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Especialização precoce no futebol para crianças

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Por:   •  8/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.373 Palavras (6 Páginas)  •  217 Visualizações

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Especialização precoce no futebol para crianças

Early specialization in football for kids

Hércules de Lima Pereira1

Ivo Pedon2

1- Discente do curso de Bacharel em Educação Física no Centro Universitário Católico UniSalesino Auxilium – UniSALESIANO Araçatuba/SP

2- Professor Mestre em Educação Física do curso de Bacharel em Educação Física no Centro Universitário Católico UniSalesino Auxilium – UniSALESIANO Araçatuba/SP

Resumo

O termo especialização precoce é usado para expressar o processo pelo qual as crianças tornam-se especializadas em um determinado esporte em uma idade anterior àquela considerada adequada. Nessa pesquisa tratar-se-á da especialização precoce no futebol, haja vista ser essa uma prática cada vez mais frequente e, sendo assim ser a preocupação de pais e educadores.

A prática da especialização precoce é para alguns, como Bento (2006) um meio de melhorara a autoestima, a segurança e a sociabilidade, ou seja é fundamental para um bom desenvolvimento físico, psíquico e social da criança.

Já outros, como os membros da Fédération Internationale de médecine Sportive (1997) o treinamento intensificado (exercício físico) não tem justificativa fisiológica nem educacional, ao contrário, leva frequentemente a um estresse físico e mental durante o treinamento.

Essa pesquisa visa ampliara a discussão sobre a prática da especialização precoce no futebol com crianças, além de analisar e refletir sobre os benefícios e malefícios para o organismo infantil.

Palavras chaves: crianças, exercício físico, futebol

Introdução

A Especialização Precoce é um processo que vem sendo a tempos discutidos por especialistas em treinamento esportivo, e conseqüentemente no meio futebolístico. Comumente, ao se discutir especialização precoce, são mais enfatizados aspectos negativos relacionados à sobrecarga física imposta a jovens atletas que ainda não estão aptos a receber tais cargas de treino, e assim muitas vezes são acometidos de lesões crônicas que impedem que os atletas possam seguir praticando atividades de alto rendimento.

Em todo o mundo, existe preocupação com alternativas para o trabalho de atividade desportiva para jovens. Na verdade, as crianças e os jovens merecem uma atividade desportiva a sério, fundamentada, orientada e dirigida corretamente nas suas práticas de aprendizagem de iniciação e de competição. (PAES, 1997)

Mesmo com muitos estudos referentes à pedagogia esportiva, têm se notado que os profissionais de Educação Física não estão respeitando as individualidades, as maturidades biológicas e o desenvolvimento motor das crianças para obterem sucesso em curto prazo, mesmo que isso possa acarretar problemas futuros a essas crianças, como a especialização precoce. (NETO, 2008)

Especialização precoce no futebol para crianças

Em cada faixa etária, existem períodos sensíveis no desenvolvimento das qualidades motoras que devem ser respeitados por causa das suas peculiaridades. Até mesmo os intervalos entre as idades significam uma etapa qualitativamente nova na formação do organismo e por isto exigem a devida consideração.

O treinamento precoce está focado na perfeição física, por isto tende a desprezar o desenvolvimento saudável das qualidades físicas, a formação do ser humano (personalidade e moralidade) e os níveis de aptidão física do atleta no estágio de vida em que se encontra.

Conforme o pensamento de Carmo (2002), a criança e o adolescente têm sido direcionados para a competição esportiva, levando-os a treinar e se especializar em um determinado esporte como se fossem adultos. Desta feita, não é levado em consideração que a criança difere-se do adulto nos planos biológico e psicológico.

O esporte competitivo, para Tani (2001), quando iniciado precocemente traz conseqüências nas dimensões Fisiológicas e Neuromusculares no plano biológico e nas dimensões Cognitiva e Emocional e Psicossocial no plano psicológico.

No plano biológico o que acontece é que a criança ainda não está devidamente madura e desenvolvida corporalmente. No plano psicológico o que se discute é que a criança passa a assumir total responsabilidade no treinamento físico, incluindo as exigências e conseqüências sobre suas próprias vontades e pensamentos.

Tani (2001) assevera que a precocidade pode manifestar-se no domínio fisiológico devido a sobrecarga em termos de freqüência, intensidade e duração. As conseqüências mais comuns são: o esgotamento físico, o comprometimento da estrutura ósteo-muscular e lesões agudas ou até mesmo crônicas, pelo fato de que crianças, muitas vezes são submetidas a treinamentos incompatíveis com o seu estágio de crescimento e desenvolvimento. Santana (2005) corrobora esta teoria afirmando que a especialização precoce na criança apresenta como riscos o estresse de competição, a saturação esportiva e as lesões.

No domínio neuromuscular, Tani (2001) afirma que a precocidade pode manifestar-se quando crianças são expostas a uma aprendizagem e execução de habilidades motoras que exijam capacidades neuromotoras além daquelas que o seu estágio de desenvolvimento motor permite. A conseqüência disto é que leva a um comprometimento da motivação e à queda da auto-estima e até mesmo a desistência em decorrência da repetição de fracassos ou mesmo pela dificuldade de experimentar progressos. Kunz (1994), aponta como conseqüência de um treinamento especializado a unilaterização de um desenvolvimento que deveria ser plural.

No domínio cognitivo e moral a precocidade pode levar a criança à prática de comportamentos ilícitos, a dificuldades no relacionamento social e a experimentação de pressões mentais altamente

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