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Por:   •  1/3/2015  •  5.106 Palavras (21 Páginas)  •  234 Visualizações

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Intriga principal: pressupõe um desfecho os acontecimentos sucedem-se por uma relação de causalidade. Ação fechada porque no final há a destruição da família.

Crónica de costumes: construção de ambientes e atuação de personagens-tipo. Ação aberta.

Articulam-se de forma alternada funcionando os ambientes como pano de fundo para a atuação das personagens da intriga principal e para os figurantes da crónica de costumes.

Presságios

A sombrinha escarlate: Quando Afonso vê Mª Monforte pela primeira vez; a mancha de sangue é indício da consanguinidade entre Carlos e Mª Eduarda, isto é, da relação incestuosa.

A lenda: Vilaça, tentando demover a vontade de Afonso ir instalar-se no Ramalhete, “aludia (…) a uma lenda, segundo a qual eram sempre fatais aos Maias as paredes do Ramalhete”.

Nome de Carlos: Mª Monforte escolhe para seu filho o nome de Carlos Eduardo, nome marcado pelo estigma da extinção de uma família, Carlos Eduardo Stuart, o último dos Stuarts.

Os três lírios: Em casa de Mª Eduarda, três lírios brancos (símbolo da pureza) murchavam dentro de um vaso do Japão – símbolo do aniquilamento/destruição dos três membros que restavam da Família (inocentes), devido à relação incestuosa entre Carlos e Maria Eduarda.

Nomes dos dois: A semelhança de nomes Carlos Eduardo e Maria Eduarda – indicia a concordância dos seus destinos.

Semelhanças: Semelhança de Maria Eduarda com o avô (na perspetiva de Carlos); Carlos parecido com sua mãe (na perspetiva de Maria Eduarda).

Alcova: Na Toca “desmaiavam, na trama da lã, os amores entre Vénus e Marte (irmãos); “uma cabeça degolada, lívida, gelada no seu sangue, dentro de um prato de cobre” – Afonso sacrificado pela relação dos netos.

Ação trágica

Protagonista: de condição superior (Carlos e Mª Eduarda)

Tema da intriga: Incesto (tema clássico)

Fatum (destino): Agente de destruição do protagonista

Peripécia: encontro de Guimarães com Ega

Reconhecimento: Revelações de Guimarães a Ega sobre a identidade de Mª Eduarda; Revelações fatídicas contidas na carta de Mª Monforte

Catástrofe: Morte de Afonso; Partida de Mª Eduarda vestida de negro para França; Viagem de Carlos (abandona Lisboa) Separação definitiva dos dois irmãos

Mensageiro: Guimarães

Personagens

Afonso da Maia: baixo, maciço, de ombros quadrados e fortes. A sua cara larga, o nariz aquilino e a pele corada. Os cabelos eram branco, muito curto e a barba branca e comprida. Provavelmente o personagem mais simpático do romance e aquele que o autor mais valorizou. Não se lhe conhecem defeitos. É um homem de caráter culto e requintado nos gostos. Enquanto jovem adere aos ideais do Liberalismo e é obrigado, pelo seu pai, a sair de casa; instala-se em Inglaterra mas, falecido o pai, regressa a Lisboa para casar com Maria Eduarda Runa. Dedica a sua vida ao neto Carlos. Já velho passa o tempo em conversas com os amigos, lendo com o seu gato – Reverendo Bonifácio – aos pés, opinando sobre a necessidade de renovação do país. É generoso para com os amigos e os necessitados. Ama a natureza e o que é pobre e fraco. Tem altos e firmes princípios morais. Morre de uma apoplexia, quando descobre os amores incestuosos dos seus netos. Personagem que funciona como sustentáculo da família Maia e é para ele que todos se voltam nos momentos de crise.

Maria Eduarda Runa: Oposição em termos ideias e sociais relativamente a Afonso; Mulher de caprichos; Ideais religiosos (educação Pedro com apoio padre Vasques).

Maria Monforte: Fã dos jogos de sedução; Formosa, doida, excessiva; Pessoa séria e responsável aquando o nascimento de Maria Eduarda; Leviana e nada moral, é nela que radicam todas as desgraças da família Maia (o drama em causa)

Pedro Da Maia: pequenino, face oval de "um trigueiro cálido", olhos belos – "assemelhavam-no a um belo árabe". Valentia física. Pedro da Maia apresentava um temperamento nervoso, fraco e de grande instabilidade emocional. Tinha assiduamente crises de "melancolia negra que o traziam dias e dias, murcho, amarelo, com as olheiras fundas e já velho". O autor dá grande importância à vinculação desta personagem ao ramo familiar dos Runa e à sua semelhança psicológica com estes.

Pedro é vítima do meio baixo lisboeta e de uma educação retrógrada. O seu único sentimento vivo e intenso fora a paixão pela mãe. Apesar da robustez física é de uma enorme cobardia moral (como demonstra a reação do suicídio face à fuga da mulher). Falha no casamento e falha como homem.

Carlos da Maia: belo e magnífico rapaz. Era alto, bem constituído, de ombros largos, olhos negros, pele branca, cabelos negros e ondulados. Tinha barba fina, castanha escura, pequena e aguçada no queixo. O bigode era arqueado aos cantos da boca. Como diz Eça, ele tinha uma fisionomia de "belo cavaleiro da Renascença". Carlos era culto, bem-educado, de gostos requintados. Ao contrário do seu pai, é fruto de uma educação à Inglesa. É corajoso e frontal. Amigo do seu amigo e generoso. Destaca-se na sua personalidade o cosmopolitismo, a sensualidade, o gosto pelo luxo, e diletantismo (incapacidade de se fixar num projeto sério). Todavia, apesar da educação, Carlos fracassou. Não foi devido a esta mas falhou, em parte, por causa do meio onde se instalou – uma sociedade parasita, ociosa, fútil e sem estímulos e também devido a aspetos hereditários – a fraqueza e a cobardia do pai, o egoísmo, a futilidade e o espírito boémio da mãe. Eça quis personificar em Carlos a idade da sua juventude, a que fez a questão Coimbrã e as Conferências do Casino e que acabou no grupo dos Vencidos da Vida, de que Carlos é um bom exemplo.

Maria Eduarda: bela mulher: alta, loira, bem-feita, sensual e delicada, "com um passo soberano de deusa", é "flor de uma civilização superior, faz relevo nesta multidão de mulheres miudinhas e morenas", era bastante simples na maneira de vestir. Maria Eduarda nunca é criticada, é uma personagem delineada em poucos traços, o seu passado é quase desconhecido o que contribui para o aumento e encanto que a envolve. A sua caracterização é feita através do contraste entre si e as outras personagens femininas, e ao mesmo tempo, chega-nos através do ponto de vista de Carlos da Maia, para quem tudo o que viesse

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