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Parnasianismo

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Por:   •  3/3/2015  •  752 Palavras (4 Páginas)  •  406 Visualizações

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O movimento literário denominado Parnasianismo teve origem na França, sendo considerado por muitos autores como um movimento contrário ao Romantismo por apresentar traços como a impassibilidade do autor, a objetividade dos escritos e a tendência ao preciosismo vocabular (PITA, 2002).

A introdução do Parnasianismo no Brasil ocorreu concomitantemente a uma série de transformações político-sociais, fato que fomentou a absorção de parte dos traços literários característicos do movimento parnasiano (LÓPEZ, 2010). Porém, os autores brasileiros, algumas vezes, deixavam-se permear por traços líricos e por certa afetividade em seus poemas, não fugindo com isso, ao formalismo das rimas e à busca pela perfeição vocabular (PEIXOTO, 2010).

Podemos afirmar que muitos traços do Parnasianismo ainda são refletidos em parte da poesia praticada, como por exemplo, o vocabulário erudito e os escritos considerados de forma fixa, onde as estrofes estão subordinadas a certas regras.

Fazendo uma análise dos poemas propostos, cabe ressaltar, na obra denominada “A flor e a fonte” de Vicente de Carvalho, o uso de rimas com palavras de diferentes classes gramaticais e uma ruptura da relação de interdependência entre os versos, ressaltando a riqueza gramatical e a busca pela perfeição, traços típicos do parnasianismo, conforme trecho a seguir:

"Deixa-me, fonte!" Dizia

A flor, tonta de terror.

E a fonte, sonora e fria,

Cantava, levando a flor.

"Deixa-me, deixa-me, fonte!”

Dizia a flor a chorar:

"Eu fui nascida no monte...

“Não me leves para o mar (...)"

(...) Chorava a flor, e gemia,

Branca, branca de terror.

E a fonte, sonora e fria,

Rolava, levando a flor(...)

(VICENTE DE CARVALHO)

Detendo-se ainda sobre a obra supracitada, percebemos uma riqueza na descrição dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que é nítida a impassibilidade do autor diante do fato descrito, coincidindo com as características do Parnasianismo. Denota-se ainda do texto citado, que o culto da arte pela arte é bastante priorizado, já que o autor privilegia a estética de seus escritos, buscando se adequar às exigências do movimento literário.

Na obra denominada “Anoitecer” de Raimundo Correia, podemos identificar a descrição do anoitecer, onde o autor retrata o decorrer do dia e os acontecimentos inerentes a ele, até que se torne em noite. Verificamos no trecho a seguir algumas características parnasianas.

Esbraseia o Ocidente na agonia

O Sol... Aves em bandos destacados,

Por céus de ouro e de púrpura raiados,

Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia (...)

(RAIMUNDO CORREIA)

O traço literário do preciosismo vocabular é muito expressivo nesta obra, conforme demonstrado no trecho citado anteriormente, principalmente quando o autor se utiliza do recurso poético da inversão de orações, ou seja, o sujeito, ao invés de iniciá-la, é colocado somente no final da mesma: “Esbraseia o Ocidente na agonia O Sol...”. Este autor, porém, não enfatizou nesta obra o uso das chamadas ‘rimas ricas’, onde são usadas palavras de diversas classes gramaticais, pelo contrário, o mesmo preferiu utilizar rimas com palavras de mesma classe gramatical.

Já o autor Alberto de Oliveira, em seu poema “Alma em Flor”, deixa-se, em alguns momentos, regredir ao Romantismo, já que sua obra expressa certa emotividade, ligando a natureza às memórias juvenis, conforme trecho

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