FBG

Um dia depois de Uribe anunciar oficialmente suas aspirações ao Senado, os seguidores de Santos relançaram a Fundação Bom Governo (FBG), uma organização não governamental criada pelo atual presidente em meados dos anos 1990. Inicialmente concentrada em conduzir debates de políticas públicas, a FBG é hoje totalmente dedicada a apoiar a candidatura de Santos à reeleição. Isto provocou críticas, em particular dos seguidores de Uribe e do procurador-geral de justiça, Alejandro Ordoñez. Segundo Ordoñez, a presença de Santos no lançamento da FBG é ilegal. Isso porque é proibido que um presidente participe de qualquer evento eleitoral até o anúncio formal de sua candidatura. O presidente garantiu aos críticos que a FBG só tinha "objetivos acadêmicos" – e ele vai esperar até o final de novembro (como exige a lei) para anunciar formalmente se vai disputar um segundo mandato.

Além disso, o relançamento da FBG salienta os atritos entre filiados da coalizão de governo, a Unidade Nacional (UN). Em particular, o Partido Liberal e o Partido Da União Nacional – os dois maiores da UN – alegam que o chefe da FBG, Germán Vargas (um ex-ministro de Santos), a está usando para favorecer sua própria legenda, Cambio Radical [Mudança Radical], nas próximas eleições legislativas. Também houve sugestões de que Vargas, que segundo pesquisas recentes venceria qualquer outro candidato, inclusive Santos, na próxima corrida presidencial, está buscando reforçar sua posição no caso de o atual presidente desistir da disputa. No entanto, esse cenário é hoje extremamente improvável.

Paralelamente a esses acontecimentos, o partido de Uribe, o Centro Democrático (CD), de direita, tem sido o foco de uma nova controvérsia. Informações sobre os 50 candidatos do CD para o Senado começam a surgir, salientando potenciais ligações entre alguns destes e grupos ilegais (principalmente paramilitares). Este tem sido um problema constante para Uribe ao longo dos anos, embora seja improvável que prejudique suas aspirações eleitorais.

...