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Bagaceira

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Por:   •  19/3/2014  •  Tese  •  1.533 Palavras (7 Páginas)  •  430 Visualizações

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Enredo

O enredo baseia-se no êxodo da seca no ano de 1898.

"(...) Uma ressurreição de cemitérios antigos - esqueletos redivivos, com o aspecto e o fedor das covas podres. (...)".

O enredo central gira em torno de um triângulo amoroso entre Soledade, Lúcio e Dagoberto. Soledade, menina sertaneja, uma retirante da seca, chega ao engenho de Dagoberto, pai de Lúcio, acompanhada de vários retirantes: Valentim, seu pai, Pirunga, seu irmão de criação e outros que fugiam da seca. Lúcio e Soledade acabam se apaixonando. A relação entre ambos os ganhos ares dramáticos no momento em que Dagoberto, o dono da fazenda, violenta Soledade e faz dela sua amante.

Essa história trágica de amor serve ao autor, político paraibano, puramente como pretexto para que denuncie a questão social no seu estado e no Nordeste, em especial, o aspecto da seca e da necessidade da população. É feita também uma análise da vida dos retirantes que surgem nas bagaceiras dos engenhos, quando ocorrem as estiagens, não sendo bem vistos pelos brejeiros (trabalhadores permanentes dos engenhos).

1-Bibliografia:

Nasceu no dia 10 de janeiro de 1887, em Areia formou-se em direito, pela faculdade de direito em Recife, chegando a exercer o cargo de promotor, procurador publico, secretario de governo entre outros cargos públicos. Candidatou-se para ser presidente da republica em 1938, mas não chegou a participar das eleições em razão do golpe de Getulio Vargas.

Foi o 5° ocupante da cadeira 38 da Academia Brasileira de letras, eleito em 1966. Na literatura destacou-se com o livro “A bagaceira”.

José Américo nasceu no engenho, na Paraíba e com a morte do pai ficou aos cuidados do tio que era padre. Já crescido, mudou-se para recife, onde, como já foi dito, formou-se em direito.

O fato de ter nascido no engenho, trás grande realidade a obra a bagaceira, pois ele retrata com clareza o que via no engenho de seu pai. Em suas obras, nas quais retrata o nordeste, há um nexo com sua vida pelo fato de retratar sua cidade em diversos aspectos.

2-Resumo das principais obras:

A Paraíba e seus problemas, 1923.

José Américo descreve, em A Paraíba e seus problemas, as condições naturais da terra e do clima, sua geografia, o homem e sua luta desigual contra a natureza adversa. Defende ainda a urgência da construção devias rodoviárias para o escoamento da produção agrícola, bem como aponta a necessidade de um porto que libertasse a Paraíba da dependência de Recife. Aprofunda-se também na política de armazenamento de água. Examina, enfim, as conseqüências sociais, econômicas e humanas dos fatos climáticos, administrativos e políticos do Estado da Paraíba.

Coiteiro, 1935.

A história passa pelo sertão nordestino, onde um romance juvenil acontece em meio à luta de cangaceiros e senhores donos da terra, revelando o caos social.

3- A bagaceira: romance regional nordestino. Trás como titulo, Bagaceira, que significa bagaço, no caso o bagaço da cana. Bagaceiros são os lugares no engenho onde se juntam os bagaços da cana. Figuradamente, pode indicar um "objeto sem importância", ou ainda "gente miserável". No prefácio, o autor manifesta seu espanto diante da realidade nordestina: "Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã".

Personagens: O enredo organiza-se em dois planos a partir do personagem Lucio. Mostra o universitário, filho do dono do engenho (Dagoberto) e que vem apenas passar férias com o pai. E em segundo plano mostra a visão do sertanejo, que, fugindo da seca emprega-se no engenho. Esses retirantes são comparados aos trabalhadores permanentes no aspecto da ignorância, na questão do estudo e rudez. Também trata o triangulo amoroso entre Lucio soledade e Dagoberto.

Lúcio - Humano, idealista, sonhador, apaixona-se por Soledade, com quem mantém um romance puro. Não compartilha as idéias de seu pai, Dagoberto Marçau, para quem "hoje em dia não se guarda mais na cabeça: só se deve guardar nas algibeiras. "Acreditava que se podia desmontar a estrutura anacrônica do engenho: "Quanta energia mal empregada na desorientação dos processos agrícolas!

-Dagoberto: apesar de senhor do engenho, era grosso e rude, autoritário machista e prepotente. Considera-se o dono da justiça. Um trecho da obra que denota isso é: "Se ele é o senhor da terra, tudo que nela se encontra lhe pertence, até os próprios homens que trabalham no engenho.

Soledade - Filha de Valentim Pereira representa a beleza agreste do sertão. Aos olhos de Lúcio, a sertaneja. "não correspondia pela harmonia dos caracteres às exigências do seu sentimento do tipo humano. Mas, não sabia por que, achava-lhe um sainete novo na feminilidade indefinível. As linhas físicas não seriam tão puras. Mas o todo picante tinha o sabor esquisito que se requintava em certa desproporção dos contornos e, notadamente, no centro petulante dos olhos originais."... "Era o tipo modelar de uma raça selecionada, sem mescla, na mais sadia consangüinidade."

Valentim Pereira - Representa o sertão: destemido, arrojado e altivo. Como bom sertanejo pune pela honra de uma mulher, mata o feitor Manuel Broca, apontado como sedutor de sua filha. Mas a "idéia fixa da honra sertaneja" vai além: a cicatriz que lhe marcava o rosto era resultado de uma briga mortal com um amigo, que desonrara uma moça, neta de um "velhinho", de quem o tempo quebrara as forças. O diálogo entre Valentim e Brandão de Batalaia (assim se chamava o "velhinho") é bem ilustrativo: "Que é que vossamecê manda? Ele respondeu que só queria era morrer. Eu ajuntei: E por que não quer matar?..."

Pirunga - Filho de criação de Valentim Pereira, a quem tributa lealdade. Ama Soledade, mas seu amor não encontra receptividade. Assim como Valentim, simboliza o sertão: valente, intrépido, altivo... Por ocasião da festa no rancho, vai a defesa de Latomia: enfrentando a polícia.

4- Tempo: o tempo é cronológico e segue uma ordem lógica em que as personagens se

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