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O Que é Alienação

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Por:   •  15/9/2014  •  760 Palavras (4 Páginas)  •  234 Visualizações

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A partir do livro “O que é alienação”, de Wanderley Codo, entende-se basicamente que alienação permeia a fronteira entre o ser e o não ser; como algo pode ser e não ser nosso ao mesmo tempo; como podemos estranhar a nós mesmos.

Daí então passa para a alienação no universo do trabalho. Exemplifica o que é o trabalho-criação, que é quando produzimos algo desde o início, dando forma à matéria-prima e ao final podemos usufruir daquilo que produzimos, é como se agregássemos um valor sentimental à nossa criação.

O oposto é o trabalho-tortura, no qual somos apenas parte de um processo produtivo, fazemos, porém não usufruímos daquilo, não tendo na maioria das vezes nem ideia de como fica o objeto após finalizado, nosso corpo se transforma em extensão das máquinas, é tudo feito automaticamente, sem agregar uma valor sentimental.

Mercadorias dos mais diversos tipos e finalidades podem ser consideradas iguais, pois todas valem dinheiro, todas são fruto do trabalho humano, seja ele manual ou operando uma máquina. E é a partir da quantidade de trabalho agregada que se determina o valor de um produto. O interessante é que a constatação final é que valor é a quantidade de trabalho necessária para se chegar ao produto final; por isso que uma geladeira é bem mais cara que uma almofada, pois dá muito mais trabalho produzi-la.

A partir disso formam-se os preços das mercadorias, que nada mais é que material “in natura” mais trabalho humano, sem contar o lucro que há em cima. O lucro é citado como uma reprodução da força de trabalho humana, exemplo: eu faço meu funcionário trabalhar mais horas por dia, produzindo mais e pago a mesma quantia anterior.

Por isso que há essas duas visões de trabalho (criação e tortura), a alienação é clara quando num primeiro momento, você produz, se sente feliz, útil e em seguida, você se vê como apenas parte de todo o processo e seu mísero salário não dá para comprar o fruto da sua produção, ou seja, a mercadoria. Assim é retirada do trabalhador a sua capacidade criativa e é substituída por “força de trabalho”.

A relação entre consumo e produção é contínua e inacabável, pois se há consumo, é porque algo foi produzido, e ao consumi-lo gera-se uma carência, uma necessidade de produzir para repor aquele que acabou. A alienação nesta relação está no fato de na maioria das vezes não produzir o que consumimos e na questão do status do consumo, uma vez que ultrapassamos a necessidade real e partimos para a necessidade subjetiva que o consumo nos proporciona, através de propagandas que escondem a escravidão do consumo e se apresenta como um culto à liberdade, é uma humanização do tal produto.

Partimos então para a visão alienada do sexo, uma vez que este é sempre acompanhado por muitos significados como status, poder, submissão, companheirismo, entre outros e assim passa a ser difícil determinar o que influencia o quê. Temos então a indústria da pornografia, que nada mais é que força de trabalho humana transformada em produto e retornada aos humanos; através da sua necessidade de realizar fantasias, da busca do prazer desenfreado, tudo é feito à semelhança do homem, porém o impede de encontrar o outro e daí passa a representar o outro em sua ausência.

“Alienação é ser e não ser ao mesmo tempo”, pois quando um operário busca conhecimento técnico para subir de cargo, ele está recuperando o domínio sobre o que produz, lutando portanto contra a alienação, que é o roubo deste gesto. Porém, ele não deixa de ser subordinado a alguém que provavelmente tornará seu novo processo de trabalho alienado também. Basicamente o produto é separado de seu produtor, não o pertencendo, é como separar-se de si mesmo. O processo de conscientização , a rebeldia contra o cotidiano, a participação social e a política têm um papel bastante importante na luta contra a alienação.

Enfim, alienação e consciência caminham juntas, pois a cada momento, uma se desfaz para a outra se realizar. De acordo com o dicionário da Língua Portuguesa, Melhoramentos, “alienado significa: transferido ou cedido a outrem; tornar alheios determinados bens ou direitos”. Nada mais é que a própria força de trabalho, para os meios de produção, atingindo todos os espaços onde há mercadoria. Onde quer que o capital demonstre relações com a mercadoria, a alienação se manifesta. E assim, como “tudo” ao nosso redor é baseado em produção e consumo, somos fruto de um processo que está muito longe de acabar, pois inconscientemente já estamos acostumados à ele e o temos como uma situação normal, comum ao nosso cotidiano.

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