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Fluorita

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Por:   •  4/12/2014  •  2.006 Palavras (9 Páginas)  •  601 Visualizações

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FLUORITA: Caracterização, contexto geológico e aspectos prospectivos no estado de Santa Catarina/Brasil.

FREITAS, CLAUDENICE MARTINS

GRADUANDA EM GEOLOGIA-UFSC

1 Introdução

A fluorita (CaF2-Fluoreto de Cálcio) é a maior fonte comercial do elemento flúor. Sua mineração iniciou-se em 1775, na Inglaterra e com o advento da indústria siderúrgica teve impulso, e o mineral passou a ser usado como fundente. Seu uso comercial consagrou-se durante a segunda guerra mundial com sua utilização nas indústrias química, siderúrgica e cerâmica (SAMPAIO; ANDRADE; BALTAR, 2005). Na indústria química a fluorita não tem concorrente no processo de obtenção do ácido fluorídrico e composto derivado (PEÇANHA, 2001).

No Brasil, destaca-se o Distrito Fluorítico de Santa Catarina. Esse distrito tem uma importância econômica nacional e mundial, constituindo o principal produtor de fluorita da América do Sul. (SILVA, 2008).

O presente teve como objetivo destacar a importância da substância fluorita no estado de Santa Catarina, utilizando como ferramenta uma revisão da literatura e pesquisa na plataforma SIGMINE (Sistema de Informação Geográfica para Mineração) do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), segundo critérios previamente estabelecidos pelo professor Neivaldo Araújo de Castro, ministrante da disciplina de Prospecção Mineral da Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC.

2 Caracterização do Fluorita: usos e especificações para aproveitamento

A Fluorita (Fluoreto de Cálcio, CaF2) constitui a principal fonte de flúor em termos comerciais, é um mineral de cor variável, clivagem perfeita, hábito predominantemente cúbico, traço incolor e brilho vítreo. Quando pura corresponde a 51,2% de Ca (cálcio) e 48,8% de F (flúor) (SAMPAIO; BALTAR; ANDRADE, 2005).

Segundo SAMPAIO, BALTAR e ANDRADE (2005) as principais formas de ocorrência da fluorita sob o foco da perspectiva econômica são: Filões em rochas ígneas, metamórficas e sedimentares; Depósitos estratiformes em rochas carbonatadas; Substituindo rochas carbonatadas ao longo dos contatos com rochas ígneas intrusivas; Depósitos marginais em rochas carbonatíticas e alcalinas e: Concentrações residuais resultantes do intemperismo de depósitos primários.

A comercialização da fluorita é feita sob duas especificações principais. a) Grau Metalúrgico: teor de 80% a 85% de CaF2, sílica menor que 15%, enxofre menor que 0,3%, e b) Grau Ácido: teor mínimo de 97% de CaF2contido, máximos de 1,5% de sílica e 0,1% de enxofre livre, granulometria de 100 mesh (PEÇANHA, 2001).

Ainda segundo Peçanha (2001) os principais usos da fluorita são na siderurgia/metalurgia, fabricação do alumínio, indústria química, como ácido fluorídrico; na indústria cerâmica (vidros e esmaltes), na fluoretação de águas como agente preventivo das cáries dentárias, na fabricação de cimento Portland e como fundente especial nas indústrias de refratários e soldas.

3 Situação atual no Estado de Santa Catarina

Santa Catarina detém 73,6%, da produção nacional. O DFSC, é considerado o maior produtor da América do Sul, concentrando as maiores minas de fluorita em operação. As reservas distribuem-se por vários municípios, sendo os mais importantes os de Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, Pedras Grandes e Morro da Fumaça (PEÇANHA, 2001).

3.1 O Distrito Fluorítico de Santa Catarina – DFSC: localização e geologia

Localiza-se no Sudeste de Santa Catarina, delimitado a oeste pela Bacia do Paraná e a leste pelo Atlântico Sul. A maior parte das jazidas tem reservas da ordem de 150.000t, espessura até 3m e são exploradas até uma profundidade próxima de 150m (BASTOS NETO e JELINEK, 2008). A porção aflorante é pequena, constituída por granitoides relativamente ricos em flúor (HOFF, 2002).

Segundo Silva (2008) a geologia do distrito é descrita como:

O embasamento enquadra-se na extremidade NE do batólito de Pelotas - unidade geotectônica central do cinturão Dom Feliciano. Predominam os granitóides Pedras Grandes e Tabuleiro (…). Os primeiros são predominantemente grosseiros, porfiróides e rosados, predominam as composições graníticas, com trend típicamente tardi-orogênico transalcalino; os segundos são predominantemente equigranulares, médios, cinzas, com composições de alcali-granito e trend pós-orogênico alcalino saturado em sílica. São cortados por diques de rochas sub-vulcânicas ácidas eocambrianas. As rochas da bacia do Paraná presentes no distrito pertencem às formações Rio do Sul, Rio Bonito e Palermo, de idades Eo-permianas, cortadas por diques e soleiras de diabásio correlacionados às lavas basálticas da Formação Serra Geral (Juro-Cretácea).

A geologia principal do DFSC, seus principais subdistritos e lineamentos que controlam a mineralização podem ser observados na Figura 1. No lineamento Canela Grande ocorrem a maior parte dos depósitos de fluorita (SILVA, 2008).

Figura 1: Mapa geológico do DFSC com os subdistrito e, lineamentos: ZCRB –Zona de Cisalhamento Rio dos Bugres; SRL – Santa Rosa de Lima. A - Segunda Linha Torrens; B - Ribeirão da Areia; C- Pedras Grandes; D - Grão Pará; E- Rio Bravo Alto. (Adaptada de Silva (2008))

3.2 O Distrito Fluorítico de Santa Catarina – DFSC: caracterização dos filões de fluorita

Segundo Bionde (2003) no DFSC, há 36 depósitos de fluorita, agrupados em Distritos. Os depósitos são filoneanos e suas reservas medidas totais são da ordem de 3,1 Mt de minério com teores de fluorita entre 50% e 80%. Os filões alojam-se ao longo de cisalhamentos, em ambientes transtensionais, no cruzamento de falhas cisalhantes com fraturas de tensão ou falhas normais.O substrato local é de rocha granítica intrusiva, porfirítica, grosseira, localmente alterado hidrotermalmente. A descrição dos filões estudados por este autor é feita como segue:

Nos filões, a fluorita ocorre cimentando fraturas abertas, na forma de minério bandado, ou como fluorita maciça, cimentando fragmentos de rocha, de brecha ou de fluorita de fases mineralizadoras mais antigas. Vários estudos indicam que houve ao menos três gerações de fluorita. Um mesmo filão pode apresentar características diferentes, quando parte dele está em uma falha reativada ou quando está encaixado por diferentes tipos

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