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Taquifemia

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Por:   •  19/6/2014  •  1.379 Palavras (6 Páginas)  •  1.212 Visualizações

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1. Introdução

Taquifemia

A taquifemia é um distúrbio de fluência. A fluência é a habilidade responsável pela continuidade da fala. A taquifemia compromete a fluência principalmente em relação ao ritmo da fala (velocidade e pausas) e a organização da mensagem, fazendo com que a pessoa fale muito rápido. Observa-se o aumento significativo no número de hesitações na fala (a pessoa normalmente precisa de tempo para formular melhor o que vai dizer e para organizar seu pensamento), tropeços nas palavras, omissão de sílabas, pausas, estresse silábico ou ritmo de falas anormais, o que leva a pessoa a perder o controle do que fala, o suficiente para prejudicar a inteligibilidade da mensagem que está tentando passar. Podendo, também, acarretar articulação imprecisa.

Por ser um distúrbio pouco conhecido (a sua existência ainda é amplamente ignorada por muitos profissionais da área de saúde), poucos profissionais trabalham com o tema e, com pesquisas ainda em andamento, a taquifemia tem, muitas vezes, seu diagnóstico confundido com gagueira. É importante esclarecer que o taquifêmico, aquele que sofre do referido distúrbio, não tem, ou possui pouca consciência da rapidez com que fala.

A taquifemia, assim como a taquilalia, estão codificadas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) com caracteres F98.6. Sendo, ambas, desta forma cientificamente consideradas distúrbios ou transtornos de fluência. Até o momento, não existem estatísticas sobre a porcentagem da população com taquifemia. A taquifemia ocorre quatro vezes mais em homens do que em mulheres. A maioria das pessoas com taquifemia refere outros familiares que também apresentam fala rápida (pais, irmãos, tios, primos e/ou avós). Desta forma, há indícios de que a taquifemia seja transmitida geneticamente de geração em geração. As mutações genéticas relacionadas à taquifemia ocasionariam mau funcionamento de áreas do cérebro relacionadas à fala e, principalmente, ao ritmo da fala.

2. Desenvolvimento

Os seguintes sintomas para o diagnóstico de pessoas que apresentam o quadro de taquifemia incluem:

• História familiar para distúrbio de fluência ou linguagem;

• Falar rápido demais comprometendo a fluência;

• Distúrbio fonológico (troca de letras na fala e/ou na escrita);

• Dificuldade de acesso lexical (dificuldade para encontrar palavras);

• Dificuldades sintáticas;

• Dificuldades com macroestruturas textuais (discurso confuso);

• Dificuldades de leitura e escrita;

• Retardo no desenvolvimento de linguagem;

• Retardo no desenvolvimento motor;

• Desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade.

A avaliação da taquifemia é composta por:

Anamnese: informações sobre o início dos sintomas e como foram se desenvolvendo são imprescindíveis. Também é importante saber sobre outros membros da família que falam rápido ou que gaguejam. Além disso, informações sobre o desenvolvimento neuropsicomotor (idade em que começou a andar, a falar, a mastigar, a ler e a escrever) são úteis para avaliar o ritmo do desenvolvimento.

Avaliação propriamente dita: são colhidas amostras de fala em situação de repetição de palavras, repetição de frases, fala semi-espontânea e leitura em voz alta. As amostras são analisadas em termos de velocidade de fala, pausas silenciosas, frequência e tipologia de hesitações/disfluências, coordenação entre respiração e fala, articulação dos sons de fala. A fala semi-espontânea também é analisada em relação à estruturação textual (habilidade para descrever, narrar e argumentar). Quando necessário, também incluímos avaliação específica de compreensão de fala, vocabulário, leitura, escrita e audição.

Encaminhamentos: se necessário, o paciente também pode ser encaminhado para avaliações complementares com outros profissionais de saúde (geralmente neurologista, psiquiatra ou psicólogo).

O tratamento do indivíduo depende de sua própria motivação, determinação em seguir a terapia proposta pelo fonoaudiólogo responsável e sua frequência ao tratamento. O apoio e colaboração da família influenciam de forma positiva ou negativa no prognóstico terapêutico.

No início da terapia, a identificação das características da comunicação e a conscientização, dificuldades referentes à velocidade e inteligibilidade/clareza da fala, podem ser objetivados assim como a própria motivação do paciente, facilitando a percepção do distúrbio pelo mesmo. Essa conscientização favorece a compreensão dos objetivos e estratégias que serão trabalhadas pelo fonoaudiólogo, favorecendo o auto-monitoramento da fala permitindo que o paciente transfira e mantenha a fala obtida na terapia para o ambiente domiciliar, escolar e social. Registros auditivos e audiovisuais de sua fala podem ser utilizados visando à identificação de trechos onde o indivíduo não conseguiu manter o monitoramento.

A diminuição da pressão do tempo é trabalhada através de exercícios de relaxamento e alongamento específico para os lábios, língua, pescoço e ombro que auxiliam na percepção da sensação de urgência para falar (pressão do tempo) através do contraste de uma sensação relaxada com uma sensação de urgência. Outro exercício também utilizado é o da prática negativa que consiste em falar palavras e frases em diferentes velocidades (rápida, média e lenta) objetivando fazer com que o paciente comece a perceber as consequências da velocidade da fala aumentada. Assim como no piano, o metrônomo é utilizado para “ritmar” de forma harmônica o compasso da fala a fim de transformá-la em uma fala melhor. Também o prolongamento das vogais, atenção aos finais das palavras, vogais e sílabas não tônicas assim como o uso do mascaramento e feedback auditivo atrasado são outras estratégias terapêuticas.

É necessário que se evite uma fala robotizada e programada

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