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Por:   •  12/3/2015  •  1.828 Palavras (8 Páginas)  •  763 Visualizações

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TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO 85 – O Coronel e o Lobisomem (Nível Médio)

O CORONEL E O LOBISOMEM

Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem – era sexta-feira.

Já um estirão era andado quando, numa roça de mandioca, adveio aquele figurão de cachorro, uma peça de vinte palmos de pelo e raiva…

Dei um pulo de cabrito e preparado estava para a guerra do lobisomem. Por descargo de consciência, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro:

– São Jorge, Santo Onofre, São José!

Em presença de tal apelação, mais brabento apareceu a peste. Ciscava o chão de soltar terra e macega no longe de dez braças ou mais. Era trabalho de gelar qualquer cristão que não levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado. Dos olhos do lobisomem pingava labareda, em risco de contaminar de fogo o verdal adjacente. Tanta chispa largava o penitente que um caçador de paca, estando em distância de bom respeito, cuidou que o mato estivesse ardendo. Já nessa altura eu tinha pegado a segurança de uma figueira e de lá de cima, do galho mais firme aguardava a deliberação do lobisomem. Garrucha engatilhada, só pedia que o assombrado desse franquia de tiro. Sabidão, cheio de voltas e negaças, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e lá na esperança de que eu pensasse ser uma súcia deles e não uma pessoa sozinha. O que o galhofista queria é que eu, coronel de ânimo desenfreado, fosse para o barro denegrir a farda e deslustrar a patente. Sujeito especial em lobisomem como eu não ia cair em armadilha de pouco pau. No alto da figueira estava, no alto da figueira fiquei.

(JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO. O Coronel e o Lobisomem. José Olympio, 11a Edição, Rio de Janeiro)

_____________________________________________________

1. Dê o significado das seguintes palavras que aparecem no texto:

2. a) estirão –

3. b) carecia –

4. c) macega –

5. d) negaças –

6. e) súcia –

7. f) denegrir –

2. O tempo (momento em que transcorre a ação) e o espaço (local onde ocorre a ação) estão adequados ao fato narrado? Justifique.

3. Em que pessoa é narrado o texto? Quem é o narrador?

4. Pode-se afirmar que o lobisomem é esperto? Justifique sua resposta com elementos do texto.

5. Aponte uma passagem do texto que indica que o coronel sentiu medo do lobisomem.

6. Quais nomes o narrador emprega para designar o lobisomem?

7. Indique passagens do texto que revelam a fúria do lobisomem.

8. Na frase: “Sujeito especial em lobisomem como eu, não ia cair em armadilha de pouco pau”, qual o sentido das expressões em destaque?

9. Pode-se afirmar que o coronel é vaidoso? Justifique sua resposta com elementos do texto.

10. Aponte duas características do ambiente sociocultural em que se desenrola a ação.

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Gabarito:

2. a) caminhada longa

3. b) precisava, necessitava

4. c) qualquer erva daninha

5. d) engodo, isca

6. e) multidão de bandidos, malfeitores

7. f) tirar a fama ou o crédito, infamar

2. Sim. Pois descreve o encontro de um lobisomem, personagem folclórica que segundo seus criadores, só aparece à noite em lugares ermos ou florestas. O texto informa que era “noite de lobisomem – sexta-feira… numa roça de mandioca”.

3. É narrado em 1a pessoa. O narrador é Ponciano de Azeredo Furtado.

4. Sim. O texto informa que o lobisomem era “sabidão, cheio de voltas e negaças, deu ele de executar macaquice que nunca cuidei que um lobisomem pudesse fazer. Aquele par de brasas espiava aqui e lá na esperança de que eu pensasse ser uma súcia deles e não uma pessoa sozinha.”

5. “Já nessa altura eu tinha pegado a segurança de uma figueira e lá de cima, do galho mais firme aguardava a deliberação do lobisomem.”

6. “figurão de cachorro”, “peste”, “penitente”, “assombrado”, “sabidão”, “par de brasas”, “galhofista”.

7. “Ciscava o chão de soltar terra e macega no longe de dez braças ou mais.” “Dos olhos do lobisomem pingava labareda…”

8. Especial – a palavra se refere ao narrador que se considerava um profundo conhecedor de lobisomem;

Armadilha de pouco pau – emboscadas fáceis de serem descobertas antes de ser cair nelas.

9. Sim. “Era trabalho de gelar qualquer cristão que não levasse o nome de Ponciano de Azeredo Furtado.” “…eu, coronel de ânimo desenfreado…”, “Sujeito especial em lobisomem como eu não ia cair em armadilha de pouco pau.”

10. As características socioculturais que se pode identificar no texto: a) A crença em figuras folclóricas existente entre as pessoas simples e de pouco conhecimento científico que moram na zona rural das cidades; b) A figura de um protetor rural – o coronel – muito comum em lugares onde as autoridades não fazem chegar a sua ação.

SINTAXE 7 – Termos Integrantes da oração: objeto direto e indireto.

LITERATURA 5 – O HUMANISMO EM PORTU

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO 81 – UM ESCRITOR NASCE

maio 17, 2014

Categories: Ensino Fundamental, TEXTOS PARA INTERPRETAÇÃO

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO 81 – UM ESCRITOR NASCE (Nível Fundamental)

UM ESCRITOR NASCE

Nasci numa tarde de julho, na pequena cidade

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