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SOCIEDADE DE COMUNICAÇÃO

Por:   •  16/8/2016  •  Artigo  •  814 Palavras (4 Páginas)  •  93 Visualizações

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SOCIEDADE DE COMUNICAÇÃO

        As questões pertinentes ao avanço da chamada “sociedade técnico-informático-informacional” (expressão que creio traduzir de forma mais próxima o processo pelo qual passamos, sobretudo a partir das considerações de Pierre Lévy que discorda da expressão que caracteriza nossa sociedade como sendo sociedade de informação, uma vez que o mesmo considera que todas as sociedades humanas presentes ao longo da história se constituíram enquanto sociedades de informação, porém com um diferencial: nas demais sociedades não existia a presença ou a interferência midiática da internet ou dos computadores.) estão diretamente ligadas aos avanços tecnológicos que circundam o dia a dia dos indivíduos dentro do convívio social. As distâncias foram virtualmente superadas, os espaços virtualmente suprimidos e com isso também a privacidade e a proximidade material e pessoal entre os indivíduos. Podemos frequentar diversos cursos em diversas localidades e até mesmo em diversos países, sem ter de sair de casa. Isso vale para as transações econômicas, onde as chamadas empresas transnacionais, monitoram negócios espalhados no mundo inteiro através de um escritório virtual. Fato este que torna a economia cada vez mais susceptível e vulnerável às tendências egocêntricas de mercado. Se um país estiver oferecendo maiores vantagens econômicas que outro em que um determinado capital de uma empresa estiver investido, automaticamente aquele capital será retirado, e investido naquele país que estiver oferecendo melhores condições.  Tal processo de transação pode ocorrer durante a madrugada, sobretudo ao se levar em consideração a questão do fuso horário. Enquanto uma bolsa de valores está fechando em baixa, em determinado país, outra bolsa está abrindo, em outro país, o que propicia a retirada ou o investimento de ações. De modo que todo este avanço tecnológico muniu ainda mais as classes dominantes de alternativas de dominação e ao mesmo tempo tornou as classes menos favorecidas ainda mais reféns do sistema. Haja vista que a questão do desenvolvimento econômico, bem como a questão da distribuição da renda, irá depender e muito destas transações econômicas que hoje são dominadas não pelos Estados, mas sim pelas empresas transnacionais.

        Ainda analisando sobre os questionamentos provenientes de nossa atual situação, nos deparamos com a acessibilidade da informação e da formação. Porém da mesma maneira que os novos recursos informacionais tecnológicos oferecem benefícios, eles também podem auxiliar no processo de manipulação das massas. No que se refere aos benefícios, podemos perceber que as possibilidades de resolver todos os seus problemas via internet, incluindo pagar contas, fazer negócios, participar de cursos, ler jornais e revistas, assistir a vídeos, conversar com os amigos, etc. demonstram um universo de ferramentas encantadoras que se apresentam a disposição de toda a população. Ao passo que estas mesmas ferramentas podem sutilmente conduzir os indivíduos ao individualismo e até mesmo a cometerem ações egocêntricas, tão fortalecidas em nossa sociedade. O distanciamento interpessoal foi patrocinado pela aproximação virtual. Converso todos os dias com pessoas, que sequer conheço a fisionomia. Não sei como se veste, de qual família ela é proveniente, não sei seus anseios ou dores, nem sonhos e alegrias. Só sei que trabalha em tal empresa, ou que cursa tal faculdade, ou quanto muito em que cidade ou país reside. Nuca sentamos para tomar uma cerveja, ou mesmo um chá. Não há intimidade. E aqui abro um espaço para falar da boa e tradicional “intimidade mineira” como bom mineiro que sou. Aqui em Minas, ainda, graças a Deus, cultivamos, mesmo que nas pequenas cidades ou comunidades rurais o ritual de receber os amigos em casa, e nos sentarmos em volta de uma farta mesa para contarmos os “causos” do dia a dia. Sentar-se a mesa com outras pessoas, aqui em Minas, significa intimidade.  Só se senta à mesa para tomar uma refeição qualquer, quem faz parte de um convívio mais profundo, que tem ou está aberto a oferecer algo de si para o outro e vice-versa.  E isto infelizmente a atual “sociedade técnico-informático-informacional” não oferece às pessoas. Quem acompanhou o programa do Faustão na TV Globo no último domingo (12/06/2011) deve ter achado “chique” ouvir o Willian Boner, apresentador do Jornal Nacional, dizer que faz vídeo conferencia com os filhos, por falta de tempo para estar presente com eles. Pode ser “chique” ou até mesmo uma solução salutar, utilizar a tecnologia para suprir uma determinada necessidade de ausência. Porém, vejo tudo isso como uma triste realidade.  O Homem criou o cronômetro e agora se vê escravo do mesmo. Criou a internet e agora se vê escravo da mesma. O Homem é capaz de gerar filhos, mas não é capaz de dispor de tempo no cronômetro também criado por ele para cuidar, educar e zelar por estes filhos. Temos muito mais tempo para nos dedicarmos às nossas outras criações, que para nos dedicarmos às coisas verdadeiramente mais importantes para a nossa existência e por isso para nossa sociedade.  

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