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Joaquim Tenreiro

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Por:   •  27/3/2015  •  985 Palavras (4 Páginas)  •  271 Visualizações

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DESIGN DE INTERIORES

TEMA

Designs Significativos

“Joaquim Tenreiro”

DISCIPLINA

Introdução ao Design de Interiores

PROFESSORA

Jasmine Soares

Joaquim Albuquerque Tenreiro (Melo Guarda, Portugal 1906 - Itapira SP 1992). Designer, escultor, pintor, gravador e desenhista. Filho e neto de marceneiros, aos dois anos de idade muda-se para o Brasil com a família, fixando residência em Niterói, Rio de Janeiro. Retorna a Portugal em 1914, onde ajuda o pai a realizar trabalhos em madeira e inicia aulas de pintura. Volta a viver no Brasil entre 1925 e 1927. Em 1928, transfere-se definitivamente para o Rio de Janeiro, passando a freqüentar o curso de desenho do Liceu Literário Português e faz cursos no Liceu de Artes e Ofícios

Entre 1933 e 1943, trabalha como designer de móveis nas empresas Laubissh & Hirth, Leandro Martins e Francisco Gomes. Em 1942, realiza para a residência de Francisco Inácio Peixoto seu primeiro móvel moderno. Em 1943, monta sua primeira oficina, a Langenbach & Tenreiro e, alguns anos depois, inaugura duas lojas de móveis; primeiro no Rio de Janeiro e, posteriromente, em São Paulo.

Esses são os primeiros exemplares concebidos, projetados e realizados por ele, que se distinguem pela sobriedade e beleza das formas e pela sábia utilização de madeiras brasileiras. Dialoga também com a pureza das formas arquitetônicas de Niemeyer:

A Poltrona Leve (ca.1942) - realizada nas versões clara, em madeira marfim, e escura, em imbuia, com tecido estampado por Fayga Ostrower (1920 - 2001) - é uma de suas produções mais conhecidas, concebida de acordo com a idéia de que a mobília brasileira deve ser formalmente mais leve. Nas palavras de Tenreiro, leveza que nada tem a ver com o peso em si, mas com a graça e funcionalidade. Atestando a modernidade dos móveis feitos no Brasil, o design de Tenreiro tem por princípios a adequação à função e o despojamento.

Na Cadeira de Três Pés (ca.1947), inova ao associar a geometria a um uso muito particular das cores das madeiras nacionais. Composta de combinações de madeiras de diferentes tonalidades (imbuia, roxinho, jacarandá, marfim e cabreúva), essa cadeira apresenta um refinado jogo cromático. O uso da cor, anteriormente restrito ao acabamento dos móveis, torna-se um conceito central em sua criação. Na Cadeira de Balanço (ca.1948) utiliza a palhinha - uma tradição do móvel colonial brasileiro, retomada pelo artista - e o jacarandá. Como outros móveis de Tenreiro desse período, ela tem uma aparência leve e luminosa, contrastando com a mobília sólida e sóbria, criada anteriormente para a firma Laubisch & Hirth.

Em algumas cadeiras e poltronas, o artista explora os efeitos plásticos da trama em palhinha e outros materiais que evocam o trançado e a cestaria indígenas. O uso de madeira e fibras naturais associa-se à necessidade de adequar os móveis ao clima tropical. Juntamente com estas composições orgânicas, outras peças de Tenreiro como, por exemplo, a Cadeira Estrutural, apresentam linhas retas e elementos geométricos, regulares, empregando estruturas tanto de madeira (1957) quanto de metal (1961). O conhecimento profundo da madeira permite a Tenreiro obter a qualidade poética de suas obras.

No fim da década de 1960, por questões pessoais e também de mercado, encerra as atividades de designer e dedica-se principalmente à escultura. Produz relevos, treliças e colunas em madeira policromada, nas quais se destacam a combinação da produção artística e o amplo conhecimento do trabalho. Algumas soluções, contidas na funcionalidade dos móveis criados por ele, são utilizadas de maneira mais livre na escultura. As técnicas de composição cromática empregadas, por exemplo, na Cadeira de Três Pés, são retomadas posteriormente em alguns relevos, em que o artista explora as diferenças de cor, texturas e os veios da madeira, como em Círculos (1979). A produção de Tenreiro alia, portanto, as características modernas do despojamento e simplicidade ao uso de materiais brasileiros. Assegura às peças produzidas uma qualidade artisticamente elaborada,

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