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A ORIGEM DO MAL

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Por:   •  30/9/2013  •  1.492 Palavras (6 Páginas)  •  636 Visualizações

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A ORIGEM DO MAL .

Procurei o que era a maldade (o mal) e não encontrei uma substância, mas sim uma perversão da vontade desviada da substância suprema – de Vós, ò Deus – e tendendo para as coisas baixas: vontade que derrama as suas entranhas e se levanta com intumescência. (Agostinho, Aurélio. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 190).

INTRODUÇÃO

O tema do presente estudo, apesar de receber um nome pouco conhecido, traz à tona uma questão notória e que inquieta a todos: o problema do mal, de onde ele se originou e, principalmente, o que Deus tem a ver com ele.

Por que o mal existe? Qual a razão de Deus tolerá-lo? Tais perguntas fizeram parte da vida e dos pensamentos de todos os homens que creram e dos que creem em um “Deus soberanamente bom e justo”. A própria Bíblia traz exemplos de homens de Deus que O questionaram sobre esse tema:

“Tu (Deus) és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Habacuque 1.13)

“Mas Gideão lhe respondeu: Ai, Senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto [mal, adversidade] nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém agora o SENHOR nos desamparou, e nos deu nas mãos dos midianitas.” (Juízes 6.13).

TEORIAS A RESPEITO DO MAL

Muitas teorias têm apontado que o mal no mundo é fruto da concorrência de dois deuses finitos (maniqueísmo), outros negam totalmente a existência do mal e ainda outros propõe a existência de um deus finito.

Entretanto, citando mais uma vez o Dr. W. Gary Crampton:

“Estas teorias, é claro, estão longe de ser uma teodicéia bíblica. A Bíblia deixa muito claro que o mal não é ilusório. O pecado é real; provocou a queda do homem e a maldição de Deus sobre todo o cosmos (Gn. 3). Também Deus não deve ser visto como menos que uma divindade onipotente e onisciente. Ele é o Criador ex nihilo do universo (Gn. 1:1 e Hb. 1.1-3). Mais ainda, o fato de Deus ser o Criador e Sustentador de todas as coisas vai de encontro a qualquer forma de dualismo. Deus não sofre nenhuma concorrência (Jó. 33.13).”

Explicação:

1. ex nihilo – do latim, que significa do inexistente, do nada.

Portanto, se não há possibilidade da existência de dois deuses (um bom e outro mal, que duelam em nível de igualdade), nem de Deus ser finito, e se o mal realmente existe, deve haver uma explicação para o mal existir, e de que Deus não é seu autor, nem com ele concorda.

O MAL ORIGINADO DA CRIATURA E NÃO DO CRIADOR

Outra abordagem sobre o assunto trouxe Aurélio Agostinho (354 – 430), que ele formulou através de suas lutas contra o sistema gnóstico e sua evolução: o maniqueísmo. Esse cristão fervoroso cria convictamente que tanto a criação, quanto a redenção eram obras do mesmo Deus, desta maneira, seria loucura pensar que o mal teria sido criado junto com as demais obras de Deus, pois isso colocaria em Deus a raiz do mal.

Conforme Agostinho o mundo fora criado por Deus em uma condição de perfeição absoluta, entretanto, o homem, por fazer mal uso de sua liberdade, condenou a si mesmo e ao mundo à corrupção pelo mal.

È o que ele diz em sua obra Confissões, nas seguintes passagens:

“Quem há mais inocente que Vós [Deus], pois são as próprias obras que prejudicam os pecadores? (…) mas que repouso seguro há fora do Senhor?”

“Assim que a alma peca, quando se aparta e busca fora de Vós o que não pode encontrar puro e transparente, a não ser regressando a Vós de novo.”

Contudo, para que o homem pudesse fazer mal uso de sua liberdade e escolher o mal, este “mal” deveria existir precipuamente [anteriormente] à humanidade. Agostinho apontou que o “mal anterior”, foi a tentação realizada por Satanás sobre Eva e Adão, logo, Deus não poderia ser considerado o responsável pelo mal.

De onde, então, veio Satanás, posto que é uma criatura de Deus, e se Deus cria todas as coisas boas, por indução não poderia ter criado um Diabo?

Agostinho aponta que Deus criou Satanás como um anjo perfeito e sem traço de maldade, mas esse anjo quis se tornar semelhante a Deus, e dele veio a rebelião na qual hoje se encontra o mundo.

A pergunta que viria em seguida seria: Como um anjo, criado bom e perfeito, poderia ter se tornado mal? Segundo o Dr. Alister E. McGrath “Agostinho parece ter se calado em relação a esse ponto”.

A ORIGEM DO MAL EM SATANÁS

Como havia pensado anteriormente Agostinho, Calvino localizou a origem do mal no mundo como proveniente de Lúcifer que, pecando, tornou-se Satanás, segundo o próprio Calvino ensina:

“Como, porém, o Diabo foi criado por Deus, lembremo-nos de que esta malignificência que atribuímos à sua natureza não procede da criação, mas da depravação. Tudo quanto, pois, tem ele de condenável, sobre si evocou por sua defecção e queda. Pois visto que a Escritura nos adverte, para que não venhamos, crendo que ele recebeu de Deus exatamente o que é agora, a atribuir ao próprio Deus o que lhe é absolutamente estranho. Por esta razão, Cristo declara [Jo. 8.44] que Satanás,

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