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Textualização

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Por:   •  12/3/2015  •  5.104 Palavras (21 Páginas)  •  197 Visualizações

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RESUMO: Este estudo analisou os tempos verbais em textos produzidos por alunos ingressantes no ensino superior, observando a relação entre esses tempos e o tipo de texto, além de sua importância coesiva. Após apresentar um breve histórico sobre lingüística textual, um estudo sobre coesão e o tempo verbal com função coesiva, comentou-se a tipologia textual, enfatizando na dimensão lingüística de superfície as marcas efetuadas pelos tempos verbais predominantes para, finalmente, realizar a análise dos textos. Para tanto, foram retomados os estudos realizados, principalmente, por Weirinch (1974), Koch & Fávero (1987) e Koch (2000).

ABSTRACT: This study analyzed verbal tenses in texts produced by students who entered the higher education, observing the relation between these tenses and the kind of texts beyond their cohesive importance. After presenting a brief background about textual linguistics, a study about cohesion and the verbal tense with cohesive function, the typology of text was commented, emphasizing the linguistic dimension of the surface the marks performed by the predominant verb tenses to the analysis of the texts. To do that, the analyses lied on Weinrich (1974), Koch & Fávero (1987) and Koch (2000) studies.

PALAVRAS-CHAVE: Coesão, tempo verbal, tipologia textual.

KEY WORDS: Cohesion, verbal tense, text typology.

1. LINGÜÍSTICA TEXTUAL

Os estudos lingüísticos, até o início da década de 60, fixavam-se em torno das gramáticas de frase que apresentam falhas por não darem conta da explicação de alguns fenômenos como referências, ordenação das palavras, concordância de tempos verbais, relações entre sentenças sem conjunções, que só podem ser justificados por meio de textos ou de contextos referenciais.

Multiplicaram-se a partir dessa década, os estudos sobre a lingüística textual, destacando-se, a partir de 1970, o enfoque da “análise transfrásica” que, apesar de já ter a preocupação em explicar os fenômenos sintático-semânticos, ainda não diferencia quais fenômenos estão relacionados à coesão e quais à coerência. Sobressai-se também a denominada “gramática gerativa” , preocupada com a construção de uma gramática de texto, já que as gramáticas de frase não conseguem explicar diversos fenômenos lingüísticos. Finalmente, na década de 80, é que tomam grande impulso as “teorias de texto” , ou a lingüística de texto que têm como objeto não a palavra ou frase, mas o texto que, de acordo com autores conceituados como Halliday & Hasan, Beaugrande & Dressler, é a “unidade básica de manifestação da linguagem” .

O texto não se constitui pela somatória de diversas frases, como afirma Fávero (1995, p. 07):

Consiste em qualquer passagem falada ou escrita que forma um todo significativo independente de sua extensão. Trata-se pois, de um contínuo comunicativo contextual caracterizado pelos fatores de textualidade: contextualização, coesão, coerência, intencionalidade, informatividade, aceitabilidade, situacionalidade e intertextualidade.

e Koch & Travaglia (1998, p. 10):

é uma unidade lingüística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente da sua extensão.

É por intermédio de textos que o homem comunica-se e se faz imprescindível a ele saber ler e escrever para que possa participar, efetivamente, da construção e da re-construção da sociedade em que vive. Ler significa buscar sentido(s) no texto escrito, enquanto escrever retrata a capacidade de produzir um texto que apresente significado(s) para o leitor.

2. A COESÃO COMO FATOR DE TEXTUALIDADE

Entre os fatores de textualidade, é à coesão que se deseja dar maior relevância neste trabalho, uma vez que é responsável pela conexão entre as partes e as idéias do texto. Embora haja autores que não distingam coesão e coerência, ou destaquem apenas uma delas ou, ainda, refiram-se apenas aos seus determinantes, sem mencioná-las, achou-se por bem, mais uma vez, enfatizar os estudos feitos por Fávero (1995, p. 11) e Koch & Travaglia (1998, p. 42) que explicam existirem textos coerentes e sem coesão1 e outros coesivos, mas sem coerência. São, portanto, fatores independentes, embora relacionados um ao outro.

A coesão de um texto determina-se pelos elementos responsáveis pela articulação entre as passagens do texto. Segundo Halliday & Hasan (1976, p. 04):

a coesão ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente da de outro. Um pressupõe o outro, no sentido de que não se pode ser efetivamente decodificado a não ser por recurso ao outro.

Entende-se, assim, que a coesão existe quando um elemento do texto retoma outro elemento ou uma expressão já dita ou explicitada anteriormente; é uma relação semântica que se faz por intermédio do sistema léxico-gramatical.

Diversas são as propostas de classificação dos elementos de coesão, sendo que Halliday & Hasan apontam cinco mecanismos de coesão, que são: a) referência (pessoal, demonstrativa, comparativa); b) substituição (nominal, verbal, frasal); c) elipse (nominal, verbal, frasal); d) conjunção (aditiva, adversativa, causal, temporal); e) coesão lexical (repetição, sinonímia, hiperonímia, uso de nomes genéricos, colocação).

Beaugrande & Dressler (apud Fávero, 1995, p. 10) explicam a coesão como a maneira como os componentes — palavras e frases — da superfície do texto estão ligados entre si, numa linearidade, por meio de operadores gramaticais.

Para Marcuschi (1983, p. 31), diferentemente de Halliday & Hasan, há textos em que, apesar de não existirem elementos coesivos, a continuidade faz-se presente pelo sentido. O autor esclarece, também, que existem textos que apresentam uma seqüência de elementos coesivos entre acontecimentos isolados, que permanecem dessa maneira, não tendo como formar uma textura.

Fávero (op. cit., p. 13) analisa e questiona as propostas de classificação de vários autores, propondo a seguinte reclassificação dos tipos de coesão: a) referencial; b) recorrencial e c) seqüencial stricto sensu . A autora explica que a coesão referencial obtém-se por substituição e por reiteração, enquanto a coesão recorrencial dá-se por paralelismo,

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