 
 Extração em vasos agitados 
 É um processo de extração em que o material sólido é colocado em um vaso ou recipiente e agitado para melhorar o contato entre o solvente e o material sólido, facilitando a extração do soluto. É eficiente para a extração de solutos de materiais sólidos, proporcionando uma alta taxa de extração e permitindo um bom controle das condições operacionais. Esse método é comumente utilizado para separar substâncias de materiais como minérios, biomassa, alimentos e compostos bioativos. Vantagens  - A agitação contínua melhora o contato entre o sólido e o solvente, aumentando a taxa de extração, especialmente quando comparado a processos mais estáticos, como a extração em pilha.
 
 - O processo permite o controle das condições de agitação (velocidade e tempo), temperatura e concentração de solvente, otimizando a eficiência da extração.
 - Pode ser usado para uma ampla variedade de materiais e solventes, adaptando-se a diferentes tipos de extração, como extração de compostos farmacêuticos, óleos essenciais de plantas, ou substâncias de alimentos.
 - A extração em vasos agitados pode ser dimensionada para diferentes capacidades, desde pequenas operações laboratoriais até processos industriais em larga escala.
 
 Desvantagens  - A agitação contínua requer o consumo de energia, o que pode aumentar os custos operacionais, especialmente em processos em larga escala.
 
 - Em grandes volumes de material, o processo pode se tornar menos eficiente devido à dificuldade de manter o controle homogêneo em grandes tanques de agitação, o que pode resultar em extração desigual.
 - Grandes volumes de solvente podem ser necessários, o que pode gerar custos elevados e preocupação ambiental caso o solvente não seja devidamente reciclado ou tratado.
 
 
 EXTRAÇÃO EM ESTADO ESTACIONÁRIO
 Como ocorre a extração em estado estacionário
 A extração em estado estacionário sólido-líquido é um método utilizado na purificação e separação dos componentes de uma mistura. A partir deste método é possível isolar um componente puro a partir de uma mistura, através da separação deste componente dos outros constituintes. Além deste método, vários outros podem ser usados para esta finalidade, baseados nas diferenças de propriedades físico-químicas dos componentes da mistura, por exemplo, sublimação, filtração, decantação, evaporação, vários tipos de destilação para a purificação de compostos líquidos, recristalização. No processo de extração contínua, transfere-se o material a ser estudado de um sistema sólido (por exemplo, uma planta) para uma fase líquida. A Figura 1 mostra um esquema de um equipamento para a extração contínua usando um aparelho de Soxhlet. O solvente é aquecido no balão até entrar em ebulição. O vapor formado sobe pelo tubo lateral até o condensador, onde sofre condensação, gotejando no extrator e cobrindo o cartucho. Quando o nível do solvente atingir o sifão, o solvente é sifonado pelo braço lateral, levando consigo as substâncias solúveis. O processo se repete enquanto o sistema ficar em aquecimento (algumas horas), com o objetivo de enriquecer o solvente no componente que se deseja separar. Após resfriamento, o solvente pode ser evaporado por destilação e reciclado. Vários solventes podem ser usados sucessivamente, aumentando a polaridade, para a extração de uma mesma amostra. Cada fração contendo substâncias de polaridades diferentes poderá ser analisada posteriormente (atividade biológica, purificação por cromatografia, etc). O processo é usado quando se quer evitar o uso de grandes quantidades de solvente para extrair pequenas quantidades de material. Usando o Soxhlet, uma quantidade mínima de solvente é suficiente para uma extração eficiente. Uma pequena desvantagem é que a temperatura do líquido no extrator é diferente do seu ponto de ebulição. Portanto, a extração com um líquido em temperatura menor é um pouco mais demorada [pic 2] Figura 1. Esquema de um sistema para extração utilizando Soxhlet. Tipos de extração em estado estacionário 
 Extração em vasos agitados 
 A extração em vasos agitados é um processo comum de extração em que o material de origem (geralmente sólido) é agitado em um líquido (solvente), promovendo a troca de compostos entre as fases. Esse processo é eficiente para a extração de compostos solúveis que estão na fase sólida. A agitação do vaso aumenta a área de contato entre o sólido e o líquido, acelerando o processo de extração. A etapa pode ser feita em batelada ou de forma contínua, dependendo da aplicação. Vantagens: - Boa eficiência na extração de compostos solúveis.
 - Possibilidade de controlar a temperatura e a agitação para otimizar a extração.
 
 Desvantagens: - Consumo de energia devido à agitação.
 - A necessidade de controlar a temperatura e o tempo de extração.
 
 
 Extração em sementes de vegetais 
 Este tipo de extração é utilizado para extrair óleos essenciais, lipídios ou outros compostos bioativos de sementes vegetais. As sementes, que contêm substâncias lipossolúveis, são submetidas a processos como prensagem (mecânica) ou extração por solvente. O solvente utilizado dissolve os compostos desejados das sementes, que podem então ser separados e purificados. Esse tipo de extração é muito comum na indústria de óleos vegetais, essências e na produção de biocombustíveis. Vantagens: - Eficiência na extração de compostos lipofílicos.
 - Pode ser feito com solventes naturais ou com processos de prensagem a frio.
 
 Desvantagens: - A extração por solvente pode deixar resíduos de solvente no produto final.
 - Em alguns casos, pode ser necessária uma pré-tratamento das sementes, como a secagem ou moagem, para aumentar a eficiências
 
 
 3. REFERÊNCIAS https://www2.ufjf.br/quimica/files/2018/03/Aula-6-Extra%c3%a7%c3%a3o-Cont%c3%adnua-S%c3%b3lido-L%c3%adquido-4 http://livresaber.sead.ufscar.br:8080/jspui/bitstream/123456789/2760/1/TS_Badino_BalancoMassaEnergia Levenspiel, O. (1999). Engineering Chemical Kinetics. 3rd edition. John Wiley & Sons. FOUST, Alan S. Princípios das operações unitárias. 2. e d. Rio de Jane iro, RJ: LTC, 1982.  
 
 
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