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O AUTISTA NA SOCIEDADE

Por:   •  22/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  7.325 Palavras (30 Páginas)  •  78 Visualizações

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Instituto Federal Catarinense

Graduação em Licenciatura em Química

Campus Brusque

AMANDA GOULART

LUIZ GONZAGA BATISTA

O AUTISTA NA SOCIEDADE

Brusque

2022

AMANDA GOULART

LUIZ GONZAGA BATISTA

O AUTISTA NA SOCIEDADE

Artigo apresentado no curso de Licenciatura em Química, na disciplina de Produção de Texto Científico, campus Brusque, Instituto Federal Catarinense.

Prof. Gilian Evaristo França Silva, Doutor.

Brusque

2022

O AUTISTA NA SOCIEDADE

Amanda Goulart 1

Luiz Gonzaga Batista ²

RESUMO

O objetivo geral deste artigo é relacionar o autismo com o mundo, a educação e o processo de aprendizagem, os desafios docentes e a sociedade em geral. Apresentamos inicialmente um breve histórico sobre o autismo e alguns fatos importantes para a concepção atual, a identidade do ser autista, sua relação com a sociedade, além da relação com a educação e com a educação superior. Por fim, este apresenta o relato de experiência de um discente da Licenciatura em Química do Instituto Federal Catarinense – IFC - Campus Brusque[a], e uma entrevista significativa com Guedria Motta, jornalista, especialista em Jornalismo Literário e Transtorno do Espectro Autista.[b]

Palavras-chave: Autismo; Educação; Sociedade; Relato de experiência.


ABSTRACT

The general objective of this article is to relate autism to education and the learning process, teaching challenges and gratifications. Initially, a brief history of autism is presented and some important facts for the current conception, the identity of the autistic being, its relationship with society, in addition to the relationship with education and higher education. Finally, it presents the experience report of one of the authors of the same, Luiz Gonzaga Batista, student of the Degree in Chemistry, and a significant interview with Guedria Motta, journalist, specialist in Literary Journalism and Autism Spectrum Disorder.

Keywords: Autism; Education; Society; Experience report.

INTRODUÇÃO[c]

O transtorno do espectro autista ou autismo é uma condição caracterizada principalmente pelo déficit de comunicação, socialização, dificuldades de adaptação às mudanças de rotina, interesses restritos, movimentos repetitivos e falta de plena autonomia. O autismo pode apresentar-se em três graus; sendo que a diferença entre os graus está no nível de dependência e na necessidade de suporte; um, dois e três, sendo que o terceiro grau é o que apresenta maior dependência, menos funcionalidade e mais sofrimento.[d]

Trata-se de uma deficiência, muitas vezes, invisível; o que faz com que as pessoas portadoras do transtorno possam passar despercebidas entre as multidões, ter seus diagnósticos tardios ou mesmo jamais procurar ajuda profissional. Mas quais são as dificuldades do autista em relação à sociedade, à escola, ao mundo acadêmico e a si mesmo?

Para penetrar em algumas das nuances do mundo autístico, voltaremos a 1908, quando o termo foi cunhado, seguindo os acontecimentos que marcaram a história do autismo até os dias de hoje. Em seguida faremos uma breve análise sobre o ser autista, suas marcas, dificuldades, obstáculos que se depara enquanto se agita entre os grupos humanos. Passaremos [e]então à uma reflexão sobre como anda a visão da sociedade sobre o autismo e os autistas, o acolhimento social e as mudanças que a presença dos autistas tem exigido e conquistado nesta mesma sociedade. Adentraremos nas dificuldades do autista na escola, ambiente primordialmente social, elencando algumas atitudes positivas por parte do professor que deseje construir afeto; baseado no respeito, na compreensão e na vontade de querer bem; pelo aluno autista. Chegaremos, atônitos com a escassez de dados e estudos, ao mundo acadêmico, local social onde o autista ainda não tem presença significativa.

No relato de experiência de um dos autores deste artigo, contemplaremos o mundo do autista a partir de dentro num esforço em direção a empatia do leitor, um convite para a reflexão. Convite esse que permanece na entrevista, realizada com uma mãe e profissional que tem o autismo entranhado no seu cotidiano, que fecha esse trabalho.

A visão da sociedade, da escola e do autista sobre si mesmo é uma discussão que traz à tona a necessidade de percepção do que difere do considerado normal. Representa um movimento de despir-se dos pré-conceitos, do estranhamento e da indiferença em direção ao outro que necessita e clama pelo seu direito à consideração.

Pautamos nossa pesquisa em autores renomados na área, promovendo uma conversa entre estes e o inesquecível Paulo Freire, de memória tão presente na pedagogia Brasileira e mundial. Procuramos entender o cotidiano, que já foi feito e o que pode ser aplicado no caso dos autistas. Nos propomos compreender o funcionamento da mente autística e como andam as ideias em relação ao transtorno no que tange a identidade, a educação e a sociedade em geral. Esperamos juntar nossas vozes, mantendo os debates sobre o espectro, sobre os indivíduos e sobre o lugar do ser humano autísta.

HISTÓRIA DO AUTISMO - LINHA DO TEMPO

Marchi (2017) em “Breve histórico sobre o autismo”, apresenta a seguir uma linha do tempo organizando os acontecimentos históricos ligados ao autismo:

O termo autismo foi criado em 1908 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler para descrever a fuga da realidade para um mundo interior observado em pacientes esquizofrênicos. Veja abaixo outros pontos fundamentais da história do autismo.

Em 1943, o psiquiatra Leo Kanner publica uma obra chamada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, descrevendo 11 casos de crianças com “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação das mesmices". Ele usa o termo “autismo infantil precoce”, pois os sintomas já eram evidentes na primeira infância, e observa que essas crianças apresentavam maneirismos motores e aspectos não usuais na comunicação, como a inversão de pronomes e a tendência ao eco.

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