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Vudu

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Por:   •  7/8/2014  •  Tese  •  942 Palavras (4 Páginas)  •  260 Visualizações

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É uma religião monoteísta tradicional da costa da África Ocidental, da Nigéria a Gana. Vodun/vodu é a palavra na língua gbe para "espírito".

Baseada na relação entre mortos e vivos, a religião leva fama de só se prestar à magia negra.

Tambores em ritmo cada vez mais acelerado. No centro de um terreiro de vodu haitiano, mulheres entregam-se a uma dança frenética. Quando a batucada chega ao ápice, seus olhos ficam vidrados. Então, elas saem rodopiando. E erguem no ar, com aparente facilidade, homes que têm o dobro do seu tamanho. As jovens estão supostamente possuídas. Sem parar de dançar, mastigam pedaços de vidro. Mas parecem ilesas quando termina o ritual. Ao recobrar a consciência, não se lembram de nada.

Descrita no livro “A Serpente e o Arco-Íris”, do antropólogo canadense Wade Davis, essa cena é relativamente comum no vodu, a religião oficial do Haiti. Além de acreditar em antigas divindades africanas, os voduístas creem numa infinidade de outras entidades espirituais – chamadas genericamente de “invisíveis”. O universo vodu é povoado por bruxos e almas potencialmente daninhas. E seus praticantes enxergam magia até nos pequenos detalhes da vida cotidiana. Virar para baixo a fotografia de alguém, por exemplo, pode ser uma maneira de atazanar a pessoa com dores de cabeça.

No cinema, vodu está sempre associado à magia negra. Mas essa fama é injusta. Primeiro, porque seus rituais podem ser usados tanto para o bem quanto para o mal. Depois, porque o vodu não se resume a um instrumento para ajudar ou prejudicar desafetos. No Haiti e no sul dos EUA, onde também é popular, suas praticas e tradições são entendidas como meios de negociar com o sobrenatural. Os espíritos, na concepção dos voduístas, podem ser benéficos ou maldosos, vingativos ou generosos. E é preciso lidar com todos eles ao longo da vida. Sacerdotes vodus, conhecidos como houngans e mambos, geralmente praticam sortilégios benfazejos. Acredita-se, por exemplo, que eles tenham o poder da cura. Já os bokors, ou bruxos, são os que jogam maldições. Diz a crença que, por diferentes métodos, eles podem provocar até a morte.

Entre as praticas rituais características do vodu, uma das mais conhecidas é aquela de espetar com agulhas um bonequinho feito de pano. Funciona mais ou menos assim: escolhe-se a vítima e pede-se aos espíritos que estabeleçam uma ligação entre ela e o boneco; daí em diante, cada espetada tem um efeito nocivo sobre o individuo que é alvo da feitiçaria. Mas o feitiço não se presta apenas a fazer mal. “Ele pode ser usado também para curar uma doença ou garantir um bom casamento”, diz o antropólogo José Renato Carvalho Baptista, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo Baptista, os praticantes de vodu acreditam que, na confecção do boneco, é necessário usar algum material que pertença à pessoa visada – um retalho de roupa, por exemplo. Caso contrário, a mandiga não funciona. “Quando a magia é de cura, o boneco deve ser apenas enterrado”, explica o antropólogo. “A imagem só é perfurada quando o objetivo é fazer o mal.”

Da mistura de religiões africanas com o catolicismo e o espiritismo, nasceram o candomblé e a umbanda, duas crenças fundamentadas no sobrenatural.

Entre os séculos 16 e 19, centenas de milhares de africanos foram trazidos ao Brasil como escravos. Vieram junto com eles as religiões praticadas na África. Grupos étnicos distintos, como iorubás e bantos, foram misturados nas senzalas. Resultado: misturaram-se também os rituais e os deuses – ou melhor, orixás – que casa

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