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O Ponto de Mutação

Por:   •  30/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.186 Palavras (5 Páginas)  •  145 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA

Curso de Direito

Warlley Pereira Fonseca

O PONTO DE MUTAÇÃO

Montes Claros – MG

Maio / 2018

O filme “O Ponto de Mutação” exibe o diálogo entre três personagens com histórias e conhecimentos bastante distintos: uma cientista, um candidato à presidência dos Estados Unidos da América e um poeta. Todo o diálogo se passa no filme em um castelo medieval na França e permeia uma comparação entre a visão mecanicista, que dominou o pensamento científico durante muito tempo, com a visão sistêmica, que, segundo a visão da cientista, deve ser utilizada para a evolução positiva da sociedade.

Após uma breve apresentação dos personagens, após a cientista ouvir uma conversa entre o candidato e o poeta, ela faz uma crítica ao modo que os políticos enxergam o mundo e tentam resolver os problemas dele. De acordo a cientista, os políticos têm uma visão mecanicista e utilizam o modelo cartesiano para abstrai-lo, ao dividir o todo no maior número possível de partes, entender cada fragmento, para, assim, entender o todo.

Prossegue a cientista fazendo uma crítica ao modo mecanicista cartesiano, pois, além de dividir o homem e o mundo em partes para se chegar ao problema, ou a resolução deste, não se leva em conta que o ser humano e o mundo são feitos de modo interligado e interdependente.

Ao discorrer sobre a visão sistêmica, a cientista alerta que, para que possamos contribuir com a natureza e o mundo, é necessário pensar que o ser humano também é constituído pelo meio em que ele se encontra inserido. Além disso, ressalta que devemos não apenas retirar ou tratar o que está causando algum mal ou perturbação, mas sim mudar o modo que ele vive, pensa e interage com tudo ao seu redor.

Ainda sobre isso, segundo a visão sistêmica apresentada pela cientista, tentar apenas retirar do sujeito a demanda que lhe causa sofrimento é uma forma paliativa de resolver os problemas, pois essa demanda aparecerá em outro lugar e de outra forma, já que o indivíduo não mudou hábitos, costumes e pensamento.

Assim, é inapropriado perceber o mundo dividindo-o em partes, sendo patente estudá-lo como um todo. A cientista afirma que o mundo está enfermo e apresenta diversos sintomas de diferentes seguimentos, como o câncer, o crime, a poluição, a questão nuclear, a inflação, a falta de energia, as guerras e a desigualdade socioeconômica. De acordo com a ideia apresentada pela cientista, esses sintomas são frutos da percepção equivocada sobre o mundo, utilizando o fragmentarismo entre as coisas e o individualismo entre as pessoas. Assim, segundo ela, para curá-lo é necessário ter uma nova visão da realidade, com uma concepção sistêmica e holística da vida, não bastando remediar os sintomas isoladamente.

Ainda sobre os problemas de uma visão racionalista e mecanizada, a medicalização, inserida pela medicina, trouxe para a sociedade o modo racional de resolver as demandas do indivíduo, retirando o que lhe causa dor. No entanto, não permite que o sujeito pense, reflita sobre a verdadeira causa da sua doença, do seu sofrimento. Atualmente, os indivíduos desejam apenas a retirada da causa, sem ter o trabalho de pensar em que momento se inicia a doença, seja física ou mental.

 Ademais, a medicina não deve ser vista apenas como meio resolução paliativo de doenças e sofrimentos, mas sim de promoção à saúde e à prevenção, agindo antes que a doença se instale e, caso o sujeito já se encontre doente, além de curá-lo, deve ser priorizado a mudança do modo de vida, diminuindo as possibilidades do ressurgimento da doença e do sofrimento. Não cabe a medicina manter seu olhar apenas na doença ou na dor, é necessário uma intervenção multifocal, ou seja, pesquisar a história de vida do paciente para que, este e a medicina, possam reescrever uma nova história com mudanças no modo de viver do sujeito.

A visão mecânica, cartesiana e newtoniana sobre o mundo teve grande importância no que diz respeito ao desenvolvimento da ciência, tendo em vista que a racionalização libertou o ideal científico que era atrelado à religião e às superstições. No entanto, essa percepção não evoluiu e a sociedade, desde então, acredita que os conhecimentos produzidos são verdades absolutas, incontestáveis, imunes a críticas e que devem ser utilizadas com o método cartesiano para a resolução de problemas contemporâneos.

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