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Dom Casmurro

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Por:   •  15/3/2015  •  544 Palavras (3 Páginas)  •  293 Visualizações

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A literatura e as mudanças na sociedade

‎ Com a publicação de O Cortiço em 1890 e de Dom Casmurro em 1899 as comparações de livros que relatam o contexto histórico de uma década é quase impossível de não ser feita.

Machado de Assis em “Dom Casmurro” faz sua representação da sociedade por meio das pessoas que possuíam as características da mesma, enquanto Aluísio de Azevedo em “O Cortiço” prefere descrever a sociedade com grupos de pessoas.

Dom Casmurro relata a historia de Bentinho, contada por ele mesmo. Tudo gira em torno do amor do protagonista por Capitu, a moça mais moderninha da época, com trajes e trejeitos que mesclavam uma vestimenta a frente de seu tempo e a fala como a de um homem.

Dom Casmurro, ou Bentinho, como preferir, passa boa parte do enredo em duvida se fora ou não traído pela moça, desconfiando de tudo e de todos. O autor acaba deixando tudo de forma muito implícita, fazendo com que o leitor decida o veredicto de Capitu, se ela realmente traiu Bentinho, ou se ele era extremamente ciumento.

Já “O Cortiço”, revolucionou nossa literatura, é considerado um romance, mas com traços do naturalismo. Essa revolução ocorreu por conta de Aluísio de Azevedo, que adotou um novo método de escrita, realista, naturalista e objetiva.

O romance relata o Brasil do século XIX, pois suas críticas, ideologias, as relações sociais e econômicas deixam claro o modo e costume de nossa sociedade daquela época. A intenção do autor é relatar uma realidade corrompida, no caso de O Cortiço, o autor mostra a desorganização, rotina e mistura de etnias, em um espaço pequeno e precário, fazendo que o local onde se desenvolve a história, seja tratado como o personagem principal, é um caso de personificação, que foi inspirada em outra obra produzida por um francês.

João Romão é dono do cortiço, da taverna e da pedreira, é um retrato fiel de um homem ambicioso e capitalista, que quer obter lucro a qualquer custo, chegando até a cometer furtos. Tem como inimigo Miranda, que representa o lado burguês, é de um nível social mais elevado, aristocrático e vive em um palacete. Rita Baiana é uma das personagens com menor ambição, que se envolve com o português Jerônimo, que muda completamente seu caráter após o envolvimento com a atraente Rita.

A obra deixa explicita a ambição dos personagens com maior poder aquisitivo, que exploram as pessoas a sua volta, a submissão dos mais pobres, relatando a mistura de raças e a convivência alarmante entre pessoas totalmente diferentes, e principalmente a desigualdade social que é um problema abrangente até os dias de hoje.

Com relação às comparações feitas vemos em 1890, no “O Cortiço” a ascendência e de certa forma imponência da burguesia na sociedade da época, por meio de Miranda, o comerciante vizinho do cortiço, enquanto em 1899 a representação dessa classe social era feita pelo velho gordo e que vivia ofegante, tio de Bentinho, a morte deste personagem faz a alusão do enfraquecimento e da quase extinção da burguesia.

Com quase uma década de diferença entre um romance e outro é notada a importância da literatura na sociedade e na historia da humanidade, feita não somente pra contar “historias inventadas”, a literatura conta de forma singela nossa própria historia.

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