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Graduação

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Por:   •  28/3/2015  •  1.168 Palavras (5 Páginas)  •  96 Visualizações

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Etnoastronomia: o que é?

A origem da palavra é grega, vindo de uma composição entre “ethnos” que significa povo, “astro” que significa estrela e “nomos” que quer dizer lei. Assim, a etnoastronomia é voltada para o estudo dos astros em diversos grupos culturais; vários povos com as mais diversificadas culturas. Pois embora o céu seja igual para os observadores em um mesmo hemisfério, sua maneira de olhar é o que os diferencia. A exemplo disso temos as mais variadas interpretações que podem ser dadas para as diferentes fases da lua, criação do mundo, das estrelas e o aparecimento de constelações como as Plêiades no céu que serão abordadas no próximo capítulo, sobre as lendas mais fascinantes desses povos.

Os mitos indígenas

Desde o princípio em que o homem observava fenômenos naturais como chuva, ventos, relâmpagos, nascimento da lua, pôr do sol e até mesmo eclipses sentia a necessidade de explicar e prever cada um deles. Com os indígenas não foi muito diferente, embora os mitos sirvam não somente para justificar existências, mas também para passar conhecimentos às próximas gerações. Como cada tribo possuía suas próprias lendas, serão abordadas quatro delas, sendo referentes ou aos Bororos do Mato Grosso, aos Carajás da região entre Goiás e Tocantins, e duas aos Tupis-Guaranis da região sul respectivamente.

A criação das estrelas – um mito Bororo

Diz a lenda que no céu a noite era escura, iluminada apenas pela imensa lua e quando ela se escondia, um terrível breu fazia-se sobre as aldeias. Na tribo, durante o dia os homens caçavam, as mulheres cuidavam da plantação de milho e as crianças brincavam.

Um dia, quando as mulheres foram colher o milho encontraram apenas algumas poucas espigas, porque as crianças, em um gesto de travessura, já haviam colhido muitas delas e socado o milho para fazer um bolo. Pediram, então à mulher mais velha para que lhes fizesse o bolo, a qual já cansada e sem forças atendeu ao pedido e, exausta, foi descansar sobre a rede.

Após os meninos se fartarem, o papagaio da aldeia, que tinha visto tudo, ameaçou contar para as mães das crianças tudo o que elas tinham feito, e assim os curumins cortaram-lhe a língua. Despreocupados e ansiosos por uma nova aventura, foram mata adentro e capturaram um beija-flor, ao qual mandaram voar para o mais alto e lá prender a ponta de um cipó. Conforme o beija-flor voava, as crianças emendavam um cipó no outro e nele subiram, até o céu.

Quando as mulheres voltaram, não encontraram seus filhos na aldeia. Perguntaram por eles mas não obtiveram resposta, porque a velha dormia e o papagaio já não podia falar. Desesperadas, foram procurá-los e, no meio da mata, encontraram o cipó. Choraram e imploraram para que seus filhos voltassem, mas, de lá de cima, os bororos mesmo vendo as mães tristes não queriam voltar.

Bem lá no alto, quando os curumins tentaram voltar não conseguiram. Tinham sido castigados pela desobediência e pela ingratidão às mães, condenados a viver lá em cima, e todas as noites, a olhar para a terra, para ver se suas mães ainda deles se lembravam e continuavam a prantear por eles. Para ver as mães, os olhos dos desobedientes meninos bororos transformaram-se em estrelas, iluminando todas as noites do mundo, mesmo quando a lua não estava no céu.

As constelações indígenas

É tão comum quanto se possa imaginar observar o céu e nele enxergar as mais diversas representações daquilo que conhecemos. É o caso de figuras de coelhos nas nuvens, da lua que parece feita de queijo e dos desenhos das constelações greco-romanas. Para os adultos, os desenhos tornam o céu mais místico, mais misterioso; para as crianças, às vezes divertido e curioso e às vezes difícil de entender por falta de conhecimento das mitologias. É o que acontece com frequência quando se tenta mostrar as constelações de Órion, Pégaso, Centauro e Sagitário, por exemplo.

Diferentemente dos povos gregos e romanos, na verdade muito antes deles, os indígenas adotaram esta filosofia: “assim na terra como no céu”. Seguindo tal idéia, o céu indígena passou a ser imaginado cheio de figuras de animais conhecidos de sua cultura mesmo pelas crianças,

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