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Guasqueiro

Artigo: Guasqueiro. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  31/3/2014  •  Artigo  •  558 Palavras (3 Páginas)  •  373 Visualizações

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Chama-se "guasqueiro" no Brasil, "guasquero" ou "soguero" no Uruguai e na Argentina o artesão que usa como principal matéria prima de seus trabalhos o couro cru, couro vacum sem ser curtido.

A palavra guasqueiro vem de "guasca" que no dialeto "quechua" significa pedaço ou tira de couro cru, sendo o guasqueiro, aquele que faz trançados exclusivamente com este material.

A origem deste ofício, remonta o período de colonização espanhola e portuguesa na América do sul, quando o “gaúcho histórico” começava a se desenhar nos campos do Rio Grande do Sul e dos países do Prata, caçando o gado selvagem abandonado pelos jesuítas espanhóis, surgia o trabalho do guasqueiro, que era o de fabricar artigos de couro para montaria.

Aproveitando a abundância de couro vacum e cavalar na região, o gaúcho que vivia sob o lombo de um cavalo, passou a desenvolver suas próprias técnicas na feitura de utensílios de montaria.

A partir da cultura eqüestre, herdada de portugueses e espanhóis com suas raízes Árabes, aliado a arte de marinharia e sem esquecer da influência indígena, nasce um tipo de trabalho único, dado a complexidade e diversidade de suas técnicas, assim como o esmero na busca da beleza estética.

Entre uma correria de gado e outra, entre uma guerra e outra, os primeiros gaúchos viviam períodos de ócio, tempo necessário para desenvolverem intrincados e complexos trançados de couro, destinados não somente para deter e guiar a sua montaria, mas também embeleza-la, já que era no cavalo e seus aperos que demonstravam seu orgulho e na maioria das vezes sua única fortuna pessoal.

Com a divisão dos campos em estâncias, o gaúcho tornou-se peão de campo, e o oficio dos guasqueiros manteve-se vivo em seu dia-dia, fabricando as ferramentas de trabalho. Não foram poucos os que se dedicaram exclusivamente à profissão de guasqueiro, e passaram a fabricar os “preparos ou aperos”, como são chamados o conjunto de peças necessárias no trabalho a cavalo.

Alguns destes guasqueiros passaram a receber inúmeras encomendas e tornaram-se famosos em suas regiões, seja pela resistência e durabilidade de seus trançados de trabalho, ou pela delicadeza e refinado gosto nos aperos de luxo, para os dias de festa.

No séc. XX, o guasqueiro tradicional assim como o próprio gaúcho, viveu seu período de decadência. Com o fracionamento das estâncias e a diminuição de suas áreas, reduziu-se também a quantidade de trabalhadores, o que consequentemente refletiu nos guasqueiros, assim como também a substituição do couro cru, pela fibra sintética.

Diferente desta realidade, na Argentina, por questões econômicas e principalmente por uma retomada do nacionalismo e acima de tudo do tradicionalismo gaucho, já em fins do séc.XIX, o ofício dos guasqueiros passaria a ser valorizado como uma identidade regional, e suas peças começavam a figurar em coleções particulares e museus, o que lhes deu notoriedade e garantiu a sobrevivência do ofício.

Nos dias de hoje, a exemplo do país vizinho, o Brasil e principalmente os rio-grandenses, começam a ver com outros olhos o trabalho do guasqueiro. Com o crescimento dos criatórios de cavalo crioulo e o renascimento de um novo tradicionalismo, que busca não somente autenticidade mas compreender sua essência, o guasqueiro volta a ativa e com força

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