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Resenha Teoria da Contabilidade

Por:   •  6/7/2020  •  Resenha  •  1.797 Palavras (8 Páginas)  •  316 Visualizações

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Resenha critica: O desenvolvimento histórico da contabilidade, contexto atual e o futuro da ciência.

A primeira idéia da origem da contabilidade, segundo historiadores, surgiu na pré-história e estava relacionada com a necessidade de realização do controle da propriedade, daquilo que pertencia ao homem, ou seja, o seu patrimônio. Desde então, a contabilidade vivenciou profundas transformações econômicas, sociais, culturais e políticas; estas transformações influenciaram sobremaneira a ciência contábil, principalmente no que se refere a sua forma prática (Niyama, 2014).

        Nesse contexto de transformações, fatores como o desenvolvimento da escrita, do comércio e da produção, acompanhados pelo acúmulo de capital nas civilizações, influenciaram fortemente o desenvolvimento do sistema de registro das atividades econômicas, assim como a crescente necessidade de se gerar informações financeiras (Berisha;Asllanaj, 2017).

        Apesar de não se saber quem inventou a contabilidade, a história e a literatura contábil entendem que o seu principal sistema de escrituração, o de partidas dobradas, surgiu no período da Renascença, especificamente na região norte da Itália. De fato alguns registros da literatura remontam sistemas completos de escrituração contábil encontrados em uma empresa de mercadores na cidade de Florença, nos anos de 1299 e 1300 e em arquivos municipais na cidade de Gênova, em 1340. Entretanto, tanto a literatura e a história da contabilidade atribuem ao Frei Franciscano, o irmão Luca Pacioli, como sendo o primeiro codificador da contabilidade, especificamente, por causa do seu livro intitulado Summa de arithmetica, geometrica, proportioni et proportionalitá, de 1494, no qual encontrava-se uma seção sobre o sistema de escrituração por partidas dobradas, chamada de Particularis de Computis et Scriputuri, por esse “feito”, Luca Pacioli é reconhecido até hoje como o “pai da contabilidade”.

        Vale ressaltar que a contabilidade moderna nasceu na Itália, tendo em vista uma série de avanços na matemática, que surgiram por uma migração de conhecimentos levados da Índia à Europa pelos Árabes, e também pela variedade do progresso tecnológico ocorrido na China e o enfraquecimento do sistema feudal na Europa por conta das guerras e doenças.

        Os ensinamentos básicos do Frei Luca Pacioli com relação à contabilidade, ainda estão presentes no pensamento da ciência atual, em sua época, ele já descrevia o sistema de partidas dobradas como sendo um lançamento contábil que realizava a comparação de saldos de contas, onde de um lado esquerdo ter-se-ia a soma de débitos e de um lado direito a soma de créditos, essas somas deveriam ser iguais ao final da apuração para que o comerciante tivesse realizado uma boa contabilidade de seus negócios (Hendriksen;Breda, 1999).

        Nesse contexto, devemos entender e nos conformarmos com a idéia de que o sistema de partidas dobradas surgiu com Luca Pacioli ? A resposta é que apesar desse reconhecimento e dos ensinamentos sobre o sistema de partidas dobradas, muito se discute ainda na literatura contábil sobre a real origem dele, sabe-se que Luca Pacioli, apesar de ser considerado o “pai da contabilidade”, apenas  descreveu e explicou em seu livro como funcionava um sistema que já existia na prática dos comerciantes italianos. Esse fato é tão verdade que o próprio frei explica que não foi ele quem inventou o método, apenas o elaborou como método veneziano, recomendado e que poderia ser utilizado como orientação para o gerenciamento dos negócios (Berisha;Asllanaj, 2017).

        Em face do advento das grandes navegações, surgiram as primeiras empresas de capital conjunto, elevando o patamar da prática contábil. Isso porque os lucros das viagens eram computados e distribuídos entre os seus investidores, havia riqueza, interesses financeiros. É nesse período que se solidificou o sistema de partidas dobradas, bem como outros termos contábeis tão conhecidos atualmente, a exemplo do lançamento no livro diário, no razão, o balancete, as demonstrações de resultado etc. Todos esses fatores contribuíram para o devido reconhecimento da contabilidade e para o surgimento da primeira escola do pensamento contábil, a escola contista. Posteriormente, várias correntes do pensamento contábil começaram a surgir, as principais foram o Personalismo, o Neocontismo, o Controlismo, o Aziendalismo e o Patrimonialismo, cada uma teve sua contribuição para a evolução da contabilidade. As principais escolas que influenciaram a contabilidade foram as européias, principalmente a italiana, com uma natureza mais teórica e a escola norte americana com um viés mais prático, esse período da contabilidade ficou conhecido como período cientifico geral.

        Com a Revolução Industrial, liderada por países como os Estados Unidos da América e a Inglaterra, as grandes empresas se expandiram e assim a figura do proprietário na condução dos negócios foi sendo diminuída. Passou a existir então um administrador que gerenciava a empresa enquanto os proprietários e os investidores alocavam os seus recursos financeiros necessários a produção, estes ficavam recebendo depois seus respectivos dividendos, foi dessa forma que surgiu as sociedades por ações.

        Essa mudança de paradigma também proporcionou relevantes mudanças na contabilidade, a medida que outros agentes econômicos (investidores, auditores) começavam a fazer parte da cadeia produtiva da riqueza industrial, a contabilidade ia suprindo as diversas demandas contábeis que passavam a existir, a exemplo de gerar informações gerenciais sobre os custos das produções, avaliação dos estoques, gerar informações financeiras e sobre a administração da empresa para os investidores, evidenciar o retorno sobre o capital empregado e auditorias obrigatórias (Junior; Nascimento, 2009).

        O fluxo de capital estrangeiro, principalmente aquele advindo da Inglaterra, para investimentos nos Estados Unidos, elevou novamente o patamar da história da contabilidade, trazendo a figura dos auditores para a contabilidade norte americana. De início eles eram os contadores britânicos que iam para os Estados Unidos verificar como estavam os seus negócios e investimentos, posteriormente, em 1885, já fundava-se a primeira empresa totalmente americana de auditoria, a Haskins and Sells, atualmente a Delloite & Touche. Assim, a profissão contábil nos Estados Unidos foi se organizando e pouco mais tarde, houve a criação dos American Association of Public Accountants que futuramente viria a se tornar o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) e assim, deu-se inicio ao que na literatura contábil hoje se conhece pelo chamado século dos CPAs (Lopes; Martins, 2017).

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