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Predestinação

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Por:   •  14/11/2014  •  Seminário  •  3.829 Palavras (16 Páginas)  •  296 Visualizações

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A predestinação

Prof. Anísio Renato de Andrade

Predestinação – o que é e a quem se refere?

“Predestinar” significa planejar ou determinar o destino. Este verbo se encontra na bíblia apenas nas seguintes passagens:

“Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou”. (Rm.8.29-30).

“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade... Nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade.” (Ef.1.4,5,11)

A teoria calvinista a respeito da predestinação diz que Deus escolheu os que haviam de se salvar e condenou os demais à perdição eterna, independente do desejo dos indivíduos. É bom observar que os textos acima não afirmam tal coisa. Tais declarações calvinistas me parecem contrárias ao ensino bíblico geral bem como ao caráter de Deus expresso na bíblia.

Como podemos compreender a predestinação bíblica e relacioná-la ao livre-arbítrio humano?

Antes da fundação do mundo, Deus já sabia quem haveria de crer em Cristo e quem haveria de rejeitá-lo. Para os que o aceitariam, ele fez um plano. Ele determinou que eles seriam seus filhos, semelhantes a Cristo. A predestinação se baseia na presciência (I Pe.1.2) e não numa escolha soberana de Deus. Predestinar é planejar. Deus tem um plano de salvação, mas isso não significa escolher quem será salvo. Por exemplo, a arca de Noé estava predestinada a flutuar sobre as águas do dilúvio, mas quem seriam seus ocupantes? Era uma questão de decisão individual.

A predestinação bíblica sempre se refere a grupos, conforme observou o Pr. Silas Malafaia. Seus verbos e pronomes sempre estão no plural. O indivíduo deve escolher a qual grupo quer pertencer. Deus predestinou Israel para uma missão: trazer Jesus ao mundo. Também predestinou a igreja para o céu e os ímpios para o inferno.

“Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus”. (Salmo 9.17).

Se considerarmos o versículo acima como uma determinação que deixa o indivíduo sem escolha, então não precisaríamos mais pregar o evangelho, pois todos os ímpios já estão condenados. Sabemos, porém, que cada indivíduo ainda tem chance de deixar a impiedade e se converter ao evangelho. Quando, porém, Jesus voltar, todos os que forem ímpios irão para o inferno e todos os que forem justos irão para o céu, pois assim estava predeterminado, não para o indivíduo mas para o tipo de pessoa que ele escolheu ser.

A doutrina da eleição é bíblica, mas não elimina o livre-arbítrio. Afinal de contas, não se costuma eleger alguém que não deseja ser eleito. A eleição realizada por Deus não foi algo individual, mas coletiva. Cristo é o eleito de Deus e nós fomos eleitos NELE (Ef.1.4). Quem estiver EM Cristo é eleito e todos quantos quiserem podem se incluir nesse grupo. É como alguém que entra para o partido do governo, mesmo após as eleições. O indivíduo usufrui dos efeitos da eleição e governa juntamente com O ELEITO.

Sabemos que Israel era a raça eleita de Deus no Velho Testamento. O que dizer dos cananeus? Sabemos que eram malditos, condenados, predestinados a tudo de ruim que pudesse existir. Contudo, mesmo naquele contexto, um indivíduo cananeu podia escapar da predestinação de seu povo e entrar na predestinação de Israel. Foi exatamente o que aconteceu com Raabe, a meretriz, que se converteu ao Deus de Israel.

A universalidade do pecado humano e da graça divina.

Na epístola ao romanos, Paulo se esforça para demonstrar a universalidade do pecado. Não era admissível que alguém se considerasse uma exceção, como se não fosse um pecador aos olhos de Deus. Da mesma forma, não é admissível que alguém se considere fora do propósito divino de salvação. Pelo que está escrito, entendemos que Paulo consideraria absurda tal idéia. Ele insiste que o pecado atingiu a todos e a salvação também é para todos.

“Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para TODOS e sobre todos os que crêem, porque NÃO HÁ DISTINÇÃO, pois TODOS pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. (Rm.3.22-24).

Se consideramos universal a declaração de “todos pecaram”, não podemos negar a universalidade de todo o contexto, de modo que a graça salvadora e a justificação estejam disponíveis para todos. Sabemos que só os que crêem é que serão salvos, mas todos podem crer. Caso contrário, Jesus não mandaria que se pregasse o evangelho a toda criatura.

Depravação total – incapacidade de crer e decidir?

Os calvinistas afirmam que o ser humano, em seu estado de morte espiritual, não tem condições de crer em Deus nem aceitar sua oferta de salvação. Ao dizerem isso, tem em mente a morte física como padrão. Um cadáver não tem condições de crer nem escolher. Entretanto, a morte espiritual não guarda perfeita semelhança com a morte física, pois, se assim fosse, o fato fato de estarmos “mortos para o pecado” (Rm.6.11) significaria que somos incapazes de pecar. Sabemos que não é assim. Da mesma forma, embora mortos, separados da vida de Deus, os ímpios não são incapazes de se arrependerem, de crerem no evangelho ou de escolherem a vida.

Vejamos o que Jesus disse a um grupo de judeus: “E o Pai que me enviou, ele mesmo tem dado testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua forma; e a sua palavra não permanece em vós; porque não credes naquele que ele enviou. Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; mas não quereis vir a mim para terdes vida.” (João 5.37-40).

Aqueles judeus estavam mortos espiritualmente; tanto é assim, que Jesus lhes ofereceu vida. Entretanto, tal condição de morte espiritual não representava incapacidade de crer, pois Jesus lhes repreendeu por sua incredulidade. Sua morte espiritual também não significava ausência de livre-arbítrio. Jesus lhes disse: “NÃO QUEREIS vir a mim para terdes

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