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Ardis Do Capitalismo

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Por:   •  6/12/2013  •  1.792 Palavras (8 Páginas)  •  420 Visualizações

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A consolidação do crescimento do Capitalismo afirmou que suas transformações não se restringiam apenas ao campo econômico, mas que tocavam na sociedade como um todo. Sendo que, trazendo consigo o dilema da contradição, acentuando as desigualdades e criando grandes fissuras na divisão de classes. Tudo isso, aliado ao processo exercido pela classe trabalhadora, dava aos burgueses a falsa impressão de que o Capitalismo estava plenamente consolidado.

Eis que, as fortes e constantes crises cíclicas do Capitalismo criaram muitos outros problemas, especialmente de cunho social, tais como a hipertrofia da mão-de-obra e o exército industrial de reserva, assim como miserabilidade ferrenha. Em situações razoáveis, a mortalidade de adultos e crianças chegava a atingir 20% da população operária. Era, portanto, o mais cruel avesso do lucro e do progresso dos Capitalistas.

A face da classe dominante, ao final da década de 1860, já não era mais apenas a face do poder, do fausto e do luxo de uma burguesia em plena ascensão econômica. Em seu semblante já se podiam notar fortes sulcos produzidos pela inquietação e pela ansiedade que lhe traziam o agravamento dos problemas sociais e as dificuldades de superação das crises provocadas por um comércio recessivo e por um mercado retraído. (...) Assim como a consciência da classe do proletariado havia amadurecido (MARTINELLI, 2007, p. 71).

A exploração já não era aceita de maneira passiva e os descontentamentos já eram visíveis e começavam a dar os primeiros sinais de revolta. Deste mesmo modo, os Sindicatos já estavam mais unidos e fortalecidos e não se intimidavam com os discursos “apaziguadores” da Burguesia. A grande Indústria (templo das máquinas) tornou-se também terreno fértil para o desabrochar da consciência e a construção da identidade de classe do Proletário.

Foi, portanto, a exploração sobre cada trabalhador individual que os levou a dar-se conta da rede de relações na qual estavam inseridos e buscaram assim formar a coletividade. Para isso era necessário se desamarrar das ilusões criadas pelo Capitalismo, assim como se inserir no contexto das discussões políticas da época. Os simples movimentos de classes passaram a ser movimentos políticos de classe, tendo como cenário algo além da indústria, a sociedade. “Foram, porém, os movimentos associativos, a prática sindical, os movimentos sociais, enfim, que tornaram possível a marcha ascendente de sua consciência em direção à classe política e a luta de classes” (MARTINELLI, 2007, p. 74).

Todos esses fatores levaram a Burguesia a perder um pouco a sua supremacia, assim como o Capitalismo já era combatido pela classe Proletária, que estava bem mais organizada. Exatamente no final do século XIX o crescimento político da classe trabalhadora era bastante visível e ativo.

A burguesia criava formas de encobrir a face da pobreza de massa e da miséria generalizada.

Além de tudo isso, o modo de produção vigente (que queria o máximo de lucros) exauria as forças dos trabalhadores, de maneira que a grande quantidade de mão-de-obra excedente era melhor ainda, para substituir àqueles que haviam sido ‘sugados’ pelo dispêndio exagerado da força de trabalho e precisavam ser substituídos. Na Europa, “havia uma grande massa de camponeses empobrecidos, vagando (...), entre a revolta e a submissão” (MARTINELLI, 2007, p. 78).

Essa miserabilidade generalizada ‘envergonhava’ a classe burguesa, assim como o auge e o progresso do capitalismo, a face dos antagonismos era bastante visível e era preciso fazer algo, ao menos, para encobrir.

III

Serviço Social:

Rompendo com a alienação

A Grande Depressão influenciou e afetou todos os países do mundo, seja direta ou indiretamente, de maneira que somente no século XX as coisas começavam a entrar numa situação de estabilidade, sendo que esta durou pouco e foi atropelada pelos problemas políticos, sociais e econômicos. Enquanto isso, a classe operária havia evoluído da simples prática sindical para a prática política.

Todos esses eventos, atrelados à incidência constante da luta operária levaram a duas perspectivas importantes: a ‘questão social’ no centro da discussão histórica e o capital não mais como o grande dominador das relações. Caía, portanto, a máscara do Capitalismo e perdia respaldo as suas ilusões.

O Capitalismo (a economia) entrava numa crise jamais vista (por causa da Segunda Guerra Mundial) o que fez necessária a intervenção do Estado. Dentre as ações dele criou-se uma nova forma de Capitalismo, o Monopolista. Iniciou-se também uma nova repressão sobre os sindicatos, o que contrariamente fortaleceu ainda mais a consciência de classe dos trabalhadores.

E a medida “que cresciam os impérios econômicos, à medida que o Capitalismo Monopolista ganhava solidez, crescia também a pobreza e generalizava-se a miséria” (MARTINELLI, 2007, p. 95).

Sendo, então, “culpada” pelas mazelas sociais e pelo pauperismo ferrenho, a classe burguesa recorre aos agentes sociais, que já funcionavam com foro profissional propriamente dito.

Historicamente a ação deste profissional esteve mais associada à caridade. Há referências desde tempos da Antigüidade, no Egito, na Grécia, Itália, Índia, etc., o que remonta há 3000 anos a.C. Esses primeiros agentes eram chamados de Confrarias.

Na Filosofia, discutiram o tema da assistência, filósofos como Aristóteles, Platão, Sêneca e Cícero, em seus respectivos contextos. Já com a influência do Cristianismo a prática ganhou uma nova ênfase para a caridade e a justiça social. A Igreja Católica intensificou esta prática e as Confrarias passaram agir sobre a “a realização de inquéritos sociais e visitas domiciliares para a constatação das necessidades dos solicitantes de ajuda” (MARTINELLI, 2007, p. 97).

O grande organizador da Doutrina Cristã, que colocou a caridade como um dos pilares da fé, foi Santo Tomás de Aquino. Mas, assim como a caridade era sinônimo de auxílio, foi também motivo para manter pobres ainda mais alienados e em constante repressão.

Saindo um pouco desta noção de caridade, a assistência desemboca (talvez pior perspectiva) a da Ideologia, sendo esta Ideologia retratação da classe burguesa, que através da função ideológica controlava os pauperizado e ‘fingia’ tratar da ‘questão social’, desta feita a assistência

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