Incineração

1. Incineração de Resíduos Sólidos

Incineração de resíduos sólidos é a queima desses resíduos em fornos e usinas próprias, podendo ou não gerar energia. As vantagens desse processo são a redução do volume inicial dos resíduos em até 97% através da combustão, a destruição de microrganismos encontrados principalmente no lixo hospitalar e industrial que podem causar doenças e a esterilização de substâncias encontradas nos lixos químico, tóxico e eletrônico. Após todo o processo de queima, sobra a escória (cinzas) que é encaminhada através de caminhões para os aterros sanitários.

1.2.1 Breve histórico da Incineração no contexto Mundial e Nacional

No Brasil o processo de incineração tornou-se obsoleto, transmitindo muitas vezes uma imagem de poluição, danos à saúde e ao meio ambiente. Em contrapartida, em países como a Alemanha, Japão, Suíça, Estados Unidos, entre outros, essa imagem foi revertida positivamente, ocasionando a construção de vários incineradores que serão utilizados para produção de energia térmica.

Em 1876, foi construído em Manchester na Inglaterra o primeiro incinerador de resíduos sólidos urbanos, suas atividades ficaram em operação por 27 anos aproximadamente. No Brasil, o primeiro incinerador municipal de resíduos domiciliares foi instalado em Manaus no ano de 1896 e desativado em 1958 por falta de manutenção.

A evolução da incineração acontece em 4 fases: primeira geração (1950 – 1965) ainda tem como principal função a redução do volume de resíduos; segunda geração (1965-1975) surgem as primeiras medidas de proteção do meio ambiente e os primeiros incineradores de câmara dupla; a terceira geração (1975-1990) é caracterizada pelo avanço de novas tecnologias voltadas a produção energética e a poluição; na quarta e última geração começam a surgir grupos ativistas que são contra esse tipo de processo, com isso surge também novas tecnologias de reciclagem permitindo que os resíduos possam ser dispostos novamente no meio ambiente sem causar nenhum dano.

1.2.2 São Paulo e seus incineradores

A história dos incineradores em São Paulo começa nas décadas de 1910 e 1920, quando surge a necessidade de uma destinação adequada para o lixo, que em sua grande maioria era depositado nos famosos lixões (depósitos a céu aberto).

O primeiro incinerador construído na capital Paulista com tecnologia americana foi o Incinerador do Araçá em 1913, próximo ao Cemitério do Araçá, sua localização atual seria o viaduto da Avenida Doutor Arnaldo sobre a Av. Sumaré. Tinha capacidade para queimar 40 toneladas de lixo por dia, seu foco principal era a incineração de resíduos hospitalares e lixo contaminado por doenças infectocontagiosas. Por estar inserido em um bairro residencial e devido ao grande aumento de resíduos coletados, o incinerador encerrou suas atividades em 1948 e foi demolido em 1953.

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Figura 03: Incinerador do Araçá (1914) . Acessado em 01 set. 2015.

Com o aumento da população, uma destinação para os resíduos urbanos se fazia cada vez mais necessária. Para resolver esse problema foram construídos três novos incineradores na cidade de São Paulo.

O Incinerador Pinheiros, foi inaugurado em 1949, sua tecnologia americana o tornava o mais moderno da época, sua capacidade era muito maior que o Incinerador do Araçá, 200 toneladas de lixo por dia, sua chaminé tem 42 metros de altura. Sendo desativado em janeiro de 1989.

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Figura 04: Incinerador Pinheiros, inaugurado em 1949.

Em 2001 a Prefeitura e o Grupo abril, iniciaram um processo para recuperação do terreno que abrigava o antigo incinerador localizado na Rua do Sumidouro, a intenção era transformá-lo em uma praça pública.

Em novembro de 2008, foi inaugurada a Praça Victor Civita, para que isso se tornasse possível tanto o terreno quanto o incinerador, passaram por um longo processo de descontaminação. O antigo edifício foi reformado e se tornou o Museu da Reabilitação.

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