Perseguição aos Cristãos

Perseguição aos Cristãos

"De fato, todos os que desejarem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos."

Quando Paulo faz essa declaração em sua segunda carta a Timóteo, ele já afirma onde vivem os perseguidos por causa de Cristo: em qualquer lugar. Onde houver alguém que se comprometa a seguir a Jesus de coração, ali haverá um cristão perseguido.

De acordo com o Artigo 18 da Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948, "Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular".

No entanto, de acordo com o Pew Research Center, quase 75% da população mundial vive em áreas com graves restrições religiosas. Muitas dessas pessoas são cristãs. A perseguição aos cristãos consiste em qualquer hostilidade vivenciada como resultado da identificação de uma pessoa com Cristo, incluindo palavras e atitudes hostis, dirigidas contra elas unicamente por causa de sua fé em Jesus.

Perseguição X Liberdade Religiosa

A perseguição aos cristãos ocorre quando:

- lhes são negados os direitos à liberdade religiosa;

- a conversão ao cristianismo é proibida por conta de ameaças vindas do governo ou de grupos extremistas;

- são forçados a deixar suas casas ou empregos temerosos da violência que pode lhes sobrevir;

- são agredidos fisicamente ou mortos por causa de sua fé;

- são presos, interrogados e, por diversas vezes, torturados por se recusarem a negar Jesus.

Perfil: Cristão Perseguido

No auge do comunismo, encontrar cristãos perseguidos era uma tarefa relativamente simples. Hoje, porém, o maior país comunista do mundo possui a segunda maior população cristã do mundo, enquanto que em nações historicamente cristãs é mais fácil encontrar uma mesquita do que uma igreja bem-frequentada.

Por isso, é importante ter claro o conceito de quem é “cristão” e do que é “perseguição”.

Quem são eles?

Cristão é qualquer um que se identifica como cristão e/ou pertence a uma comunidade cristã que seja definida pelos credos históricos da Igreja (como o “Credo dos Apóstolos”).

Essa definição é, em parte, sociológica e, em parte, teológica. Teologicamente, é considerado cristão aquele que partilha da mesma crença que os demais cristãos ao longo dos séculos, baseada em verdades bíblicas como a trindade, a salvação pela fé e a volta de Cristo.

Sociologicamente, é considerado cristão aquele que se autodenomina assim, bem como aquele que a sociedade chama de cristão, mesmo que não pertença a uma denominação específica, como católico, ortodoxo e protestante.

A situação da Igreja no Oriente Médio ilustra bem essa definição. Na maioria dos países islâmicos há uma Igreja tradicional, instituída há milênios, que segue ritos e tradições do começo da era cristã. Algumas conduzem seus cultos em idiomas antigos, falados pelas comunidades em que tais igrejas foram fundadas, como o siríaco, o assírio e o copta. Além de preservar a língua, essas comunidades cristãs também guardam, por gerações, a cultura e os costumes se seus ancestrais, que são também inseridos em ritos religiosos. Essa mistura entre religião e cultura acontece na maioria dos países orientais, nos quais a religião faz parte da identidade do indivíduo, ao lado de gênero, nacionalidade, tribo e família.

Nesses países islâmicos, há também comunidades denominadas evangélicas. São grupos mais novos, com uma liturgia mais próxima à de nossas igrejas ocidentais. Muitas dessas comunidades são fruto de campanhas evangelísticas européias e norte-americanas ao longo dos séculos 19 e 20. Entre seus membros há estrangeiros e muitos “ex-tradicionais”, além de alguns poucos convertidos.

Há ainda um terceiro grupo: ex-mulçumanos que se convertem. Por causa de toda a pressão que sofrem muitos ex-mulçumanos não fazem parte de nenhuma organização cristã, principalmente aqueles que são cristãos secretos, ou seja, cuja conversão sua família e seus amigos desconhecem. Ex-mulçumanos reúnem-se informalmente em casas, nas quais fazem culto mesclando elementos da igreja tradicional (como os livros de orações) como os da igreja evangélica (como os cânticos)

Os três grupos podem ser considerados cristãos. Cada um deles, a sua própria maneira, tem de lidar com a perseguição religiosa que decorre do fato de serem cristãos.

O que eles sofrem?

E o que é perseguição religiosa? Esse termo apresenta mais desafios na hora de ser definido do que o termo “cristão”. Enquanto a religião da pessoa pode ser comprovada por meio daquilo em que ela crê, não há indicativos claros que definam o que é perseguição. Não se pode pensar apenas em formas extremas de sofrimento, pois, quem definiria o que é extremo ou não? O que é pior: perder o emprego ou sofrer agressão física? Ser preso ou ser expulso de casa e rejeitado pela família? É bastante complicado — se não impossível — responder a essa pergunta objetivamente.

Há que se considerar também todo o contexto social em que determinado incidente aconteceu. Se em um país há uma morte por ano por motivos religiosos, pode-se dizer que lá há tanta perseguição como em outro, no qual dezenas de igrejas são atacadas.

Assim, a abordagem acerca da perseguição é mais teológica do que social. Baseados em Lucas 6.22, cremos que perseguição é a hostilidade que alguém experimenta como resultado de sua identificação com Cristo. Isso pode incluir comportamento, palavras e ações hostis para com os cristãos.

Classificação da Perseguição Religiosa

Onde seguir as palavras do Senhor Jesus pode custar à própria vida: conheça os 50 países em que a perseguição aos cristãos atinge o nível mais elevado. Uma vez que seu chamado é servir os que pagam um alto preço por causa de sua fé em Jesus, esta é a única pesquisa do tipo realizada anualmente em todo o mundo. Ela mede a liberdade que um cristão tem para praticar sua fé.

Trata-se de uma lista que relaciona os 50 países em que os seguidores de Cristo são mais hostilizados,

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