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Lingüística de uma era anterior

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Por:   •  12/11/2014  •  Tese  •  2.557 Palavras (11 Páginas)  •  168 Visualizações

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A Linguística de uma época anterior

Desde a época clássica, estudiosos discutem sobre as regularidades da língua e sua caracterização definitiva: a língua é parte da natureza ou parte da cultura? Eles desenvolveram um sistema de categorias gramaticais, baseado no grego e no latim, e estudaram a retórica. Na Índia, no século IV a.C., Paninni criou uma gramática mais sofisticada do que a dos greco-romanos. Na Renascença, a tradição filosófica clássica atingiu seu ápice através da aplicação da análise textual e da crítica em vários campos. Com o início da navegação, a curiosidade sobre as novas línguas dos povos da África, América e Ásia, também aumentaram, chegando até a serem realizadas viagens somente para coletar informações.

Um acontecimento importante ocorreu em 1786, quando Sir William Jones relatou à Sociedade Bengaliasiática que o sânscrito tinha uma semelhança impressionante com as línguas do grego e do latim. Jones propôs que todas as línguas teriam uma origem comum, o que provocou grande surpresa no mundo acadêmico, que até então assumia que o latim havia sido uma espécie de grego deteriorado, e que a maioria das línguas tinham apenas sido derivadas do latim.

A partir das descoberta de Jones, os lingüistas e filósofos puseram-se a descobrir as leis que governam as mudanças das línguas. Jakob Grimm encontrou semelhanças sistemáticas entre os sons do alemão e os do grego, do latim e do sânscrito.

Nos anos de 1860 e 1870, os neogramáticos, insatisfeitos com uma mera coleção ou taxonomia de regularidades, afirmaram que as mudanças fonêmicas não admitiam exceções.

Saussure, tido como o primeiro lingüista da época moderna, contrastou a lingüística diacrônica (que se concentrava em mudanças da língua através do tempo) com a lingüística sincrônica (o estudo da língua como um sistema em um momento único no tempo). Segundo ele, grande parte da importância da língua podia ser entendida separadamente das preocupações comparativas e evolucionárias que haviam dominado o trabalho de seus predecessores e a sua própria formação inicial. No entanto, outras contribuições dele para a língua também foram notáveis. Saussure introduziu uma distinção entre língua (ou langue) como um sistema global de regularidades e fala (ou parole), que são as expressões reais em si. O verdadeiro objetivo do lingüista é a langue de cada comunidade: as regularidades do léxico, da gramática e da fonologia que toda pessoa absorve ao ser criada numa comunidade particular de fala.

Após ter lançado uma ciência da lingüística, a escola de Saussure foi seguida em vários outros lugares, principalmente em Praga, nos anos de 1920 e 1930. Sob a liderança de Roman Jakobson e Nicolai Trubetskoi, a escola de Praga exibia amplos interesses, mas provavelmente ficou mais conhecida pelo seu trabalho em fonologia. Em vez de considerar os fonemas como a menor unidade de análise, os viam como um conjunto de características distintas. Cada um era composto de uma série de características articulantes e se distinguia de todos os outros da língua pela presença ou ausência de pelo menos uma característica. Essas características são definidas em termos de propriedade perceptivas, físicas e motoras, formando conjuntos de doze oposições básicas a partir das quais cada língua faz as suas próprias escolhas.

A lingüística nos Estados Unidos também foi construída à sombra do programa de Saussure, mas, em virtude da influência esmagadora de um único lingüista, Leonard Bloomfield tomou um rumo histórico um tanto diferente. Bloomfield empenhou-se em encontrar a melhor forma de descrever os padrões sonoros e regularidades das línguas. A identificação de estruturas constituintes como um meio de análise sintática é um produto do seu trabalho.

Bloomfield concebia toda a língua como um fenômeno puramente físico e rejeitava qualquer traço psicológico ou mentalista na explicação do comportamento lingüístico. Ele declarou sua posição a favor do behaviorismo, do mecanismo e do operacionalismo.

Mas se Bloomfield dominava o cenário da lingüística, ele não a controlava completamente. Edward Sapir também foi responsável por avanços nesse campo. Ao contrário de Bloomfield, ele não evitava o significado. Propôs a hipótese de que os próprios processos do pensamento de uma pessoa são estruturados, se não controlados, pelas propriedades particulares da língua que ela fala.

As idéias de Sapir continuaram a ser desenvolvidas por seu aluno Benjamin Lee Whorf. Whorf não fugiu da conclusão de que mesmos as nossas noções mais básicas talvez sejam derivadas da língua. Segundo ele, a nossa visão da natureza é profundamente influenciada pela nossa língua materna.

No entanto, assim como grande parte do trabalho em semântica do período, os trabalhos de Sapir e Whorf foram considerados periféricos à linha dominante dos lingüistas - difícil demais para ser aproveitado, contaminado demais pelo "mundo real" e pela perigosa noção de "significado", não suscetível de documentação ou prova suficiente.

Na verdade, Sapir e Bloomfield encontravam-se em acentuada oposição um ao outro. Bloomfield era um pesquisador rigorosamente científico, concentrando-se na metodologia e na análise formal. Sua insistência em uma abordagem estritamente mecanicista dos significados e sua atitude pessimista com relação à semântica contribuíram para o relativo abandono desse assunto. Já Sapir, não tinha medo de tocar na cultura, na conceitualização e no mundo do significado. Paradoxalmente, partilhava muito das intuições de Chomsky a respeito da estrutura lingüística, mas pouco das inclinações formalistas tanto de Bloomfield como de Chomsky.

Quando Bloomfield morreu em 1949 acreditava-se que a Lingüística estava em pleno desenvolvimento e que era questão de tempo até que as várias formas e níveis da linguagem fossem completamente descobertos. Os avanços em campos como a teoria da informação e os modelos estocásticos, fizeram com que os lingüistas acreditassem que os computadores poderiam assumir a tarefa da análise lingüística.

No entanto, com o fim da hegemonia da filosofia empirista e da psicologia behaviorista, a teoria de Bloomfield perdeu a base sobre a qual havia sido criada. Tentando reparar a lingüística estruturalista, surge em 1957 a monografia de Chomsky, "Syntatic Structures".

Os trabalhos de Chomsky

Em "Syntatic Structure", e em outros inúmeros trabalhos, Chomsky chamou a atenção para as propriedades da sentença que todos os falantes e ouvintes normais conhecem intuitivamente, mas que, teoricamente, dependem de um profundo conhecimento

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