Feijão

1. INTRODUÇÃO

O feijão constitui-se como importante fonte de proteínas e um papel fundamental na alimentação da população brasileira. Sua área plantada vem diminuindo consideravelmente nos últimos anos. O plantio da primeira safra de 2012 deverá ficar em torno de 1.272 mil hectares, 10,4% menor em relação 2010/2011 (CONAB, 2012).

Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) é o principal inseto-praga de várias espécies vegetais agrícolas (SILVA et al., 1997). Tem recebido atenção especial quanto ao desenvolvimento de métodos de controle que reduzam a aplicação de inseticidas. O controle de S. frugiperda tem sido realizado principalmente pelo uso de produtos químicos (NERI et al., 2009).

O silício é um elemento químico capaz de acumular-se em quantidades relativamente maiores em gramíneas (EPSTEIN 1994, MARSCHENER 1995, EPSTEIN 1999) quando comparado o acúmulo em leguminosas. Seus benefícios sobre controle de pragas agrícolas foram constatados em inúmeros trabalhos.

O silício não é considerado essencial às plantas, porém é benéfico (NOJOSA et al., 2006). Está presente na solução do solo como ácido silícico, forma pela qual é absorvido e transportado via xilema e, posteriormente, depositado como sílica amorfa ou estruturas silicificadas, os fitólitos (RAVEN, 2001).

A incidência e severidade de lagartas podem ser reduzidas pelo silício atuante diretamente ou indiretamente sobre a biologia e comportamento dos insetos, como observado por ANTUNES et al. (2010) em milho e girassol, sugerindo efeito aditivo no controle dessas pragas agrícolas e NERI et al. (2005), com a combinação do silício e inseticidas tornando-se mais eficientes que os tratamentos isolados no controle de lagartas em milho.

Os mecanismos pelos quais o silício atua na resistência das plantas à patógenos ainda não estão totalmente esclarecidos (PEREIRA et al., 2009).

A utilização do silício no controle de pragas agrícolas pode dar-se pela sua capacidade de atuar como elicitor da resistência induzida (FAWE et al., 2001; GOMES et al., 2005), que proporciona modificações celulares, fisiológicas e morfológicas (DIXON et al., 1994)

A resistência vegetal induzida proporcionada pelo silício poderá ser mecânica, com a formação de barreiras físicas propiciadas pela deposição de ácido mono silícico abaixo da cutícula (DATNOFF et al., 2007), formando uma barreira mecânica conhecida como dupla camada silício-cutícula (YOSHIDA et al., 1962; GOUSSAIN et al., 2002), e associação da sílica nas paredes celulares com outros constituintes tornando-as menos acessíveis às enzimas de degradação (BASAGLI et al., 2003; YAMADA & ABDALLA, 2006), ou bioquímica, aumentando a síntese de toxinas que podem agir como substâncias inibidoras ou repelentes (EPSTEIN, 1994; MARSCHNER, 1998; DANNON & WYDRA, 2004).

Este trabalho objetivou avaliar a herbivoria de seções de folhas de feijoeiro cultivado em vasos contendo solo incubado com doses crescente de uma fonte silicatada por lagartas de S. frugiperda mantidas em laboratório.