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Fanfiction

Por:   •  20/6/2016  •  Ensaio  •  933 Palavras (4 Páginas)  •  338 Visualizações

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Badmouthing You

Vocês dois foram vizinhos e grandes amigos na infância. Anos após uma briga entre os dois, você está no auge de sua adolescência, onde talvez seria sua melhor fase, e aquele mesmo alguém volta completamente para sua vida, porém ainda com mágoas guardadas por causa de um erro do passado. Será que mesmo com uma peste negra em pessoa falando sobre um lado seu que você não quer mostrar novamente pelas costas é o suficiente para estragar o seu último ano no colegial?

O meu dia já começa com uma grande surpresa. Quando desço as escadas em direção a sala para tomar o café da manhã, eu dou de cara com as duas mulheres que sempre tomaram conta de mim sentadas em um sofá; minha mãe e a melhor amiga dela – praticamente irmã, o que a torna uma tia para mim –, na qual eu não vejo há séculos.

Ela se levanta do sofá, abrindo os braços para mim com o seu sorriso brilhante e dócil estampado no rosto. E eu praticamente corro ao encontro dela, para prestar atenção se ela mudou seu perfume, se o brinco que eu dei a ela de aniversário quando eu era pequena continua em suas orelhas, para ver se o seu batom vermelho ainda cheira a chá-mate. E tudo continua o mesmo nela. Porém, eu posso jurar que ela está ainda mais linda.

Me separo dela após alguns segundos, constrangida pelo “pijama” que eu estou usando; uma calcinha de renda preta e uma regata na mesma cor extremamente fina com uma estampa de uma cara feliz. Ela parece notar, o que me deixa um pouco vermelha.

— Oh, querida – ela disse, passando as mãos nos meus braços como se quisesse se assegurar que aquela ainda era eu. – Você cresceu tanto, está tão linda agora. Parece que esses anos lhe fizeram muito bem, hum?

Sorrio nervosa. Não posso fazer nada se da última vez que a vi eu era apenas uma criança baixinha e magricela, e hoje finalmente posso ser considerada uma mulher. Quando ela se senta novamente, eu recupero meus sentidos, e, com eles, as dúvidas.

— Então, o que a senhora… – antes que eu pudesse terminar, ela me interrompeu.

— Não, nada de senhora. Pode me chamar de você. – corrige. – Ou então, Laura. Nós já não passamos dessa fase antes?

— Ah, sim. Desculpa. – balanço a cabeça e recomeço a frase. – O que você está fazendo aqui? E como está… – penso antes de terminar. Eu não posso simplesmente perguntar sobre ele. Faz tanto tempo que não nos falamos, que não trocamos uma mensagem sequer. Eu sinto falta dele, e curiosidade também, mas o que mais me domina no momento é o meu famoso orgulho.

— Como está Barney, seu cachorro? – continuo a frase após alguns desconfortáveis segundos. – Sinto saudades daquele encrenqueiro.

— Eu também sinto, minha filha. – diz com pesar, e eu me sinto mal por ter tocado em um assunto provavelmente sensível. – Alguns meses atrás, nós vimos Barney ser atropelado praticamente na nossa frente. Ainda estou tentando me recuperar, mas é horrível perder um parceiro dessa forma.

— Eu sinto muito, tia. – digo com sinceridade, abraçando-a. – Mas eu tenho que correr, a minha aula começa em 40 minutos e eu ainda nem acordei direto. Foi ótimo te ver. Falo com as duas mais tarde, está bem?

Não espero por uma resposta, simplesmente corro para o meu quarto para me arrumar. Tento ser o mais rápida possível, a isso faz com que a minha ansiedade piore ainda mais. Arrumo o meu material sem prestar muita atenção, e, quando percebo, minha carona já está buzinando para que eu desça.

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