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Movimento De Reconceituação

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Por:   •  21/3/2014  •  3.260 Palavras (14 Páginas)  •  324 Visualizações

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MODELO ATPS FUNDAMENTOS II

O Serviço Social é uma categoria que como algumas outras se uniram formando grupos entre si, com objetivo de mudarem o rumo de sua história. Para conquistar o direito de renovação e o fim da forma tradicional assistencialista em que os profissionais eram obrigados a atuarem.

Os agentes eram recrutados pela Igreja Católica, dentre os membros da classe dominante para atuarem com propósitos na caridade e na repressão ao mesmo tempo. Satisfazendo os interesses da oligarquia de se manter como classe dominante. As agentes sociais eram moças da sociedade que prestavam auxílios junto ás classes menos favorecidas, através de entrevistas, visitas domiciliares, ajuda material direta ou indireta, aconselhamento, e com a finalidade de apaziguar conflitos sociais gerados pela exploração do trabalho e crescimento da pobreza, gerando profundas desigualdades sociais.

A Igreja Católica teve grande influência no Serviço Social, tinha domínio sobre a caridade praticando assim o assistencialismo, destinados á classe trabalhadora e agindo de comum acordo com a burguesia. Essa prática assistencialista como eram tratadas as pessoas e a não perspectiva de uma vida digna, que abrangesse de fato todos de maneira uniforme, fez com que assistentes sociais contrários á prática tradicional da profissão, começassem a questionar o trabalho social meramente assistencialista.

Foi no início da década de 60, que vários encontros foram realizados por assistentes sociais contrários as formas de atuação que a eles eram impostas. Dois blocos foram formados; reformistas democratas (propunham projetos desenvolvimentistas) e os radicais democratas (propunham uma ruptura radical com o conservadorismo profissional). Esse movimento também toma forças nos países Latino Americano (Chile, Argentina, Peru e Uruguai).

“O Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina constituiu-se numa expressão de ruptura com Serviço Social tradicional e conservador; e na possibilidade de uma nova identidade profissional com ações voltadas ás demandas da classe trabalhadora.” (Faleiros, 1981; p. 133).

Durante a Ditadura Militar no Brasil e em outros países da América Latina, o movimento teve suas ações limitadas, e o Serviço Social nessa época teve somente a função de amenizar os impactos causados com a exploração do capitalismo e pela concentração de renda das classes burguesas, fazendo com que os trabalhadores se conformassem e, não se rebelassem na tentativa de mudar todo aquele contexto. E por outro lado, o governo ditador se impunha com autoritarismo massacrando qualquer tipo de reivindicação. Foi nesse período que surgiu a necessidade de Reconceituação do Serviço Social, motivado pelas pressões sociais, desigualdades de classes e das questões sociais. Assistentes sociais passam a investir na organização da categoria profissional como na formação acadêmica, durante esse período, alguns seminários são realizados para tratar da teorização do Serviço Social. Os documentos realizados foram em Araxá (19 a 26 de março de 1967) - Teorização do Serviço Social; em Teresópolis (10 a17 de janeiro de 1970) - Metodologia do Serviço Social; Sumaré e Alto da Boa Vista (20 a 24 de novembro de 1978) - Cientificidade do Serviço Social. Os documentos utilizados nestas discussões são considerados como marcos histórico na profissão. O Movimento de Reconceituação foi um marco decisivo para a ruptura com o conservadorismo tradicional do Serviço Social, fortalecendo a categoria levando os profissionais a lutarem pela conscientização política-social e a valorização da profissão. Várias transformações ocorreram entre as décadas de 1960 até 1990. O Serviço Social é uma profissão que avançou muito, vários direitos foram conquistados através de muita luta, mas mesmo assim, nos dias atuais o Serviço Social ainda convive com suas ações limitadas.

A profissão de assistente social é reconhecida por sua atuação junto á sociedade, desempenhando suas funções nas áreas da educação, saúde, trabalho, justiça e segurança, abrangendo empresas, comunidades, grupos, famílias e indivíduos. Independente de classe social, crença, raça, religião, nacionalidade, sexo, idade, cor, opção sexual, etc.

A Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, 1993; as Políticas Nacionais de Assistência Social - PNAS; e o Sistema Único de Assistência Social - SUAS, são alguns dos avanços e conquistas do Movimento de Reconceituação.

Sem luta não há vitória e com união se adquire mais força. Os professores e alunos se uniram, juntaram forças com outras categorias que também lutavam contra as opressões e desigualdades, causadas pelo acúmulo de poder da classe burguesa, para alcançar essas conquistas. Foram anos de perseguições, torturas e mortes. Muito se tem ainda por fazer, pois a desigualdade entre as classes sociais ainda é uma realidade em diversos países.

Seminários do Serviço Social

A Teorização do Serviço Social busca mostrar como ocorreu o processo de construção teórica do Serviço Social e a prática da profissão, como modelo tradicional conservador, desde os tempos que era vista como forma de fazer caridade. Com forte base moral e religiosa até a atualidade, em que o profissional de Serviço Social precisa ter formação técnica-científica para poder atuar nos diversos setores da sociedade, enfrentando situações cada vez mais desafiadoras.

Marx teve uma grande influência nesse processo, pois observou a sociedade, interpretou e descreveu, trazendo um mundo da história real e concreta: a das necessidades econômicas e sociais dos seres humanos.

O Seminário de Teorização do Serviço Social, promovido pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), tem por finalidade o estudo do Serviço Social nos seus aspectos teóricos e práticos, para avaliar o progresso feito no sentido de um caminhar para cientificidade. Os documentos que resultaram desses encontros refletem o pensamento dos profissionais naquele período, constituindo em um marco histórico do Serviço Social.

O Documento de Araxá, o Documento de Teresópolis e o Documento de Sumaré constituem uma importante fonte de pesquisa, que trata dos níveis da microatuação e da macroatuação do Serviço Social. O nível de microatuação discute a prática profissional voltada para a prestação de serviços diretos. Serviço Social como técnica, dispõe de uma metodologia de ação que utiliza diversos processos, como o de caso, grupo, comunidade e trabalho com a população. Na macroatuação, o Serviço Social está voltado para a política

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