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Por:   •  9/10/2013  •  2.607 Palavras (11 Páginas)  •  713 Visualizações

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WEB AULA 1

Unidade 2 – Ética, Política e Sociedade

Duas histórias em Platão

Será que daqui a 2000 anos as pessoas ainda vão falar de Michael Jackson? As pessoas saberão quem é a banda que você gosta de ouvir hoje? Quem vai ser lembrado daqui tanto tempo? Já pensou se VOCÊ dissesse algo bom que daqui a 2000 anos as pessoas ainda estivessem comentando? Realmente são poucas as pessoas que têm esta experiência. Uma delas é Platão, discípulo de Sócrates. Apesar do nome diferente, Platão acabou influenciando tanto o mundo que suas ideias permanecem até hoje. Vou começar com uma história que Platão narrou e que tem tudo a ver com Ética e Moral.

O anel de Giges

Existia um determinado anel que tinha o poder de dar invisibilidade a quem conseguisse virá-lo para dentro e o utilizasse. O proprietário desse anel chama-se Giges. Assim, esse anel ficou conhecido como: o anel de Giges. Esse homem o conseguiu quando estava à serviço do rei da Lídia e, após ter se salvado de uma catástrofe, retirou o anel de um cadáver e, ao perceber que conseguiria ficar invisível quando bem entendesse, entrou no castelo, seduziu a rainha, tramou com ela a morte do rei e obteve poder.

Essa lenda, ou mito, nos estimula a pensar sobre as razões que provocam ou inibem uma ação. Em outras palavras: quais são as verdadeiras razões que nos levam a fazer determinadas coisas e quais são as verdadeiras razões que nos desestimulam a fazer outras coisas. Se pudéssemos ficar invisíveis, o que faríamos? Entraríamos em um estabelecimento bancário e nos apropriaríamos de todo o dinheiro ali disponível? Entraríamos nas lojas e, da mesma forma, roubaríamos as roupas, calçados e outros utensílios? É dessa forma que muitas pessoas agem (quem sabe nós também agimos assim) como se dependêssemos sempre da aprovação de outros.

Muitas vezes até utilizamos desses argumentos para educar nossos filhos dizendo assim: o que dirão os avós, os vizinhos, os amigos se os virem agindo assim ou de outra forma? Quantas vezes evitamos cometer infração no trânsito se soubermos que há patrulhamento policial no trecho que estamos trafegando? Essas questões nos remetem a pensarmos em nossas ações públicas e privadas. Mas existe uma segunda história narrada por Platão e que você já teve ter ouvido, chama-se a alegoria da caverna.

Alegoria da caverna (ou mito da caverna)

Imagine prisioneiros acorrentados voltados para a parede dentro de uma caverna. Imagine que eles nunca viram a luz do dia e que a claridade é projetada dentro da caverna por uma fogueira acesa atrás deles. Imagine agora escravos indo e vindo neste lugar. Passando entre aqueles que estavam acorrentados e a fogueira. Se você estivesse no lugar dos prisioneiros acorrentados e não pudesse nunca virar o seu rosto, tudo o que você veria seriam as sombras projetadas na parede pela fogueira. Em outras palavras, se você estive acorrentado e nunca pudesse olhar para a luz, como faria para saber se o que você está vendo é, de fato, a realidade? Você não veria a realidade, mas sombras da realidade. Imagine que alguém carregue a estátua de uma pessoa, como saber se é de fato uma estátua ou um ser vivo? Observe a imagem a seguir que vai ajudar você a se situar dentro do que está acontecendo dentro da caverna.

Fonte: Alegoria... (2012).

Está conseguindo imaginar melhor agora a caverna? Então vamos continuar: imagine agora que um destes prisioneiros consiga fugir e, pela primeira vez chegue à superfície. Como nunca olhou para a luz o que aconteceria com seus olhos? Com certeza ficaria ofuscado pelo sol... Mas mais do que isso, perceberia que nunca havia visto a realidade como ela realmente era, mas apenas sombras. Que estivera cego sua vida inteira ou que pensava que conhecia as coisas, mas agora vê a realidade como de fato é! Seria um choque e tanto. Ainda meio atordoado decide voltar a libertar seus colegas. A recepção que recebe, no entanto, não é das melhores, e acaba morto por seus colegas que não o entendem.

Saiba mais: VEJA O VÍDEO A SEGUIR

http://www.youtube.com/watch?v=Rft3s0bGi78&feature=related

Apesar da história narrada por Platão não ter necessariamente um final feliz, ela tem muito a dizer até hoje. A primeira que queremos destacar é o que vamos chamar de passagem da Heteronomia para a Autonomia e tem a ver com a moral.

• Heteronomia: (hetero= outro, diferente; nomos= lei). Ou seja, a pessoa age de acordo com as regras de outro que lhe são colocadas e ele obedece (para receber recompensa) ou não obedece (e será castigado). Por isso é um comportamento moral infantil, imaturo (mesmo que a pessoa seja um adulto). Esse comportamento é regulado pelo meio social.

• Autonomia: Conforme o sujeito vai amadurecendo, vai adquirindo autonomia, se libertando da heteronomia. Para alcançar a autonomia, é necessário exercício racional. Muitas pessoas envelhecem, mas não conseguem atingir essa autonomia em suas condutas. Para isso é preciso formar o sujeito moral autônomo. Não se trata, porém, de individualismo, mas de assumir uma postura crítica diante das regras impostas pelo meio social.

A segunda coisa importante que podemos destacar de Alegoria da caverna de Platão é o que vamos chamar de dualismo material x espiritual. Em outras palavras: a essência das coisas não está necessariamente no que vemos (que podem ser apenas sombras da realidade). Seremos verdadeiramente livres quando conseguirmos ver além daquilo que pode ser captado pelos nossos sentidos (o que vemos, tocamos, ouvimos, etc.). Somente atingiremos o grau máximo das nossas vidas quando formos além das conclusões dadas pelos sentidos e usarmos o que temos de mais poderoso para entender a realidade: nossa capacidade racional! Podemos nos libertar da caverna onde reinam as trevas e rumar em direção à luz do conhecimento. Existe em Platão, então, uma relação entre o que vemos (a realidade material, palpável) e o mundo do conhecimento (o mundo das ideias, do saber). Conheceremos de fato quando deixarmos o conhecimento nos guiar em meio às trevas até o mundo onde as ideias reinam e resplandecem.

Sei que tudo isso começa a parecer complicado de mais, mas deixe-me dar um exemplo. Imagine uma criança com 5 anos de idade que cresceu no interior em um país chamado “das maravilhas”. Vamos chamar esta menininha de Alice. Imagine que um dia o pai de Alice entre em casa no final de dia e faça uma promessa:

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