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AVA Anhaguera

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Por:   •  29/11/2014  •  2.890 Palavras (12 Páginas)  •  276 Visualizações

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Etapa 3

Taxa de Juros Compostos

Introdução

Dentre as inúmeras variáveis que fazem parte da economia de um país, uma das mais importantes é a taxa de juros. A partir da taxa básica da economia, monitorada e controlada pelo Banco Central (BACEN), o custo do dinheiro é estabelecido. (Gimenes, Cristiano Marchi, Matemática Financeira com HP 12C e Excel, Editora Pearson, 2ª Edição,2013).

Atualmente no Brasil, não é incoerente afirmar que a maioria das oportunidades para o consumidor de compra no varejo tem algum tipo embutido e não divulgado, principalmente se a forma de pagamento oferecida pela empresa for parcelada e sem juros.(Gimenes, Cristiano Marchi, Matemática Financeira com HP 12C e Excel, Editora Pearson, 2ª Edição,2013).

Quando um banco cobra 8% ao mês no cheque especial de um cliente, ele deve informar a taxa anual. O cálculo mais básico indica que 8 vezes 12 igual a 96%. Isso se os juros fossem simples ou lineares. Porém, os juros são compostos, e o banco deve informar que o cheque especial cobra uma taxa anual de 151,81%, Portanto 8% ao mês equivalem a 151,81% ao ano, pelo regime de capitalização composta, e vice-versa. (Gimenes, Cristiano Marchi, matemática Financeira com HP 12C e Excel, Editora Pearson, 2ª Edição,2013).

Incluímos um texto para compreensão do termo Juros Composto e uma opinião do mercado com relação como está a economia no Brasil.

Por Ladislau Dowbor

Quanto mais se aproximam as eleições, mais somos bombardeados por notícias catastróficas sobre a economia, de preferência acusando o governo atual. Com a forte ideologização do debate, deixa-se de lado o óbvio: a esterilização dos recursos do país através do sistema de intermediação financeira, que drena em volumes impressionantes recursos que deveriam servir ao fomento produtivo e ao desenvolvimento econômico. Os números são bastante claros, e conhecidos, e basta juntá-los para entender o impacto.

O crediário

Começamos pelas taxas de juros ao tomador final, pessoa física, praticadas no comércio – os chamados crediários. A Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) traz os dados de junho 2014:

Fonte: ANEFAC, http://www.anefac.com.br/uploads/arquivos/2014715153114381.pdf , 2014

Antes de tudo, uma nota metodológica: os juros são quase sempre apresentados, no Brasil, como “taxa mês”, como na primeira coluna acima. É tecnicamente certo, mas comercialmente e eticamente errado. É uma forma de confundir os tomadores de crédito, pois ninguém consegue calcular mentalmente juros compostos. O que é usado mundialmente é o juro anual que resulta. O Banco Itaú, por exemplo, apresenta no seu site as taxas de juros apenas no formato mensal, pois ao ano aparecem como são, extorsivas. Na foto mais acima, vemos a TV oferecida com taxa de juros de 6,87% ao mês, e aparece bem pequeno, por obrigação legal, o juro real ao ano de 122% – literalmente, um assalto.

A média de juros praticados nos crediários é de 72,33%. Significa simplesmente que este tipo de comércio, em vez de prestar decentemente serviços de venda de produtos, transformou-se essencialmente num banco. Aproveita-se do fato de as pessoas não entenderem de cálculo financeiro, e de disporem de pouco dinheiro à vista, para as extorquir. Na tabela acima, fica-se sabendo que o comérico de “Artigos do Lar”, ao cobrar juros de 104,89% sobre os produtos, trava a demanda (pois ficará represada por 12 ou 24 meses, enquanto o consumidor paga as prestações) e lesa o produtor (que recebe uma parte muito pequena do que se paga por seu produto). É o que temos qualificado de “economia do pedágio”. Ironicamente, as lojas dizem que “facilitam”. No conjunto do processo, a capacidade de compra do consumidor é dividida por dois, e a capacidade de reinvestimento do produtor estanca.

Os juros para pessoa física

Os consumidores não se limitam a comprar pelo crediário, cuja taxa média de 72,33% aparece reproduzida abaixo na primeira linha. Usam também cartão de crédito e outras modalidades de mecanismos financeiros.

Tomando os dados de junho 2014, constatamos que os intermediários financeiros cobram juros de 238,67% no cartão de crédito, 159,76% no cheque especial, 234,58% na compra de automóveis. Os empréstimos pessoais custam na média 50,23% nos bancos e 134,22% nas financeiras. Estamos deixando aqui de lado a agiotagem de rua, que ultrapassa os 300%.

Os juros para pessoa jurídica

As taxas de juros para pessoa jurídica não ficam atrás. O estudo da Anefac apresenta uma taxa praticada média de 50,06% ao ano, sendo 24,16% para capital de giro, 34,80% para desconto de duplicatas, e 100,76% para conta garantida. Ninguém em sã consciência consegue desenvolver atividades produtivas, criar uma empresa, enfrentar o tempo de entrada no mercado e de equilíbrio de contas pagando este tipo de juros. Aqui, é o investimento privado que é diretamente atingido.

A atividade bancária pode ser perfeitamente útil, ao financiar iniciativas econômicas que darão retorno. Mas isto implica o banco utilizar o dinheiro dos depósitos (além naturalmente da alavancagem) para fomentar iniciativas empresariais, cujo resultado dará legítimo lucro ao investidor, permitindo também restituir o empréstimo. A atividade básica de um banco, que seria de reunir poupanças de depositantes para transformá-las em financiamento de atividades econômicas, saiu do horizonte de atividade destes bancos. A economia, travada do lado da demanda com o tipo de crédito ao consumo visto acima, tanto nos bancos como nos crediários, vê-se portanto igualmente travada do lado do financiamento ao produtor. Prejudica-se assim tanto a demanda como o investimento, os dois motores da economia.

As regras do jogo aqui se deformam profundamente. As grandes corporações transnacionais passam a ter vantagens comparativas impressionantes, ao poder se financiar do exterior com taxas de juros 5 ou 6 vezes menores do que os seus concorrentes nacionais. Muitas empresas nacionais podem encontrar financiamentos com taxas que poderiam ser consideradas normais, por exemplo pelo BNDES e outros bancos oficiais, mas sem a capilaridade que permita irrigar a imensa massa de pequenas e médias empresas dispersas no país. Não é demais lembrar que, na Alemanha, 60% das poupanças são administradas por pequenas caixas de poupança locais, que irrigam generosamente as pequenas iniciativas econômicas. A Polônia,

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