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Apropriação do Espaço Público

Por:   •  9/7/2015  •  Abstract  •  1.785 Palavras (8 Páginas)  •  96 Visualizações

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Apropriação do Espaço Público

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que perduram até os dias de hoje  (HOBSBAWN, 1962).

O crescimento desordenado dos centros urbanos afasta cada vez mais o ser humano da natureza. Construções sem planejamento ambiental, comuns nas grandes metrópoles, ignoram que são justamente as áreas verdes que garantem a salubridade e qualidade de vida nas cidades  (LONDE e MENDES, 2014).

Outra responsabilidade prevista na legislação brasileira confere às áreas verdes e aos cursos d’água a sua devida importância. O Código Florestal Nacional estabelece que as ZPAMs (Zonas de Preservação Ambiental), são regiões que, por suas características e pela tipicidade da vegetação, destinam-se a

prefeitura como espaço público, sendo reconhecida como Praça Bico de Lacre. Esta área é, portanto, protegida pelo Código Florestal Nacional. No entanto, por não apresentar nenhuma utilidade para a população, a área encontra-se abandonada e fechada por uma cerca danificada.

O espaço público ao ar livre no bairro é bastante precário, as praças que se encontram no local são bem pequenas e sem diversidade de lazer para os moradores, além de ficarem bem afastadas, fazendo com que os moradores, sem outra opção de lazer, recorram ao shopping do bairro.

Deste modo, o intuito deste artigo é justamente discorrer as questões sociais e apropriação do espaço público. Posteriormente, será discutida a gestão urbana encontrada em Belo Horizonte em relação a este aspecto, pois é nesta cidade que desenvolve a pesquisa de campo que subsidiaram o presente trabalho. Em um terceiro momento será feito um levantamento de informações relativas a Praça Bico de Lacre e seu entorno. Será discutida, ainda, uma possível solução para revitalização e preservação desta área. Por fim, é apresentada uma proposta para uma melhor utilização da área.

2 Contextualização Histórica

Para que se entenda a atual necessidade de espaços verdes e áreas de lazer na cidade, bem como as demandas da sociedade moderna no que se refere à preservação dos recursos vegetais, é preciso que se conheça um pouco do papel desempenhado por estes elementos ao longo da história. O objetivo aqui não é apresentar um estudo histórico minucioso, mas sim esclarecer como os elementos naturais da cidade vêm sendo tratados ao longo dos anos.

2.1 Áreas de Lazer ao Longo do Tempo

Ao longo de toda a história percebemos a evolução da forma de apropriação dos espaços públicos e a forma como cada cultura se relacionava espaços em determinado momento da História. Na Grécia antiga, por exemplo, Os espaços públicos eram utilizados para grandes debates sobre democracia. Em cidades contemporâneas estes espaços são usados como locais para protestos como o Occupy Wall Street que aconteceu na cidade de Nova York em 2011.

A ágora, predecessora das praças atuais, era o núcleo da vida política, comercial e social de Atenas  (MUMFORD, 1982). Era onde aconteciam reuniões, celebrações religiosas, competições esportivas, comércios e debates políticos (CASTELLAN, 2006).

N (DE ANGELIS, DE ANGELIS NETO e CASTRO, 2004).

As cidades medievais tinham todas as formas possíveis e se adaptaram às circunstancias históricas, que transformaram também o cotidiano. A vida urbana diminuiu, as praças se transformaram e o espaço público tornou-se demasiadamente complexo, desta forma as praças foram “setorizadas”: praça religiosa, praça cívica, praça comercial, citadas por  (BENEVOLO, 1993) como os diversos centros.

As praças renascentistas possuíam maior valor estético; com pórticos, fontes e obeliscos, mas não eram muito funcionais. Nessa época, começam as expansões marítimas o que tornou as construções além mar mais importantes que no velho continente, a construções das cidades nas américas seguiam o padrão de tabuleiro, no qual subtraindo-se de alguns

quarteirões no centro obtinha-se uma praça na qual se inclinava todos os edifícios importantes.

No século XVI e meados do século XVII arquitetura barroca toma conta da Europa passando a adornar praças e jardins dos palácios, lugares frequentados pela aristocracia. Mais tarde durante a revolução industrial os jardins desses palácios dão lugar às novas construções, contudo devido às leis sanitaristas os espaços vazios na cidade ganham destaque e tornam-se lugares de diversão e ócio.

No Brasil colônia as praças seguiam o mesmo traçado das praças europeias, com importantes prédios em volta e uma igreja à frente, mas não tiveram caráter de lazer para a massa. Mais tarde, no século XVIII, as praças são inspiradas nos jardins europeus, e frequentadas pela Alta classe brasileira.

Após o período clássico, os espaços públicos foram projetados e frequentados quase que exclusivamente pela aristocracia e artistas. A massa só é “liberada” a frequentar esses espaços a partir da revolução industrial, onde são necessários espaços vazios propostos pelos higienistas e sanitaristas e, posteriormente, pelos parques gramados dos modernistas, que apesar de abertos não eram convidativos (BENEVOLO, 1993).

As áreas

se indicassem problemas urbanos. Os dados coletados no diagnóstico subsidiaram o presente artigo na medida em que fornecem aplicações diretas para análise da gestão de áreas públicas, abrangendo também a qualidade de vida da população do entorno.

Desta forma, conhecer a área de estudos permitirá entender de forma prática todas as temáticas abordadas nas páginas anteriores.

De um passado rural, a Região Norte hoje praticamente não tem referências da área que começou a ser ocupada antes mesmo da construção de Belo Horizonte. Naquela época, a infraestrutura era precária, mas, a partir da década de 1980, tudo começou a mudar e o avanço foi rápido. Prova disso é a valorização dos imóveis e o investimento na região. Formada em sua grande maioria por casas, a Região Norte vem se transformando nos últimos anos com o aumento da oferta de edifícios residenciais. O bairro está localizado no entroncamento de três grandes vias de grande importância no sistema de circulação regional: Avenida Dom Pedro I, Avenida Cristiano Machado, Avenida Vilarinho, que dá acesso à área central de Venda Nova, além de vias que chegam à MG-20, importante acesso ao município de Santa Luzia.

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