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Manoel Bergström Lourenço Filho

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Por:   •  26/10/2013  •  1.828 Palavras (8 Páginas)  •  445 Visualizações

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Manoel Bergström Lourenço Filho

Educador e psicólogo brasileiro nascido em 10 de março de1897 em Porto Ferreira, SP, realizador de um importante trabalho de reformulação do ensino no Brasil e em outros países da América Latina pelo qual mereceu o título de Mestre das Américas. Aos 24 anos, foi convidado para ser o diretor da Instrução Pública do Ceará, com a incumbência de reorganizar o ensino do estado. O trabalho, que durou dois anos e meio, rendeu frutos como o livro Juazeiro do Padre Cícero, análise do fanatismo religioso para a qual utilizou-se de seus conhecimentos em Psicologia. Nesse momento Lourenço começou a tomar conhecimento de métodos novos aplicados às escolas e resolveu conhecê-los mais de perto.

Com os amigos, o baiano Anísio Teixeira e o mineiro Fernando Azevedo, Lourenço Filho idealizou a Escola Nova - projeto que defendia a idéia da escola "sob medida", mais preocupada em adaptar-se a cada criança do que em encaixar todas no mesmo molde, e que julgava que o interesse e as atividades dos alunos tinham papel determinante na construção de uma "escola ativa". Defendida principalmente pelo suíço Claparède e sob a influência do filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952), a Escola Nova era para Lourenço Filho de grande importância, não só para a aprendizagem dentro dos limites da sala de aula: "As classes deixavam de ser locais onde os alunos estivessem sempre em silêncio, ou sem qualquer comunicação entre si, para se tornarem pequenas sociedades, que imprimissem nos alunos atitudes favoráveis ao trabalho em comunidade".

"Um dos erros da escola tradicional

era conceber um tipo de criança em abstrato,

uma criança de tipo ideal por todos os aspectos,

na vida real inexistente".

Entre 1932 e 1937, o educador esteve à frente do Instituto de Educação do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e reformulou a estrutura curricular tornando o curso Normal exclusivamente profissionalizante, criando assim um modelo para as demais unidades da federação. Empenhou-se ainda em orientar a formação de professores para a prática em sala de aula e para o domínio das competências profissionais.

Uma de suas maiores preocupações era a de que os alunos tivessem oportunidades iguais em todos os lugares do país e para isso era preciso que os métodos fossem unificados e não as pessoas. E foi questionando os moldes da educação na sua própria organização social que ele via a possibilidade de melhoria da educação. Para Lourenço Filho faltava emancipação técnica, além de princípios racionais e científicos. Essas preocupações o fizeram promover modificações nas formas educacionais nos vários cargos públicos que ocupou.

Algumas das várias teorias em que o educador esteve à frente foram de suma importância para o desenvolvimento dos métodos de ensino e aplicavam a psicologia, sempre, como parte integrante de seus preceitos. Vale destacar: Movimento dos Testes - em que era medida, escala métrica, a inteligência, com provas breves e objetivas na forma de questionários; Psicotécnica - método em que a orientação profissional era direcionada para uma melhor adaptação entre profissão e aptidão; Testes ABC - verificação da maturidade necessária à aprendizagem da leitura à escrita; Organização dos Testes ABC - criação de uma esfera técnico-pedagógica separada da administração.

Lourenço Filho defendeu a necessidade da elevação dos níveis de instrução de toda a população como condição para o desenvolvimento econômico da nação.

Vida e obra

Sua carreira profissional foi precoce. Pode-se lembrar a premonitória experiência de elaborar um jornal próprio, O Pião, cujo chefe, redator e tipógrafo era ele mesmo, menino de 8 anos ainda. Sua vida evidenciará que esse jornal foi mais do que mero capricho de criança: o "brinquedo" o preparou para exercícios profissionais posteriores. Mais tarde trabalhará no Jornal do Comércio, n’O Estado de S. Paulo e na Revista do Brasil, nesta, ao lado de Monteiro Lobato.

O talento desse educador revelou-se tanto no desempenho discente quanto na atuação docente. Desde o exame de admissão para a Escola Normal Primária de Pirassununga exercitava habilidades docentes ministrando aulas particulares de preparação para os testes admissionais. Também a primeira experiência no ensino público dá-se em sua terra natal, em 1915.

Novo contato com a sala de aula se fará na Escola Normal Primária de São Paulo, na qual leciona diversas disciplinas pedagógicas, em 1920. No ano seguinte é nomeado para a cátedra de Psicologia e Pedagogia da Escola Normal de Piracicaba. Ali funda a Revista de Educação, que recebe seus primeiros artigos. No final desse mesmo ano, casa-se com Aida de Carvalho, que conhecera em Pirassununga, quando ambos eram normalistas.

É possível detectar nesse momento da vida de Lourenço a fusão harmônica entre o leitor, o professor, o escritor, o pesquisador e o administrador, potenciais que começavam a demandar espaço.

A vasta obra de Lourenço Filho, entretanto, não pode ser vinculada, de modo simplista, apenas à temática do manifesto escola novista. Mais do que signatário do Manifesto, foi um educador sedento do novo, que bebia nas fontes do novíssimo, das últimas novidades pedagógicas do cenário internacional. Sua preocupação, de fato, voltava-se também para o fazer pedagógico.

A realidade educacional brasileira é terreno carente mas fértil para contribuições. A preocupação com a educação movia Lourenço Filho. Suas experiências, as viagens pelo Brasil e ao exterior, sua ampla cultura lhe possibilitaram escrever em áreas como Geografia e História do Brasil, Psicologia (testes e medidas na educação, maturação humana), Estatística e Sociologia.

No campo da Educação, sua contribuição abrange temas como educação pré-primária, alfabetização infantil e de adultos, ensino secundário, ensino técnico rural, universidade, didática, metodologia de ensino, administração escolar, avaliação educacional, orientação educacional, formação de professores, educação física e literatura infanto-juvenil – textos espalhados por numerosos livros, revistas, jornais, cartilhas, conferências, apresentações e prefácios. Há publicação de alguns de seus escritos em inglês, francês e espanhol.

Viveu os últimos anos no Rio e, vítima de colapso cardíaco, faleceu em 3 de agosto de 1970, aos 73 anos.

Pensamento do

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