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Teorema De Jhon

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Por:   •  19/11/2014  •  1.798 Palavras (8 Páginas)  •  280 Visualizações

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MEUS DIAS I

Sempre ouvi dizer que quando estamos prestes a morrer, a vida desenrola em nossa mente igual a um filme, bom ou ruim, é claro! Hoje eu me sinto assim. Hoje eu me sinto assim mesmo, e na dúvida ou para não perder a oportunidade, resolvi escrever, saber se esse filme foi bom ou ruim.

Era dezembro de 1961 chegava a Aurilândia, dois anos de colégio interno, Irmãos Maristas, pessoal rígido. Sofri na mão deles, mas foi bom, eu era intolerante! Acabei perdendo um pouco disso.

Havia saído de casa com onze anos, dezembro de 1959, pretendia ser um religioso Marista.

Um ano em Patos de Minas e outro em Montes Claros-MG, quanta saudade eu tinha de casa, dos meus pais, meus irmãos, eu tinha saudade até das pedras de minha rua. Da fazenda eu tinha saudade de tudo, do rio onde nadava tanto, tinha saudade até das moitas de espinhos que me espinhavam de vez em quando. Mas agora estou em minha casa, graças a Deus, daqui eu não gostaria de sair nunca mais.

Aurilândia, uma cidadezinha atrasada, encravada a beira do Rio São Domingos, cidade que começou com os garimpos da extração de ouro e diamantes, cidadezinha sem a menor vontade de evoluir, vivia estritamente da agricultura e agropecuária. Não tinha sequer um colégio, apenas escola primária, o Grupo Escolar Monte Castelo, mas ali era o meu céu!

O Rio São Domingos, que cortava a cidade ao meio, era então, um paraíso – ali estavam quase todos os dias com os meus amigos.

Meu pais e meu avô, tinham uma pequena fazenda as margens desse rio uns quinze km abaixo, meus avós, os que moravam no sitio, como eles tinham paciência com a gente, olha que éramos traquinas! Precisávamos estudar, mas não havia em Aurilândia, escola para eu estudar, acabei por perder um ano letivo, tentando as provas de admissão nas cidades vizinhas, até que em l963 foi fundado um ginásio na cidade.

Meu tio, irmão do meu pai, José Barbosa Medeiros, o Professor Medeiros, ex-irmão marista, resolveu fundar um Ginásio em nossa cidade, ali moravam muitos parentes seus e isso os ajudariam. E assim comecei a fazer a primeira série ginasial.

Enquanto o ginásio não estava pronto, as aulas deveriam ser no Grupo Escolar Monte Castelo. Quando se iniciaram as aulas a cidade se encheu de vida, existe coisa mais cheia de vida que um grupo de estudantes uniformizados, tagarelas, animados, cheios de sonhos?

O que era quase sem vida, eram as luzes da sala de aula, energia fornecida através de um grupo gerador a diesel, que trabalhava no limite, causando, quase todos os dias, a interrupção de aulas. Por dois anos enfrentamos a escuridão nas salas de aulas. Em 1965, foi inaugurado o prédio definitivo do colégio e passei a estudar pela manhã, terminando o curso ginasial em l966.

Muitas coisas aconteceram durante o curso ginasial, festas, excursões, bebidas e garotas, muitas garotas mesmo.

Em junho de 1964, programamos um piquenique no meio rural, fomos em um caminhão já bastante velho e o danado quebrou antes que completássemos o passeio. O sol estava ardente, fomos abrigar sob a sombra de uma árvore, conversamos bastante e entre as garotas, existia uma que a achei especial, porém não houve nenhum assunto mais íntimo, guardei o parecer da minha avaliação, apenas para mim. Seu nome era xx, estudante também do ginásio, nesse dia começou uma amizade, que descobrimos depois que era colorida.

Garota elétrica, vibrante e como era carinhosa! Namoramos por muito tempo, foi muito bom, enquanto durou. Eu, um adolescente, ela uma recém chegada à puberdade. Fui testemunha ocular de todas as suas mudanças de menina para moça, uma metamorfose, e que metamorfose!

Frequentávamos juntos todas as festas da cidade, passeios noturnos às escondidas, piqueniques e tantas outras coisas, fomos muito felizes juntos.

Entre uma briga e a reconciliação, arrumava outras namoradas e como é da inquietude própria da idade, a gente procurava sempre outras paqueras, meninas novas na cidade, ou das cidades vizinhas. Mas sempre voltava aos braços e abraços da garota xx.

Sonhávamos, como sonhávamos! Estávamos na idade dos sonhos, era o que contava.

Comecei a beber demais nas festinhas, voltava meio alterado para casa, deixando meus pais um tanto triste. Loucos para que eu saísse da cidade, fosse estudar fora, mudasse de companhias e de ambiente.

O meu relacionamento com a garota xx não era bem visto por meus pais, era uma garota muito avançada para a época, era isso que eu mais gostava nela, entre tantas outras coisas, é claro! As coisas eram difíceis para nós e isso parecia atiçar ainda mais a nossa atração. Mas, um dia a gente cansa! E eu cansei!

Existia uma garota, bonita, também de boa família e muito educada, porém muito séria e como eu não queria namoro para casar, ficava de longe, porém notei que ela me olhava com certo interesse, fui conferir, não tinha nada a perder! Com a garota xx a minha família estava forçando muito a barra, uma pena, pois estávamos muito apaixonados.

Começamos a namorar. Eu sem saber até onde podia avançar e ela, certamente, sem saber até onde resistir, eu era infernal, diziam as más línguas.

Namorávamos seriamente, era um namoro mais “pé no chão”, era realmente séria e limitava o meu comportamento no namoro, por muito tempo ela ditou as regras, enquanto pôde.

Quando terminei o curso ginasial, fui para Mateus Leme-MG, cidadezinha próxima a Belo Horizonte, onde morei um ano, fiz ali a primeira série do Curso Técnico em contabilidade.

Ali cheguei e abafei, assim que se falava na época, todas as garotas queriam me conhecer, até a filha de um político influente, loira, alta, muito bonita, estatura mediana e que estatura! Era alta para mim.

Ali passei bons momentos, porém ruins também.

Tinha alguns amigos, entre eles o Ironildes, quase um irmão, juntos tomávamos algumas doses de qualquer coisa, passeios na região e sempre em companhias femininas.

As cidades mineiras, por menor que fossem, tinham o seu clube recreativo, e Mateus Leme era uma dessas, o clube local era bem frequentado,

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