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Milagres Existem?

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Por:   •  21/3/2015  •  2.017 Palavras (9 Páginas)  •  167 Visualizações

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Milagres existem?

Uma das argumentações que eu mais ouço de religiosos quando estes ficam sabendo a respeito do meu ateísmo é que eu não creio em Deus porque eu nunca testemunhei as maravilhas que ele,dizem não é mesmo, é capaz de realizar. E não raramente, segue-se a isso um longo detalhamento de milagres realizados pela entidade divina em questão na congregação que a pessoa frequenta.

A crença em milagres é provavelmente tão antiga quanto a própria religião. A grande maioria das pessoas que seguem um sistema religioso organizado afirma sem a mínima sombra de dúvidas que milagres existem e alguns dirão inclusive que já testemunharam ou até mesmo já foram beneficiados por algum.

Por definição, milagres são acontecimentos extraordinários que desafiam as leis da natureza. Para a maior parte dos religiosos eles são atribuídos à onipotência divina e geralmente têm propósitos específicos, como recompensar alguém por seu excesso de fé ou desafiar a falta dela em algum descrente.

Acredito que a ocorrência que se atribua mais comumente a milagres seja a cura de doenças. Não é difícil conhecer alguém que sofria de algum mal e, depois de comparecer a algumas sessões do culto de sua escolha, repentinamente se viu livre da moléstia. Mas eles também podem ser atribuídos a outros acontecimentos, desde os mais inócuos, como estátuas que choram ou imagens santas aparecendo em lugares inesperados aos mais extraordinários, como membros amputados sendo restaurados ou mortos ressuscitando.

Milagre!

Mas o que a ciência tem a dizer a respeito de milagres?

Para os cientistas, até hoje nenhum milagre foi comprovado. Quando submetidos ao escrutínio das investigações científicas, todos os fenômenos que se consideravam milagrosos acabavam possuindo explicações naturais, algumas até simples. E por mais que os religiosos insistam no contrário, o fato é que acreditar que se está observando um milagre não faz com que eles realmente existam.

Normalmente a atribuição de miraculoso a algum fenômeno que não se compreende por completo decorre de três situações complementares e progressivas: a falta de conhecimento, o otimismo exagerado e o engano fraudulento.

O primeiro degrau para a crença em milagres, a falta de conhecimento, deve ser o mais comum motivo para se acreditar neles e acaba sendo indiretamente responsável pelos outros dois. É isso que faz com que o ser humano atribua ao sobrenatural tudo aquilo que ele ainda não detém conhecimento para explicar de maneira racional.

Exemplos desse tipo de comportamento podem ser observados desde o início da civilização humana, em praticamente todos os povos. Os nórdicos atribuíam a ocorrência de relâmpagos e trovões ao deus Thor, quando este percorria os céus em uma carruagem puxada por dois bodes. Já os gregos acreditavam que os trovões vinham de Zeus, o deus controlador dos céus. E certas tribos indígenas brasileiras afirmavam que os raios e relâmpagos eram manifestações do deus Tupã, que representava o sopro de vida.

Anos mais tarde, quando descobriu-se que os relâmpagos eram apenas uma descarga elétrica produzida entre duas nuvens ou áreas eletricamente carregadas e que eles podiam inclusive ser reproduzidos em menor escala, as explicações sobrenaturais para este fenômeno tornaram-se desnecessárias e foram descartadas. No entanto, antes de se adquirir este conhecimento, creditava-se o evento a ações realizadas diretamente pelas divindades, o que, no fim das contas, relegava-os à mesma categoria dos milagres.

Milagre?

O segundo passo, o otimismo exagerado, também decorre da falta de conhecimento, mas adiciona-se à situação um outro componente relevante: o firme desejo de se acreditar em uma intermediação divina proposital. Aqui, não só se acredita na atuação da divindade em algum caso, mas também que ela age em prol de determinada pessoa ou causa. Deus não apenas contorna as leis naturais por um momento, como ele o faz porque se pediu com fé suficiente que ele fizesse isso. É uma espécie de autoengano.

Esse tipo de pensamento não é estritamente necessário para se promover uma crença religiosa. Mas é fácil perceber porque ele é incentivado pela maioria das religiões que disputam fieis. Afinal, para que serve um Deus bom e poderoso se na hora da dificuldade ele não puder fazer efetivamente nada em seu benefício?

Nesse ponto é curioso perceber como praticamente todas as religiões majoritárias do mundo afirmam que milagres são executados em favor de seus fiéis, embora possuam crenças incompatíveis umas com as outras. Essa afirmação é importante para fazer com que os seguidores de determinada congregação se sintam especiais, imaginando terem escolhido a crença correta.

E isso leva ao passo número três para a crença em milagres: a fraudulência.

Percebendo como a crença na intervenção divina faz com que o arrebanhamento de fiéis aumente, e aproveitando a propensão das pessoas a se autoenganarem quando se deparam com situações aparentemente inexplicáveis, muitos líderes religiosos encenam situações “milagrosas” em suas congregações. Alguns chegam até ao cúmulo de contratar atores ou empregar truques e ilusões em seus cultos para simular milagres acontecendo ao vivo.

Recentemente tivemos um claro exemplo disso com a pastora Elizabete Batista, da Igreja Graça de Cristo, que gravou um vídeo onde ela supostamente retira milagrosamente um tumor do rosto da cantora Baby do Brasil:

É claro que a retirada do tumor está longe de ser um verdadeiro milagre, não passando de um ardil feito para enganar os presentes ao culto. Os detalhes de como o truque é elaborado já foram até revelados pelo Pastor Adélio em seu canal do Youtube.

Exemplos como este estão longe de serem casos isolados e também não são exclusivos dos evangélicos. Há pouco mais de uma semana o papa João Paulo II foi canonizado no Vaticano por supostamente ter realizado dois milagres, curando uma mulher costa riquenha de um aneurisma cerebral e uma freira francesa do mal de Parkinson.

O comitê de médicos contratados pelo Vaticano para investigar os casos não conseguiu explicá-los plenamente e pronto, eles foram considerados como milagres pela Igreja Católica. O que me deixa curioso para saber o porquê de o próprio Santo Padre não ter se curado da doença que o afligia, já que ele próprio sofria do mal que supostamente ajudou a curar na irmã francesa

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