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Ano do Laicato 2018

Por:   •  30/4/2018  •  Resenha  •  607 Palavras (3 Páginas)  •  281 Visualizações

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Protagonismo do cristão leigo: um caminho ainda a ser percorrido

        O Concílio Vaticano II abriu as portas para o protagonismo leigo na vida da Igreja. Assim, coloca-o como sujeito da evangelização. Além do mais, dá a devida centralidade ao Batismo e oferece igual dignidade batismal aos membros do Povo de Deus (leigos/as, religiosos/as, diáconos, presbíteros e bispos). Entretanto, se voltarmos à história, veremos que isso entra em choque com a eclesiologia que apresentava o clero como principal agente da evangelização.

Para que o “protagonismo leigo” avance, a Igreja precisa quebrar alguns paradigmas no que diz respeito ao clericalismo. Alguns cristãos leigos e leigas não estão incluídos inteiramente na vida eclesial. Mesmo batizados e membros do Povo de Deus, não encontram espaço para evangelização em alguns lugares.

        O Ano do Laicato veio como mais uma tentativa de fazer do cristão leigo um apaixonado seguidor de Jesus, para que onde estiver consiga vivenciar as dimensões messiânicas próprias da vida batismal, quais sejam o sacerdócio, o profetismo e a realeza. Os estudos realizados pela Igreja no Brasil que tiveram como resultado o documento 105 – “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade” – mostram uma nova tentativa de animação laical, para que o leigo, como responsável pela evangelização, seja “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5, 13-14).

        Para que o cristão leigo assuma bem seu compromisso evangelizador, deve ter como fonte inesgotável de espiritualidade a Palavra de Deus; conhecer as Escrituras é transmitir essa Palavra, e desconhecê-la é ignorar o próprio Cristo. Essa dimensão profética nos ajuda a anunciar o Pão da Palavra, sem perder de vista as necessárias interpretações adequadas dos textos bíblicos, para que a Palavra seja a “alma da própria evangelização e do anúncio de Jesus a todos” (DAp, 248).

        Infelizmente, a ação evangelizadora da Igreja ainda não conseguiu fazer com que o leigo ocupe aquele espaço que já lhe fora concedido no Concílio Vaticano II, que o deixou à margem do protagonismo que lhe é próprio. Também em consequência disso os cristãos leigos não fizeram um verdadeiro processo de iniciação à vida cristã. Mesmo que recebam os sacramentos, o encontro profundo com o próprio Cristo Ressuscitado deixa um pouco a desejar, pois assumir o seguimento de Jesus na vida da Igreja e na sociedade, na grande maioria das vezes, não se sustenta. O ser chamado e ter a responsabilidade para assumir a missão de mudar a sociedade a partir dos valores do Evangelho, buscando a paz, a justiça e a fraternidade entre todos, é algo ainda a ser melhorado para que tenhamos uma “Igreja em saída” e menos clericalista.

        Por fim, que o Ano Nacional do Laicato possa ajudar a nós, cristãos leigos e leigas, a assumirmos nosso lugar no ambiente eclesial e na sociedade, a fim de avançarmos na construção de uma Igreja Povo de Deus, fiéis sempre a Cristo Jesus e comprometidos com os seus ensinamentos de escutar as súplicas dos pobres; que sejamos encarregados de lutar pela dignidade humana, pela vivência do amor e pela prática do diálogo, para que tenhamos um mundo cada vez mais fraterno e pacífico.

Bruno Moreira Silva

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