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O PARNASIANISMO

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Por:   •  13/11/2014  •  3.288 Palavras (14 Páginas)  •  342 Visualizações

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O PARNASIANISMO (1882-1893)

O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do Realismo-Naturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França.

Origens

Movimento literário que se originou em Paris, França, representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX (19) em oposição ao romantismo.

Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da antiguidade clássica. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas.

Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo. O primeiro grupo de parnasianos de língua francesa reúne poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao lirismo como credo. Os principais expoentes são Théophile Gautier (1811-1872), Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891) e José Maria de Heredia (1842-1905), de origem cubana, Sully Prudhomme (1839-1907). Gautier fica famoso ao aplicar a frase “arte pela arte” ao movimento.

Características gerais

Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas.

Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.

Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e se justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.

Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal.

Aspectos importantes para essa estética perfeita são:

Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas interpoladas.

Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.

Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.

Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.

Temática Greco-Romana - A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da antiguidade clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.

Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como exemplo, este verso de Olavo Bilac:

Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada

e triste. E triste e fatigado eu vinha.

Em Portugal

Em Portugal, o movimento não foi muito importante, tendo como autores Gonçalves Crespo (nascido no Brasil mas criado em Portugal desde os 10 anos de idade), João Penha, António Feijó e Cesário Verde.

No Brasil

No Brasil, o parnasianismo dominou a poesia até a chegada do Modernismo brasileiro. A importância deste movimento no país deve-se não só ao elevado número de poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez que seus princípios estéticos dominaram por muito tempo a vida literária do país, praticamente até o advento do Modernismo em 1922.

Na década de 1870, a poesia romântica deu mostras de cansaço, e mesmo em Castro Alves é possível apontar elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do Romantismo, submetido a uma crítica severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas e realistas do momento.

Dessa maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o Parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando chegou de uma estada em Paris. O Parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos versos de Luís Guimarães Júnior (Sonetos e rimas. 1880) e Teófilo Dias (Fanfarras. 1882), e firmou-se definitivamente com Raimundo Correia (Sinfonias. 1883), Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884) e Olavo Bilac (Relicário. 1888).

O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo

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