Quadripartismo

   Sabe-se que o quadripartismo é um sistema exclusivamente francês, onde tem como consequência privilegiar a ação do Ocidente na história mundial, podendo assim enfraquecer de tal forma o lugar de outros povos na transformação mundial. Para Chesneaux, uma das ideias dos trabalhos dos historiadores seria romper com o quadripartismo presente no estudo e no ensino da história, por o mesmo ser uma ideia totalmente eurocêntrica. Tornou-se interessante, que a temporalidade baseada no quadripartismo se constituía como algo obstruído, não conseguindo contestar a diferentes momentos históricos.
    Esse sistema hoje é questionado, pois não expõe as diversidades históricas, religiosas e econômicas, mostrando a realidade de cada cultura. Além disso, o autor releva a divisão entre História Antiga, História da Idade Média, Moderna e Contemporânea, um aspecto totalmente europeu, desconsiderando, a maioria das vezes, a história dos outros povos não europeus.  Deve-se ir, além disso, buscar informar que a história necessita ser vista de outras formas, por outros lados. Um ponto importante é que se devem ter cuidados específicos que merecem ser notados dentro do ensino da História. Deve-se haver uma inclusão do aluno com o que se está sendo estudado de modo que este seja rico em qualidade.
    Um dos grandes objetivos da história é a compreensão dos processos históricos, levando o aluno a perceber as diversas temporalidades no decorrer da História e perceber sua importância nas formas de organização social e seus conflitos.
  Atualmente encontram-se problemas na organização e escolhas de conteúdo a serem dados nas aulas de história, tanto nas escolas como nas faculdades. O que se é estudado hoje se torna limitado, onde é elaborado um plano baseado no método quadripartista. Deve-se buscar a formação de sujeitos que possam ir além do conhecimento catalogado eurocêntrico e quadripartista, e que possibilitem a busca de novos questionamentos sobre o passado e suas relações com o presente.  
  A linha do quadripartismo pode ser  a mais completa para ser usada para o estudo de história tanto nas escolas como na faculdade, mas da forma que estudamos essa “história tradicional”, tão pouco sabemos sobre os indianos, chineses, árabes e africanos.  Chegamos a idade adulta sem termos a mínima noção de quem seriam esses povos, sendo que vivemos em um país onde mais 50% de nossa população é formada de negro-indígena, e onde aprendemos sobre esses povos? Vivemos uma história onde não leva em conta nossa diversidade, nosso berço, onde não tão pouco daqueles povos que nos originaram.
 Vemos que estamos restringidos unicamente ás teorias positivistas, historismo alemão, marxismo, dentre outras similares que operam no mesmo campo. A partir desse conceito quadripartista não somente o nosso passado é dado, mas também o presente. As histórias capitalistas moldaram as características de definidos povos, no qual hoje determina a sua realidade. As relações capitalistas geradas nesses tempos históricos organizaram grupos, como os ricos, pobres, patrões e empregados, onde esses papéis se originaram desde seus antepassados.

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