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Ai Weiwei

Por:   •  29/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.446 Palavras (6 Páginas)  •  203 Visualizações

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  1. AI WEIWEI

Ai Weiwei (Figura 1) nasceu em 28 de agosto de 1957 em Pequim na China, é artista plástico contemporâneo, poeta, designer arquitetônico, curador, editor, colecionador, documentarista, blogueiro e ativista social.

Filho de Ai Qing, um dos maiores poetas modernos da China, Ai tinha por volta de um ano quando seu pai foi acusado de anticomunismo pelo governo chinês, sendo exilado com sua família para os campos de trabalho da província de Xinjiang.

Mais tarde, com 17 anos, Weiwei se muda para Pequim onde aprende a desenhar com artistas amigos de seu pai que também haviam sido banidos. No mesmo ano entra na “Beijing Film Academy” para estudar animação.

Em 1982 vai para Nova Iorque para estudar Arte e Design e percebe que poderia utilizar qualquer objeto como meio de expressão. Volta a sua atenção para a fotografia resultando em uma coleção posteriormente selecionada, conhecida como o álbum “New York Photographs” (Figura 2).

Em 1993 Ai Weiwei volta para a China, principalmente para visitar seu pai doente, que acaba por falecer em 1996. Nesse período ele começa a refletir em seus trabalhos sobre a tensão entre a cultura tradicional chinesa e a modernidade. Publicou os livros Black (1194), White (1995) e Grey (1997), os quais continham entrevistas e trabalhos de artistas chineses contemporâneos, como uma espécie de manifesto, já que até então não existiam instituições ou um cenário artístico contemporâneo no país. Esses livros não foram comercializados em grande escala, mas eram vendidos de mão em mão entre a própria juventude revolucionária da época (Figura 3).

Em 1994 Ai Weiwei inicia a série “Coca-Cola” (Figura 4), onde pinta com tinta industrial o logotipo do famoso refrigerante símbolo do capitalismo ocidental, sobre urnas e vasos do período Neolítico e de dinastias milenares chinesas de até 5 mil anos antes de Cristo. A partir dessa obra podemos ver mais claramente a sua intenção de levantar questões sobre a definição de valor cultural e a ressignificação de objetos antigos em objetos de arte contemporânea.

Em 1995 executa a “Dropping a Han Dynasty urn” (Derrubando uma urna da Dinastia Han), uma série de três fotografias que registram a sequência do artista derrubando a urna em questão (Figura 5). Dessa forma, Weiwei além de continuar o trabalho com a cerâmica antiga, une linguagens como a performance e a fotografia. No mesmo ano começa uma série de fotografias, “Study of Perspective” que inclui a famosa “Tiananmen Square” (Figura 6) em Beijing na China. A intenção da foto se repete em outros lugares como a Trump Tower e a Casa Branca, mostrando como Ai Weiwei se sente em relação a figuras políticas e econômicas vigentes nos países.

Em 1999 Ai projetou e construiu seu próprio estúdio no norte de Pequim. Sua construção logo foi amplamente aclamada por utilizar-se de materiais simples e pelo uso singular de sua estrutura, o que lhe rendeu uma nova carreira como arquiteto, realizando mais de 50 projetos, dentre eles o “Estádio Nacional de Pequim” em parceria com os arquitetos suíços Herzog & Meuron (Figura 7).

Em 2006 começa um blog a convite de um portal chinês que em pouco tempo tornou-se uma espécie de diário com textos e fotografias sobre seu trabalho artístico e sua vida privada, onde também denunciava as irregularidades e injustiças que ocorriam em seu país. O blog tinha um acesso aproximado de mais de 100 mil pessoas por dia.

Em 2008 acontece um evento que potencializa a necessidade que Ai Weiwei carrega em denunciar as atrocidades do governo: o terremoto de Sichuan. Tido como um dos maiores da China, o terremoto de Sichuan deixou 60 mil mortos. Diante dessa situação, o artista decidiu liderar uma equipe que pudesse retratar as condições pós-terremoto e com a ajuda de voluntários reuniu o nome de mais de 5.000 crianças que morreram com o desastre por conta de negligência do governo que construiu escolas com estruturas e materiais precários e que desabaram durante o terremoto. Weiwei postava tudo em seu blog. Entretanto, em 2009 o blog foi fechado pelas autoridades chinesas, fazendo com que o artista migrasse para redes sociais como o Twitter e o Instagram.  

Em “Snake Ceiling” de 2009 (Figura 8), evidencia-se sua crítica a instalação escolar destruída durante o terremoto de Sichuan. A obra é composta por diversas mochilas de variados tamanhos ligadas em uma forma de serpente. Neste conjunto de obras, o artista faz perguntas fundamentais, não sobre o valor das obras de arte e artefatos, mas sobre o valor de cada vida humana.

Ai Weiwei não estava sozinho nessa luta contra o governo chinês e em 2009 foi até Chengdu com a intenção de depor para Tan Zuoren, um colega que também agia em prol das pessoas afetadas pelo terremoto. Porém, antes que pudesse sair do hotel em que estava hospedado ele foi acertado com um golpe na cabeça e impedido de sair enquanto o julgamento não tivesse terminado. Tan Zuoren foi declarado culpado e Weiwei sofreu as consequências da agressão. Ele se encontrava em Munique, na Alemanha, para uma exposição quando foi diagnosticado com hemorragia cerebral. Absolutamente tudo foi documentado e amplamente divulgado nas redes sociais do artista (Figura 9). Toda agressão sofrida por Weiwei contribuiu para que as obras se tornassem cada dia mais críticas ao sistema de governo da China.

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