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Ditadura No Serviço Social

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Por:   •  8/10/2013  •  2.969 Palavras (12 Páginas)  •  1.396 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem a finalidade de aprofundar-se nos aspectos principais do Pan-Americano “Monroísta”, Desenvolvimentismo e Serviço Social, buscando entender e analisar cada tópico estudado e suas contribuições para a formação do serviço social, identificando no nosso contexto atual essas relações de influências norte-americanas, o período do desenvolvimentismo que tinha como maior instrumento o desenvolvimento de comunidade, e todos os processos históricos dos movimentos e lutas populares, adentrando também no setor acadêmico, onde os estudantes de serviço social chegaram até a Reconceptualização no serviço social.

1 – O pan-americanismo posterior a Guerra e a OEA:

- A experiência do período da Segunda Guerra e a força acumulada pelos EUA depois do triunfo dos aliados permitiu ao mesmo organizar sua hegemonia a nível mundial;

- Durante a Segunda Guerra se engendra e com o TIAR (Tratado Inter-Americano de Assistência Recíproca) e a OEA (Organização dos Estados Americanos), se consolida uma segunda fase do pan-americanismo-moroísta. Instaura-se uma situação de dependência dos países latino-americanos com relação aos EUA.

- A UPA (União Pan-americana) criada em 1910 é recuperada e inserida na categoria de Secretaria Geral da OEA, sediada em Washington;

- Dentro da UPA, no bojo do que seria o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, sob a direção da Divisão de Assuntos Sociais, organiza-se a Seção de Serviço Social, através do qual a OEA desenvolveu e inserida na categoria de Secretaria Geral da OEA, sediada em Washington;

- Dentro da UPA, no bojo do que seria o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, sob a direção da Divisão de Assuntos Sociais, organiza-se a Seção de Serviço Social, através do qual a OEA desenvolveu influência direta na formação e prática dos assistentes sociais latino-americanos, mobilizando ideológica, política e economicamente a proposta norte-americana de Desenvolvimento de Comunidade como técnica e campo de intervenção profissional;

- A OEA, através da Divisão de Habitação e Planejamento criou o Centro Inter-Americano de Habitação (CINVA) que desde sua fundação em 1952, passou a influir decisivamente na formação dos assistentes sociais, não só no campo da habitação, mas no do desenvolvimento de comunidade, do planejamento e da prática profissional integrada em equipes multidisciplinares;

- Este estímulo ao planejamento, ao DC, à renovação das equipes técnicas e quadros profissionais não foi uma proposta singular ou dirigida fundamentalmente para orientar a prática dos assistentes sociais. Ao contrário, trata-se de uma estratégia ampla com a qual os países desenvolvidos, em especial os EUA procuraram criar condições (políticas, administrativas e culturais) para integrar e dinamizar o desenvolvimento capitalista e o mercado latino-americano sob a sua hegemonia financeira;

- Profissões aptas, na época, a se adequarem às novas demandas: 1 – as de maior prestígio como a medicina, a advocacia, e a arquitetura; 2 – aquelas que tendiam a se alocar nos escalões médios e inferiores da administração pública como a pedagogia e -Serviço Social. Em meados dos anos 50 estes foram os profissionais que receberam formação especializada à nível de pós-graduação (planejamento, administração em DC);

- Com o boom universitário multiplicam-se os centros docentes e o corpo discente e profissões como a sociologia, antropologia e psicologia também passam a ser influenciadas;

- O assistente social é o profissional convocado, desde cedo, para ocupar-se do “social” no interior das equipes multidisciplinares que se formavam nos diversos centros de especialização. Foi a profissão que mais precocemente ficou exposta às influências das teorias funcionalistas e das colocações desenvolvimentistas;

2 - O desenvolvimento de comunidade como proposta: antecedentes na Inglaterra e nos Estados Unidos:

- DC surgiu e se desenvolveu inicialmente e de modo amplo nas colônias inglesas da África e Ásia. Foram os ingleses os que mais usaram e difundiram este procedimento, divulgando inclusive sua denominação;

- Dentre as formas de intervenção e programas que os ingleses desenvolveram em suas colônias destacam-se, inicialmente, as que inseriam no campo educacional. O objetivo era acelerar o desenvolvimento do capitalismo e assegurar a subordinação das forças que lutavam pela autonomia das colônias;

- Após a conquista da independência, O DC continuou sendo funcional as eis-colônias controlando as pressões reivindicativas das minorias rurais e urbanas;

- Paralelamente ao DC no período de descolonização da África e da Ásia, nos EUA aplicaram-se políticas similares, como uma ênfase técnica maior e com vinculação do Serviço Social enquanto método voltada à organização de comunidade;

- O surgimento dessa nova modalidade de intervenção no Serviço Social norte-americano se deve a múltiplas influências e determinações, destacando-se:

 Fluxo migratório europeu onde intelectuais com rica experiência cultural contribuem para o desenvolvimento das ciências sociais, bem como do próprio Serviço Social;

 O fundamento deste processo no entanto refere-se ao aprofundamento do capitalismo monopolista trazendo em seu bojo as desigualdades sociais, em função das quais minorias nacionais, populações urbanas e rurais reivindicam condições de vida e trabalh, democracia, lutando contra a discriminação;

- Respondendo a esta demanda surgem, nos anos 20 nos EUA, os Conselhos de Planejamento de Comunidade ou Conselhos Locais para o Bem-Estar Comunitário destinados a promover a coordenação dos serviços assistenciais, evitar sua dispersão, planejar e dinamizar a integração de serviços prestados por instituições distintas. Estes Conselhos inicialmente eram geridos por um pessoal que deveria enfrentar uma maior complexidade técnica e administrativa na função de planejar a prestação de serviços variados bem como os trabalhos das diversas instituições. Tornou-se necessário assim, que os técnicos ou profissionais substituíssem os funcionários políticos ou dirigentes na busca de recursos, definição de programas, objetivos, etc. É assim que paulatinamente os assistentes sociais passam a ter maior ingerência nos Conselhos e na função que se denominava “organização

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