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Homem Cultura E Sociedade

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Por:   •  14/5/2014  •  1.437 Palavras (6 Páginas)  •  460 Visualizações

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Bacharelado em Administração

Disciplina: Homem, Cultura e Sociedade

Prof.:

Aula: 1 – Homem, Cultura e Sociedade

Semestre: 1º

Aula Atividade

Objetivo da atividade:

 Analisar a contribuição da Filosofia Clássica Grega para a formação do

pensamento ocidental.

Orientações:

Caro aluno,

Participe da atividade conforme instruções a seguir:

1. Dividam-se em pequenos grupos de acordo com a orientação dos tutores de sala.

2. Leiam o texto “A alegoria da Caverna” de Platão.

3. Reflitam e discutam nos grupos sobre o significado desta alegoria e como ela pode

auxiliar na formação da racionalidade do administrador.

4. Realizem uma discussão com a participação de toda sala.

Observações:

O texto está no formato de diálogo, como no livro A República de Platão, pois a

leitura em acordo com o original possibilita uma interpretação mais autônoma sobre a

Alegoria e sobre a sua atualidade.

Caro aluno,

O professor estará participando do Chat.

Peça para o tutor de sala enviar suas dúvidas para que o professor possa saná-las.

Tenham um ótimo trabalho!

Prof. Wilson Sanches.

UNOPAR VIRTUAL

Bacharelado em Administração

A Alegoria da caverna: A República, 514a-517c tradução de Lucy Magalhães. In:

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein.

2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. Disponível em:

<http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Textos-B%C3%A1sicos-de-

Filosofia-dos-pr%C3%A9-socr%C3%A1ticos-a-Wittgenstein-Danilo-Marcondes.pdf>.

Acesso em: 20 fev. 2014.

Texto: A alegoria da caverna – A República (514a-517c)

Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de

acordo com o quadro que vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea em

forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior

desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem mudar de lugar nem

voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás

deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse

caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem

entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo.

Glauco: Entendo

Sócrates: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo o tipo de objetos

fabricados, ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou

qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns

falam, outros se calam.

Glauco: Estranha descrição e estranhos prisioneiros!

Sócrates: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tenham visto algo

mais do que as sombras de si mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua

frente?

Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça

imóvel?

Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam?

Glauco: É claro.

Sócrates: Então, se eles pudessem conversar, não acha que, nomeando as sombras que veem, pensariam

nomear seres reais?

Glauco: Evidentemente.

Sócrates: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante deles, quando um dos que passam

ao longo do pequeno muro falasse, não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à sua

frente?

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Bacharelado em Administração

Glauco: Sim, por Zeus.

Sócrates: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não poderiam considerar nada como

verdadeiro, a não ser as sombras dos objetos fabricados.

Glauco: Não poderia ser de outra forma.

Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua

desrazão. Tudo não aconteceria naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto, forçado

subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o

fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as sombras

anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas

sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que está

vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o

com perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via

antes lhe pareceriam mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?

Glauco: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras.

Sócrates: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria

as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do

que as coisas que lhe mostram?

Glauco: Sem dúvida alguma.

Sócrates: E se o tirarem de lá à força, se o fizessem subir o íngreme caminho montanhoso, se não o

largassem até arrastá-lo para a luz do sol, ele não sofreria e se irritaria ao ser assim empurrado para fora?

E, chegando à luz, com os olhos ofuscados pelo brilho, não seria capaz de ver nenhum desses objetos, que

nós afirmamos agora serem verdadeiros.

Glauco: Ele não poderá vê-los, pelo menos nos primeiros momentos.

Sócrates: É preciso que ele se habitue, para que possa ver as coisas do alto. Primeiro, ele distinguirá mais

facilmente as sombras, depois, as imagens dos homens e dos outros objetos refletidas na água, depois os

próprios objetos. Em segundo lugar, durante a noite, ele poderá contemplar as constelações e o próprio

céu, e voltar o olhar para a luz dos astros e da lua mais facilmente que durante o dia para o sol e para a luz

do sol.

Glauco: Sem dúvida.

Sócrates: Finalmente, ele poderá contemplar o sol, não o seu reflexo nas águas ou em outra superfície lisa,

mas o próprio sol, no lugar do sol, o sol tal como é.

Glauco: Certamente.

Sócrates: Depois disso, poderá raciocinar a respeito do sol, concluir que é ele que produz as estações e os

anos, que governa tudo no mundo visível, e que é, de algum modo a causa de tudo o que ele e seus

companheiros viam na caverna.

Glauco: É indubitável que ele chegará a essa conclusão.

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Sócrates: Nesse momento, se ele se lembrar de sua primeira morada, da ciência que ali se possuía e de

seus antigos companheiros, não acha que ficaria feliz com a mudança e teria pena deles?

Glauco: Claro que sim.

Sócrates: Quanto às honras e louvores que eles se atribuíam mutuamente outrora, quanto às recompensas

concedidas àquele que fosse dotado de uma visão mais aguda para discernir a passagem das sombras na

parede e de uma memória mais fiel para se lembrar com exatidão daquelas que precedem certas outras ou

que lhes sucedem, as que vêm juntas, e que, por isso mesmo, era o mais hábil para conjeturar a que viria

depois, acha que nosso homem teria inveja dele, que as honras e a confiança assim adquiridas entre os

companheiros lhe dariam inveja? Ele não pensaria antes, como o herói de Homero, que mais vale “viver

como escravo de um lavrador” e suportar qualquer provação do que voltar à visão ilusória da caverna e

viver como se vive lá?

Glauco: Concordo com você. Ele aceitaria qualquer provação para não viver como se vive lá.

Sócrates: Reflita ainda nisto: suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta

vez, não seria pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do sol?

Glauco: Naturalmente.

Sócrates: E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os

prisioneiros que continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se

recompuseram, enquanto lhe deram um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não

ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que

não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus laços, fazê-los subir, você

acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá-lo, não o matariam?

Glauco: Sem dúvida alguma, eles o matariam.

Sócrates: E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos

anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, a luz do fogo

que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que

se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha esperança, já que

desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em

todo o caso eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-me

a do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de

tudo o que há de reto e de belo. No mundo visível, ela gera a luz e o senhor da luz, no mundo inteligível ela

própria é a soberana que dispensa a verdade e a inteligência. Acrescento que é preciso vê-la se quer

comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública.

Glauco: Tanto quanto sou capaz de compreender-te, concordo contigo.

...

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