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Islã

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Por:   •  24/11/2014  •  Tese  •  1.071 Palavras (5 Páginas)  •  121 Visualizações

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Nos últimos meses um assunto tem obtido cada vez mais espaço na mídia, e promete ser uma das grandes questões debatidas nessas eleições: o respeito à liberdade religiosa. Por um lado é um fato a ser comemorado, pois demonstra a relevância do tema e o comprometimento que a sociedade deve ter com a matéria. Por outro, no entanto, é triste pensar que somente agora, após três anos de um árduo trabalho da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, este tópico esteja sendo tratado com a devida seriedade. E mais triste ainda é constatar que, em pleno século XXI, ainda tenhamos que lutar contra um câncer tão antigo, a intolerância religiosa, que já causou tantas injustiças e tragédias ao longo da história da humanidade.

O princípio básico do intolerante sempre foi a sua suposta condição superior sobre aquele que era diferente dele. O homem se achava melhor que a mulher, a “causadora do pecado original”, e sempre a estigmatizou na maioria das civilizações antigas. O colonizador acreditava vir de uma cultura moderna, que deveria civilizar os povos “primitivos” e “bárbaros”. O branco tinha a certeza que era melhor do que o negro, o que lhe dava o direito de escravizá-lo. Mas todos esses aspectos se resumem a apenas uma característica, presente em todo intolerante: a ignorância. E falo da ignorância em dois aspectos. Primeiro, no sentido de ignorar, de fato, o que o outro pensa, o que o outro faz, qual a visão de mundo do outro, etc., e nem se interessar em conhecer. E, segundo, na concepção de achar que aquele que é ou age de forma diferente é, automaticamente, inferior. Talvez não haja ignorância maior neste mundo...

“Ó humanos, temei a vosso Senhor que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira, e de ambos fez descender inumeráveis homens e mulheres”

(Alcorão – 4ª surata, 1ª ayah)

“Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea, e vos dividimos em povos e tribos para reconhecerdes uns aos outros. O melhor dentre vós, perante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus está bem inteirado e é Sapientíssimo”

(Alcorão – 49ª surata, 13ª ayah)

De acordo com a perspectiva islâmica, todos nós fomos criados por Deus e somos descendentes do primeiro homem, Adão. Sob um ponto de vista amplo, todos nós somos irmãos, pois somos provenientes da mesma origem, do mesmo Criador. E tal qual em uma família de muitos irmãos, onde eles têm características semelhantes e outras totalmente divergentes, a humanidade foi construída ao longo do tempo em diversas civilizações, culturas, etnias, etc., o que não significa, em nenhuma hipótese, que alguma seja superior ou inferior. Somos todos seres humanos. Com defeitos e qualidades, semelhanças e diferenças, mas todos seres humanos, merecedores igualmente do exercício do seu livre arbítrio dado pelo próprio Deus. Afinal, se Ele quisesse que todos fossem iguais e pensassem da mesma forma, assim o faria. E essa liberdade de alternativas dada pelo Criador perpassa pela livre escolha de credo.

“Não há imposição quanto à religião, pois já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Deus, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Deus é Oniouvinte, Sapientíssimo”

(Alcorão – 2ª Surata, 256ª ayah)

Em nossa crença, o Alcorão é o último livro revelado por Deus, assim como foi a Torá e o Evangelho, e é destinado a toda humanidade. Nele encontramos nada menos do que 527 ayát (versículos) sobre a importância do diálogo. E como Deus diz nesta ayah acima, a religião não pode ser imposta, pois a fé deve surgir no interior de cada um, está diretamente ligada ao coração, e jamais pode ser transmitida como verdade absoluta. Por esta convicção, vimos por mais de sete séculos muçulmanos, judeus e cristãos convivendo de forma harmônica e pacífica durante o governo islâmico da Andaluzia.

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