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Afonso Reidy

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Por:   •  10/11/2014  •  2.327 Palavras (10 Páginas)  •  335 Visualizações

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AFFONSO EDUARDO REIDY

1. INTRODUÇÃO

Affonso Eduardo Reidy nasceu em 26 de janeiro de 1909 em Paris. Naturalizou-se brasileiro ainda jovem. Seu pai era inglês e sua mãe brasileira. Casou-se com Carmen Portinho, a qual foi a terceira mulher a se formar em um curso de engenharia no Brasil. Aos 17 anos ingressou na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro onde estudou arquitetura. Veio a falecer em 1964 no Rio de Janeiro onde viveu a maior parte da sua vida.

Reidy é um dos principais representantes da arquitetura brasileira tendo como influência Walter Gropius, Mies Van der Rohe e principalmente Le Corbusier além de Lúcio Costa que assumiu a direção da Escola Nacional de Belas Artes. Sua vida profissional começou em 1929, período em que o presidente Getúlio Vargas decidiu investir na arquitetura nacional o que contribui para o crescimento do país. Três anos depois, através de concurso público, trabalhou ao lado de Alfredo Agache na elaboração do Plano diretor do Rio de Janeiro. Atuou também no planejamento da Esplanada do Castelo, 1938, no projeto do Ministério da Educação e Saúde, no Centro da cidade, Albergue da Boa Vontade, 1931, Conjunto Habitacional do Pedregulho, 1947, Conjunto Residencial Marquês de São Vicente, 1952, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1953. Além de ter participado do projeto do Aterro do Flamengo juntamente com Burle Marx. Os trabalhos feitos por Reidy em sua grande maioria foram direcionados para obras públicas marcadas sempre pela preocupação com o aproveitamento do espaço exterior e interior. Contudo, nem todos os projetos de Reidy foram concluídos devidos o novo Regime instaurado após a Revolução de 1930 em que a arte em geral foi reprimida de certo modo.

Qualquer exame superficial da arquitetura brasileira no século XX é suficiente para ter a certeza da importância de Affonso Eduardo Reidy. Mesmo que seus projetos não sejam impactantes ou chamem atenção como os de Oscar Niemeyer, muito pelo contrário, Reidy praticou uma arquitetura discreta sem deixar marcas. Por esse fator é que ele pode ter sido esquecido por um tempo no cenário da arquitetura brasileira. Mas recentemente vem ganhando um reconhecimento maior. Reidy ganhou o primeiro prêmio da Exposição Internacional de Arquitetura da I Bienal de São Paulo em 1953, logo após projetou o Museu Nacional do Kuwait. Por Reidy ter sido influenciado por Le Corbusier, aderiu os sistemas formais criados por ele, como por exemplo, o edifício linear curvo e a solução seccional para terrenos em declive. Mas um diferencial de Reidy é que ele conseguiu adaptar esses sistemas às realidades locais em que seus projetos se encontravam o que muitos outros arquitetos também influenciados por Le Corbusier não conseguiram. Nos seus projetos aparece um número restrito de elementos que vão sendo recombinados de modo diferente a cada nova situação. O elemento universal é o edifício linear, bloco retangular que pode ser de vários tamanhos e alturas, utilizado de modo isolado, combinado com outros, dobrado ou curvado para adaptar-se ao programa relacionando sempre o funcional com o formal e tomando como aspecto fundamental a cidade tradicional sendo um interior, uma casa ou um conjunto habitacional.

Principais projetos de Affonso Eduardo Reidy:

2. Albergue da Boa Vontade, 1931

Um dos primeiros projetos de Reidy, que venceu o concurso promovido pelo governo pela Prefeitura, foi construído durante o governo Provisório de Getúlio Vargas para abrigar moradores de rua durante o período da noite. Dotado de formas geométricas para época, planta simétrica, com forma arredondada em algumas áreas. Janelas horizontais por toda a fachada e laje plana na cobertura o que era algo novo no país. Por esses fatores, Reidy passa a ser um dos pioneiros na nova arquitetura no Rio de Janeiro.

“Os nossos arquitetos tivera, com o concurso para o anteprojeto de um albergue noturno, a oportunidade de revelar os seus conhecimentos nos assuntos modernos de arquitetura,... Em toda parte os arquitetos procuram resolver os problemas de arquitetura proletária dentro de princípios humanos. (...) O albergue noturno tem uma dupla finalidade: de socorro aos necessitados e ao mesmo tempo uma escola natural de higiene. Os arquitetos modernos não aconselham o albergue noturno como um edifício que apenas resguarda o sem-trabalho das vigílias ao relento. Os planos arquitetônicos desses edifícios obedecem a fins educacionais e humanos.” (Arquiteto Nestor B. de Figueiredo. Presidente do Instituto Central dos Arquitetos, 1931.)

3. Conjunto Habitacional do Pedregulho, 1947

Foi construído no Morro do Pedregulho em São Cristóvão no Rio de Janeiro em 1947, pelo Departamento de Habitação Popular do Distrito Federal sendo Reidy Chefe do setor. Tinha como finalidade servir como moradia para funcionários públicos do Estado. Burle Marx foi o responsável pelo projeto de paisagismo e Candido Portinari pelos painéis artísticos com o auxílio de Anísio Medeiros e Burle Marx.

No projeto percebe-se nitidamente a preocupação de Reidy com o homem. Enfoca os espaços abertos e as áreas além da unidade habitacional. Defende que “habitar não se resume à vida no interior de uma casa (3). Propõem a composição entre a moradia e o espaço externo, instalando serviços complementares às famílias na mesma área do edifício principal.

O projeto compreende quatro blocos residenciais. O bloco A, tem 260 metros de extensão, e possui 272 apartamentos de diferentes tipos. Está situado na parte mais elevada do terreno e segue a forma sinuosa do morro localizado atrás dele. Duas pontes ligam o acesso a um pavimento intermediário que é parcialmente livre, composto por colunas grossas, no qual as crianças podem brincar nos dias chuvosos e nos horários de muito sol. Nesta mesma área, serão instalados os serviços de Administração e Serviço Social, a escola maternal e as escadas coletivas que darão acesso aos demais pavimentos.

Nestes pavimentos residenciais, de 50 em 50 metros estão localizadas as escadas. Os dois pavimentos inferiores possuem apartamentos simples de apenas um andar, os demais apartamentos, são duplex de um a quatro quartos.

“A solução duplex foi adotada para a maioria dos apartamentos por ser aquele que oferece maior rendimento, pela possibilidade de atingir, sem elevador, a quatro pavimentos, e permitir, mediante maior profundidade do bloco, o mínimo de testada, aumentando desta forma o número de unidades do bloco.”( Affonso Eduardo Reidy. Ed. Blau. Instituto Lina Bo

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