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AULA TEMA 3

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Por:   •  20/3/2014  •  1.628 Palavras (7 Páginas)  •  203 Visualizações

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O CUIDADO DE ENFERMAGEM FRENTE AO AVANÇO TECNOLÓGICO EM SAÚDE

INTRODUÇÃO: A industrialização trouxe consigo, além da modernização, o avanço tecnológico e a valorização da ciência em detrimento do homem e dos seus valores. Os avanços tecnológicos também ocorreram na área da saúde, com a introdução da informática e do aparecimento de aparelhos modernos e sofisticados que trouxeram muitos benefícios e rapidez na luta contra as doenças. Na sociedade atual, que tem como principais características a pluralidade cultural e a desigualdade social, a tecnologia, uma criação humana, tem sua manifestação, produção e apropriação, visando o atendimento de diversos interesses. Presente em todas as camadas sociais pode-se dizer que a tecnologia representa a principal mola propulsora que, constantemente renovada, contribui para o “caminhar” da humanidade. A história da evolução tecnológica na área da saúde começou com a Revolução Industrial através do desenvolvimento de novas tecnologias em praticamente todas as áreas do conhecimento. Nessa altura, as ciências aplicadas possibilitaram o advento de máquinas e equipamentos que substituíram e/ou minimizaram a necessidade de força humana física. Essas transformações tecnológicas, segundo Peixoto (1994), assumiram fundamental importância na sociedade contemporânea, não só frente às repercussões junto ao processo produtivo como também por gerar algumas tendências que deram origem a novos formatos organizacionais, novas relações de trabalho, influenciando as qualificações profissionais e as relações sociais. As instituições de saúde, bem como os profissionais que atuam nesse setor, não ficaram alheias a este processo. As novas tecnologias trouxeram muitas modificações para o mundo do trabalho, que foram sentidas também no trabalho em saúde, em todos os níveis, principalmente, no atendimento hospitalar, onde a tecnologia se insere “alterando o ritmo de vida do cliente e do trabalho da equipe” (Barbosa, 1999, p.23). Neste sentido, as transformações tecnológicas no setor saúde acabaram por repercutir diretamente no cotidiano de trabalho dos profissionais envolvidos com o cuidado de diferentes clientelas, sobretudo o enfermeiro, onde a introdução de novas tecnologias provocou mudanças significativas no cuidado prestado por ele. Sendo assim, a questão que se coloca é: Quais são as repercussões da incorporação da tecnologia em saúde no cuidado de enfermagem? Face a esta pergunta, esta pesquisa tem como objetivo descrever as mudanças havidas no cuidado de enfermagem, frente à incorporação tecnológica em ambientes de cuidado. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre a temática “tecnologia em saúde”. Utilizou-se como etapas da pesquisa um levantamento bibliográfico preliminar em base de dados em meio virtual, aliado a buscas manuais em uma biblioteca setorial de enfermagem. Para tanto, foram identificadas e selecionadas obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos e periódicos de indexação. A localização destas fontes deu-se mediante visita à Biblioteca da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ), bem como em bases de dados virtuais como Scielo, Bireme, BDENF e sistemas de busca, através do emprego da palavra-chave “tecnologia em saúde”. Não houve um intervalo de tempo determinado para a busca. Após obtenção do material, passou-se à identificação dos estudos que preencheram os critérios de inclusão desta pesquisa, à luz do objetivo pretendido. O passo seguinte foi a leitura exploratória dos resumos das obras selecionadas com o objetivo de identificar a aderência de tais obras à pesquisa em tela. Posteriormente, os estudos selecionados sofreram nova classificação decidindo-se por aqueles que seriam, então, incluídos na pesquisa. Este grupo de estudos sofreram leitura seletiva e analítica para que fosse feita a construção lógica do trabalho. RESULTADOS: A tecnologia em saúde, material ou não, compreende os saberes específicos, procedimentos técnicos, instrumentos e equipamentos utilizados nas práticas de saúde (DIAS et al, 1996). Os avanços tecnológicos são fatores básicos da dinâmica do setor saúde, com repercussões na organização dos serviços hospitalares, ambulatoriais e na prática médica. No Brasil, o ritmo acelerado das transformações e inovações tecnológicas iniciou-se na década de 30 do século XX. Segundo Peixoto (1994), após 1930, em decorrência de pressões provenientes do processo de industrialização, os reflexos da difusão cultural exercida pelos países industrializados passaram a ser observados também, no setor da saúde, tais como, repercussões no ensino médico e na infra-estrutura de saúde. Nos anos 50, inicia-se a industrialização da medicina, constatando-se uma ampliação da rede hospitalar com ênfase na atenção médica curativa do caráter individual, na especialização e na tecnificação do ato médico. Na década de 60 estabelece-se o discurso hegemônico da racionalidade que, tinha como principal objetivo, expandir a assistência curativa no âmbito hospitalar. A década de 70 foi marcada pelo fortalecimento do setor saúde como um novo setor industrial quando a produção de equipamentos e fármacos passou a absorver grandes quantias de renda do país. Foi nessa época, com uma rápida difusão, que as Unidades de Terapia Intensiva foram implantadas no Brasil. Nas últimas cinco décadas o acirrado desenvolvimento biotecnológico vem acontecendo numa “velocidade avassaladora que mal conseguimos acompanhá-lo e fazermos uma reflexão profunda dos significados e da importância das várias conseqüências advindas desse crescente processo de evolução” (MAFTUM et al, 2004, p.116). No campo da evolução tecnológica na área da Enfermagem, esta cresceu e desenvolveu-se juntamente com o advento da tecnologia, sobretudo através do surgimento das Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Esta prática de observação intensiva, segundo Fairman (1992), requereu das enfermeiras mais que senso comum; elas aplicavam suas habilidades intuitivas e seu conhecimento baseado na experiência para implementar uma triagem e manter intensa observação aos clientes. No Brasil, as UTI foram implantadas na década de 70, tendo uma rápida difusão (Gomes, 1988), criando-se a necessidade de formar pessoal especializado e familiarizado com os equipamentos e materiais existentes nestas unidades, e com as condições patológicas mais comumente apresentadas pelos indivíduos nela internados (Simão, 1976; Dias apud Bub, 1992). Observa-se que, na profissionalização da Enfermagem, a relação com a tecnologia, definida e valorada como tributária do paradigma positivista da ciência, foi entendida e experimentada, hegemonicamente, de duas formas distintas. Segundo

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