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Taoyotismo

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Por:   •  4/12/2013  •  Seminário  •  2.928 Palavras (12 Páginas)  •  224 Visualizações

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DO TAYLORISMO/FORDISMO À ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL TOYOTISTA:

NOVOS PARADIGMAS E VELHOS DILEMMAS

From taylorism/fordism to toyotist flexible accumulation:

New paradigms and old quandaries

Marcos Augusto de Castro Peres

Faculdades Unopec

1) Introdução

Sabe-se que o trabalho na era fordista, que vigorou por quase todo o

século XX, caracterizou-se pela exploração intensa do trabalhador. Visto como

simples apêndice da máquina, o operário fordista sofria com o trabalho

repetitivo, massificado, mal-pago, intenso e embrutecedor, trabalho esse

existente enquanto peça fundamental para o aumento do lucro capitalista.

Quanto maior a exploração e menor a remuneração maior seria o lucro porque

maior é a mais-valia, que é o ganho do capital sobre o trabalho, do trabalho

sobre o não-trabalho.

Da crise do modelo fordista, nasce um novo modelo, fundamentado em

fórmulas inovadoras no objetivo de superar as falhas do taylorismo/fordismo.

Este modelo, chamado de toyotismo, elabora um discurso voltado para a

valorização do trabalho em equipe, da qualidade no e do trabalho, da

multifuncionalidade, da flexibilização e da qualificação do trabalhador. Oculta,

porém, a exploração, a intensificação e a precarização do trabalho, inerentes à

busca desenfreada do lucro pelo sistema de metabolismo social do capital,

que, por não ter limites, configura-se como ontologicamente incontrolável

(MESZÁROS, 1995).

2) O surgimento do fordismo/taylorismo na indústria automobilística

A indústria automobilística caracterizou-se por ser pioneira na

organização da produção industrial. Foi dela que se originou tanto o fordismo

quanto os métodos flexíveis de produção. Foi nela que se introduziu o uso de

robôs industriais e da produção informatizada. No início meramente artesanal e

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individualizada, a produção de automóveis ganharia logo a massificação. Ford,

então, aplicaria os métodos do taylorismo, também chamado de organização

científica do trabalho, para atender um potencial consumo de massas. Surge,

então, a primeira característica do fordismo, a produção em massa. A

justificativa para isso é que apenas a produção em massa poderia reduzir os

custos de produção e o preço de venda dos veículos. No entanto, produção em

massa significa um grande número de empregos e um conseqüente

achatamento dos salários.

O trabalho massificado ganha condições de trabalho precário, reforçado

por uma segunda característica fordista, a racionalização da produção através

do parcelamento de tarefas fundado na tradição taylorista. Parcelamento de

tarefas implica que o trabalhador não necessita mais ser um artesão

especialista em mecânica, sendo necessária apenas resistência física e

psíquica num processo de produção constituído por um número ilimitado de

gestos, sempre os mesmos, repetidos ao infinito durante sua jornada de

trabalho (GOUNET, 1999). Este processo é completado por uma terceira

característica, a linha de montagem, que permite aos operários, colocados um

ao lado do outro e em frente a uma esteira rolante, realizar o trabalho que lhes

cabe, ligando as tarefas individuais sucessivas. Mas era necessário adequar

ainda mais a produção aos objetivos traçados. E foi no intuito de reduzir o

trabalho do operário a gestos simples e repetitivos e evitar constantes

adaptações das peças produzidas aos veículos, que Ford decidiu por

padronizá-las. Ocorre, então, o que se chama de integração vertical, ou seja, o

controle da produção total de autopeças, comprando as firmas fabricantes.

Essas transformações permitem que a fábrica fordista seja automatizada

(GOUNET, 1999).

O advento do fordordismo/taylorismo revela que a empresa que muda

radicalmente a organização da produção para ser mais eficaz e adaptar-se à

demanda, assume a liderança da indústria, conquistando fatias do mercado e

se tornando dominante. Dessa forma, os rivais têm que seguir o modelo

dominante para não desaparecerem ou saírem do mercado. É o que acontece

com as demais indústrias de automóveis como a General Motors e a Chrysler,

por exemplo. No entanto, a acirrada competição entre as empresas impede que

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recursos suficientes fossem destinados à melhoria de certas condições de

trabalho, pois eram necessários custos de produção cada vez mais baixos para

conquistar fatias do mercado. Neste contexto de deterioração cada vez maior

das condições de trabalho, com os operários sendo submetidos a trabalhos

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