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Construção Do Saber

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Por:   •  12/12/2014  •  487 Palavras (2 Páginas)  •  405 Visualizações

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Laville, Christian A construfao do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciencias humanas / Christian Laville e Jean Dionne; tradução Heloisa Monteiro e Francisco Settineri. — Porto Alegre : Artmed; Belo Horizonte: EditoraUFMQ 1999. 1. Educação - Ciencias humanas - Metodologia - Pesquisa - Manual. I. Dionne, Jean. II. Titulo. Capítulo III, Ciências Humanas e Sociedade.

As ciências humanas nasceram com intenções de compreender, explicar e prever. Compreender e explicar a realidade social, bem como prever seu funcionamento para eventualmente domina-la, sendo exercidas em resposta às necessidades concretas da sociedade. Elas surgiram em sua forma moderna na segunda metade do século XIX, inspiradas no modo de construção do saber então preponderante em ciências naturais. Mas e o século XX que assiste a explosão das ciências humanas. As revoluções na ordem econômica e política sucedem-se e propagam-se pelo resto do mundo. Novos fatores intervêm; fatores que aumentam a necessidade de se servir das ciências humanas para compreender e intervir: as duas guerras mundiais; as crises, tal como a dos anos 30; os confrontos ideológicos, inclusive o que opõe o socialismo ao capitalismo; o subdesenvolvimento de uma importante parte do planeta e o crescimento das desigualdades; etc. No Brasil, é somente a partir da segunda metade deste século que as ciências humanas no seu conjunto atingirão os níveis e padrões científicos que desde o seu início já prevaleciam na Europa. Pode-se explicar essa defasagem pela existência de dois obstáculos principais. Um primeiro, refere-se a não autonomia do pensamento científico-racional em relação a ordem patrimonial e escravocrata dominante no Brasil, durante todo o século XIX. Segundo, a resistência cultural aos fundamentos de uma concepção científica do funcionamento das instituições e da origem dos comportamentos humanos, própria do contexto dominado por valores e interesses religiosos e conservadores, dos quais o clero e os bacharéis são os principais porta-vozes. Nas primeiras décadas do século XX, com a desagregação do regime escravocrata e senhorial e com a transição para um regime de classes sociais, a reflexão sobre a sociedade brasileira adquire uma autonomia que lhe permite o desenvolvimento de padrões científicos. Nos anos 30 e 40 deste século, a evolução das ciências humanas é marcada não somente pela preocupação com a sistematização de procedimentos científicos para a análise histórico-sociológica da realidade brasileira, mas também pela introdução de novas interpretações da realidade social. Nos anos 50 com a rápida urbanização, industrialização, populismo nacionalista, transformações na estrutura social, inclusive agraria, a presença da ação do Estado na economia, suscitam as investigações e analises que caracterizam essa década. Os anos 60 põem em destaque, no campo das ciências humanas, a terceira geração da escola sociológica paulista, sob o impacto da instalação, no país, do governo militar autoritário. Os anos 70 trazem paradoxalmente o que se chamou de modernização da sociedade brasileira, num contexto de consolidação do capitalismo avançado, quando o panorama cultural da sociedade brasileira se altera, registrando-se uma expansão inédita da indústria cultural.

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