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Eu e outros esquisitos

Por:   •  19/10/2015  •  Abstract  •  582 Palavras (3 Páginas)  •  291 Visualizações

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Naquele instante vasculhei meu passado. Cheguei à conclusão de que o dedicara quase exclusivamente aos estudos, isso desde os oito anos. Tinha sido uma criança solitária, os brinquedos e as corridas encontravam-se ausentes numa linha temporal de razoável extensão. As letras tinham ocupado tal lugar, tanto assim que não me recordava mais do que duas ocasiões em que estive na companhia de meus irmãos – na noite de Natal de 1978 e outra não sei quando.                                                                                 O fato que me ocorreu, semanas depois, levou-me a esquecer temporariamente as frustrações do passado.                                                 A moça chamava-se Camila, de sobrenome Lucena. Tinha vinte e quatro anos. Pelo que eu me lembre, ela nunca perdera uma única apresentação minha. Sentava-se próxima ao palanque em que eu me apresentava. Tinha os cabelos amarelo-claros, na altura dos ombros, e olhos de um azul suave e sentimental. Cruzava as pernas num gesto usual quando eu começava a minha fala, e pousava os cabelos soltos no ombro esquerdo. Eu a observava sem pretensões, por meio de olhadelas, entre goles d’água; reparava que ela atentava pelos meus olhares, mas suas reações eram um tanto insignificantes; levaram-me a concluir, a princípio, que seu interesse pela minha pessoa não passava de uma mera admiração intelectual.                                                         Antes de conhecê-la eu tivera relacionamentos breves, que nunca passaram de flertes. Em verdade, no passado cheguei a ser noivo de uma moça, uma moça que pouco tinha a ver comigo; contudo, nosso noivado acabou antes de completarmos um ano de relacionamento. Percebi que o me impedia de ter uniões duradouras eram, novamente, os meus estudos; se eu não soubesse conciliá-los com minha vida pessoal, jamais chegaria a ser próspero neste particular.                                                                         De fato, nunca larguei os estudos. Como já disse, eles me proporcionaram conquistas que nenhuma mulher poderia me oferecer. Caso tivesse casado, talvez meu conceito fosse outro, talvez tivesse me tornado pai e tivesse tido outra profissão; mas o mais importante, em todo caso, é sentir-se realizado, je suis juste?                                                                                                 

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