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Venezuela no Mercosul

Seminário: Venezuela no Mercosul. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  27/10/2013  •  Seminário  •  1.160 Palavras (5 Páginas)  •  478 Visualizações

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O ingresso da Venezuela no MERCOSUL, que será formalizado nesta terça 31 de julho, em Brasília, tem inúmeros reflexos, mas na política internacional reside um de seus principais impactos. Com a adesão de um dos maiores produtores de petróleo do mundo, o bloco se fortalece nas negociações internacionais. “Com a matriz energética da Venezuela, o MERCOSUL e os países que dele fazem parte ganham peso. Na hora em que o bloco negociar na Organização Mundial do Comércio (OMC), terá um reforço importante o ingresso da Venezuela pode, inclusive, dar mais um empurrão ao pleito brasileiro por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. “É mais do que comércio. “Tem um caráter político, é estratégico nas relações internacionais”.

No comércio, é claro, a entrada do país caribenho tem também grande importância. A união aduaneira faz com que os países cobrem taxas semelhantes do ponto de vista formal, bem como as normas de controle sanitário ou de documentação necessária para o ingresso dos produtos. Isto facilita sobremaneira a interação econômica. “Vai aumentar a circulação de bens e mercadorias e facilitar que empresas participem de projetos e licitações, por exemplo,”.

A Venezuela vai deixar, pouco a pouco, as regras aduaneiras que tinha adotado pelo Pacto Andino, bloco que deixou em 2006 e do qual faz parte a Colômbia, país do qual importa US$ 6 bilhões em matéria-prima por ano, para adotar as normas do MERCOSUL. “A Venezuela terá melhores condições de fazer isto com seus novos sócios”, embora ressalte que o próprio bloco ainda esteja, aos poucos, harmonizando as normas aduaneiras entre os países-membros. “Não temos toda a característica de mercado comum. Estamos em um processo”.

Além disto, o MERCOSUL também amplia sua área até o extremo norte do subcontinente, o que pode facilitar, inclusive, o comércio entre o bloco e países da América Central e Caribe. “Os venezuelanos já têm estas redes de comércio e distribuição, as quais poderão aproveitar”.

Entrada de Venezuela no bloco pode até reforçar pleito brasileiro por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Venezuela pode alavancar investimentos em infraestrutura

Lucas Kerr, diretor de Pesquisas do Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (ISAPE) e estudioso da integração energética regional, concorda com a importância do mercado venezuelano. “Só perde para Brasil e Argentina na América do Sul. Devido ao petróleo, a Venezuela tem superávit comercial com muitos países, até mesmo com os Estados Unidos. Por isto, ela não se importa em ter um grande déficit com o Brasil. Eles compram muitos produtos industrializados de nós”.

Ele afirma também que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) já realizou vários estudos sobre as possibilidades de integração produtiva entre Brasil e Venezuela, o que pode se dar em amplos setores da economia. Além disto, a entrada do país presidido por Hugo Chávez no bloco dá mais confiança ao empresariado dos países vizinhos. “Muitos empresários dizem ter medo de investir na Venezuela, achando que podem ter suas empresas nacionalizadas, por exemplo. O MERCOSUL impõe uma série de salvaguardas institucionais”.

Kerr espera ainda da entrada da Venezuela no MERCOSUL maiores investimentos em infraestrutura, por meio do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do MERCOSUL que faz investimentos a fundo perdidos nos países membros está melhorando, por exemplo, a rede que leva a energia de Itaipu até Assunção. “O Brasil põe muito pouco dinheiro no Focem. Era para colocar bilhões e bilhões. O Brasil tem plenas condições de investir os dólares que tem em excesso em infraestrutura na América do Sul. A Venezuela também tem dólares em excesso. Uma das coisas que falta ao MERCOSUL é investir pesado em infraestrutura. Talveza entrada da Venezuela dê um fôlego a isto”.

Entre os investimentos possíveis, está a retomada do Gasoduto do Sul, um projeto que está paralisado, e que forneceria gás venezuelano a Brasil e Argentina. “Garantiria segurança energética a Brasil e Argentina por bastante tempo. Seria importante especialmente à Argentina, pois volta e meia seu crescimento econômico esbarra na falta de energia”, explica Kerr. Outro investimento possível seria em hidrovias que unissem as bacias do Orinoco e do Amazonas. “As hidrovias ainda são o meio mais barato de transportar mercadorias pesadas”.

O Tratado de Assunção, que criou o MERCOSUL, prevê vantagens para a criação de empresas binacionais, o que até hoje não alavancou a criação

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